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Novas empresas duplicam em junho, mas insolvências registam ligeira subida em Portugal
Em junho deste ano nasceram 2.581 novas empresas em Portugal, aproximando-se dos níveis pré-pandemia. O número de insolvências subiu 4%, mas ainda não reflete o real dano da pandemia, uma vez que os processos são demorados.
O número de novas companhias caiu a pique entre janeiro e abril deste ano, mas tem recuperado força desde então. No primeiro mês deste ano, foram criadas 5.459 novas empresas e em abril 1.193. De salientar que se registaram quedas homólogas em todos os meses, sendo que a mais expressiva foi em abril (-50%).
O recuo entre janeiro e junho é transversal a todos os setores. Vai desde uma queda de 28% no setor da agricultura a uma diminuição de 42% nos serviços gerais.
"Mas a análise setorial ao nascimento de empresas permite também detetar quais as áreas mais e menos sensíveis à covid-19, deixando antever, a prazo, uma reconfiguração e renovação setorial do tecido empresarial, em função dos setores mais afetados pela pandemia e das oportunidades que poderá criar noutros setores", de acordo com o relatório da empresa.
Os setores dos transportes, serviços gerais e atividades imobiliárias foram os que sofreram mais com a pandemia no que toca à constituição de novas empresas. No primeiro semestre nasceram 860 empresas no subsetor do transporte ocasional de passageiros terrestres em veículos ligeiros em Portugal, o que representa uma descida homóloga de 42%.
Nos serviços gerais, a queda nos nascimentos deve-se ao menor número de nascimentos nos subsetores das atividades de saúde e dos serviços turísticos. Neste período, foram constituídas 1.625 empresas nas atividades imobiliárias, uma descida de 31% (menos 716 empresas).
Insolvências sobem, mas encerramentos caem
Em junho encerraram 881 empresas, valor semelhante ao registado no mês anterior, mas inferior ao período homólogo, altura em que fecharam portas 1.079 empresas. Tendo em conta o primeiro semestre, foram 5.844 as empresas que encerraram, o que representa uma diminuição de 1.850, ou 24%, face aos primeiros seis meses do ano passado.
Ainda assim, o relatório informa que "os valores relativos a encerramentos e a insolvências são ainda pouco esclarecedores da situação real das empresas, visto que são processos mais demorados e, no caso das insolvências, envolvem a atividade dos tribunais, que foi também afetada pela covid-19".
Os primeiros seis meses deste ano registaram 1.175 novos processos de insolvência, mais 4% que no mesmo período em 2019, uma tendência que já se verificava nos dois primeiros meses do ano, de acordo com a Informa D&B. Só em junho, contabilizaram-se 214 novos processos de insolvência, mais 5 do que em maio.