O conselho de administração da Mota-Engil assegura, numa clarificação adicional à proposta que esta sexta-feira, 27 de Dezembro, vai ser votada em assembleia geral de accionistas, que a Mota-Engil África, sub-holding que pretende cotar numa bolsa europeia no segundo trimestre do próximo ano, irá pagar dividendos. 

A condição colocada para a atribuição do dividendo — a de as contas da sociedades reportadas ao exercício de 2013 revelarem a existência de fundos distribuíveis em montante suficiente — “já se encontrava preenchida a 30 de Setembro de 2013, o que permite concluir que a sua verificação se pode ter por segura”, refere a administração do grupo numa informação enviada à CMVM.

Como acrescenta, “a distribuição do dividendo será feita por contrapartida da reserva de prémio de emissão não alocada a outras atribuições, e, quanto ao remanescente, por contrapartida de parte do lucro de 2013”.

Os accionistas da Mota-Engil vão deliberar esta sexta-feira sobre a atribuição condicional gratuita de acções ordinárias, representativas de 20% do capital social da Mota-Engil África, que deverá ser cotada numa bolsa europeia no próximo ano.

O conselho de administração do grupo entendeu clarificar este ponto da ordem de trabalhos da AG, explicando que o processo de constituição da Mota-Engil África resultou da implementação do novo modelo organizacional do grupo aprovado no início de 2012, no âmbito do qual a sua matriz de negócios passou a ser estabelecida por áreas geográficas.

Além de referir o objectivo de admissão à negociação em mercado regulamentado de Estado membro das União Europeia, “que presentemente se espera poder ser concretizado durante o primeiro semestre de 2014”, a administração do grupo clarifica que “a atribuição condicional gratuita a deliberar terá por objecto acções de sociedade sub-holding, sedeada em Estado membro da União Europeia, que detenha a totalidade do capital social da referida Mota-Engil Engenharia e Construção África”. É esta a sociedade em que, na sequência e por via do processo cisão-fusão completado no início deste mês Dezembro, “se encontram presentemente agregados os negócios e a actividade em África” do grupo.

Segundo a mesma clarificação do conselho de administração, os activos da sub-holding, designada na proposta por Mota-Engil África representam actualmente cerca de 42% da actividade total do Grupo Mota-Engil (2012: 32%) e 61% em termos de rentabilidade operacional (2012: 47%)”.

A Mota-Engil África agregará, assim, “em especial através da sua participação na Mota-Engil Engenharia e Construção África, os negócios e a actividade do Grupo Mota-Engil em África, incluindo as áreas de diversificação do grupo (ambiente e serviços e concessões de transportes), com uma actividade muito representativa em Angola, Moçambique e o Malawi, e em expansão e/ou em estudo na África do Sul, Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe, Zâmbia, Gana e Zimbabwe.

O conselho de administração sublinha ainda que Mota-Engil África “continuará a procurar alargar geograficamente a sua actividade, avaliando novos mercados e a diversificação para novas áreas de negócio, estabelecendo um compromisso com o desenvolvimento destas economias com elevado potencial”.

Na mesma nota, o grupo esclarece ainda que, “em caso de aprovação da proposta de atribuição condicional gratuita de acções da Mota-Engil África, “é intenção do conselho de administração promover o destaque dos direitos conferidos no do mês de Janeiro, em data a anunciar com antecedência não inferior a 5 dias de negociação ao início da transacção ex-rights”.