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Novo Banco: António Ramalho com salário de 410 mil euros em 2021

No ano de 2021 foi atribuída remuneração variável no valor de 1,6 milhões de euros aos membros do conselho de administração executivo do banco

Pedro Catarino
22 de Abril de 2022 às 11:15
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O presidente executivo do Novo Banco, António Ramalho, que vai abandonar a instituição em agosto, auferiu 410 mil euros em 2021, a que poderá acrescer um prémio, segundo o relatório e contas do banco divulgado esta quinta-feira.

Dos 410 mil euros atribuídos a António Ramalho 372 mil euros foram pagos e 38 mil euros têm pagamento diferido.

No total, os membros do Conselho de Administração Executivo receberam 2,04 milhões de euros (valor total e diferido), indicou o banco. 

Ainda segundo o relatório e contas, no ano de 2021 foi atribuída remuneração variável no valor de 1,6 milhões de euros aos membros do Conselho de Administração Executivo, sendo esta condicional, ou seja, está "sujeita à verificação de condições diversas". O relatório não detalha quanto caberá a cada administrador executivo.

Segundo o banco, "este prémio teve como base o desempenho individual e coletivo de cada membro, avaliado pelo Comité de Remunerações. Esta atribuição não deu origem a direitos adquiridos e nenhum pagamento foi realizado a estes membros, estando a mesma sujeita à verificação das condições previstas na Política de Remunerações".

No relatório, o Novo Banco ressalvou que "estes valores foram totalmente diferidos" e que "não haverá pagamentos até o final do Período de Reestruturação e, posteriormente, até às datas previstas".

Além disso, indicou, "as parcelas desta Remuneração Variável não constituem direitos adquiridos até após o final do Período de Reestruturação ou até à verificação das condições e diferimentos previstos na Política de Remunerações e estão sujeitas aos mecanismos de ajustamento de risco previstos na Política de Remuneração".

Já os membros do Conselho Geral e de Supervisão receberam 1,1 milhões de euros (pago e diferido).

No dia 31 de março, o Novo Banco anunciou que António Ramalho vai sair da presidência executiva do Novo Banco em agosto.

De acordo com o banco, António Ramalho "comunicou hoje [31 de março] ao Conselho Geral e de Supervisão a sua intenção de deixar as funções executivas que atualmente desempenha em agosto e apoiar o processo de transição para o seu sucessor".

Antes disso, em 09 de março, o presidente do Novo Banco admitiu uma nova disputa em tribunal arbitral com o Fundo de Resolução sobre a injeção de capital pedida, de 209 milhões de euros, afirmando que cabe à administração fazer o necessário para cumprir o acordado.

Entre os pontos em disputa poderá estar o valor de dois milhões de euros de bónus referentes 2019 dos membros do Conselho de Administração executivo (que o FdR se recusou transferir).

Segundo Ramalho, na questão dos bónus, os "administradores consideram que não devem colocar esse assunto", mas admitiu que a posição do banco pode mudar "se houvesse orientação diferente por parte da Comissão de Remunerações".

O Novo Banco foi criado em agosto de 2014, na resolução do Banco Espírito Santo (BES).

No âmbito da venda de 75% do Novo Banco à Lone Star em 2017 foi feito um acordo de capitalização. Então, o Fundo de Resolução comprometeu-se a, até 2026, cobrir perdas com ativos 'tóxicos' com que o Novo Banco ficou do BES até 3.890 milhões de euros.

Desde então, a cada ano, as injeções de capital do Fundo de Resolução no Novo Banco têm provocado polémica.
 
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