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"Não compete aos governos ditar regras sobre questões editoriais"
Viviane Reding, comissária europeia para a Sociedade da Informação, defende que os governos não devem interferir nas matérias editoriais dos órgãos de comunicação social.
Viviane Reding, comissária europeia para a Sociedade da Informação e Meios de Comunicação Social, defendeu esta manhã que os governos não devem interferir nas matérias editoriais dos órgãos de comunicação social.
A comissária, que está a participar em Lisboa num debate subordinado ao tema "Os media da nova geração na era editorial", recusou-se a comentar assuntos da política interna portuguesa mas afirmou que as questões editoriais na área dos media devem ser reguladas pela própria classe profissional, nomeadamente pelos códigos de conduta dos jornalistas.
"Não compete aos governos nem aos comissários europeus ditar regras sobre questões editoriais", sublinhou Viviane Reding.
Estas declarações surgem numa altura em que a classe jornalística tem vindo a contestar a recente aprovação, por parte da Assembleia da República, do no Estatuto do Jornalista, um projecto do executivo socialista lidera pelo Ministro Augusto Santos Silva.
A contestação está a ter a sua expressão mais visível através do "Movimento Informação é Liberdade" (MIL) que ontem à tarde entregou na Presidência da República um manifesto intitulado "Alerta ao País", uma lista com mais de 700 subscritores que contestam aquele que consideram ser "o mais violento ataque à liberdade de Imprensa em 33 anos de democracia".
O abaixo-assinado foi acompanhado por um memorando jurídico preparado pelo advogado Francisco Teixeira da Mota, explicando as razões da oposição ao novo Estatuto do Jornalista.