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Morreu Jorge de Mello

Empresário, com 92 anos, faleceu no Sábado vítima de doença prolongada. Foi presidente da Cuf e detinha a Nuntriveste, empresa especializada no negócio dos azeites. O funeral realiza-se hoje.

Correio da Manhã
Negócios 11 de Novembro de 2013 às 08:54
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O empresário Jorge de Mello morreu no passado Sábado, no Hospital Infante Santo, em Lisboa, noticiam vários jornais esta segunda-feira.

 

Vítima de doença prolongada, Jorge de Mello tinha 92 anos e há vários que estava já afastado da liderança dos negócios, devido ao seu estado de saúde.

 

Segundo informou a família do empresário à Lusa, o funeral de Jorge de Mello realiza-se hoje no Cemitério de São Marçal - Lourel, em Sintra. O corpo sairá da Basílica da Estrela, em Lisboa, pelas 15h00, sendo celebrada missa de corpo presente pelas 14h15.

 

O empresário era neto do fundador da Cuf, Alfredo da Silva, tendo liderado esta empresa (que chegou a ser a maior de Portugal), entre 1942 a 1966, tendo sucedido ao seu pai, Manuel de Melo. Nessa altura, e acordo com um comunicado da Nuntriveste, o Grupo CUF valia 5% de toda a riqueza produzida em Portugal, detendo cerca de 180 empresas entre as quais Banco Totta e Açores, Império, CUF, Tabaqueira, Lisnave, Setenave ou Compal e empregando perto de 110 mil pessoas.

 

O “Público” lembra que após o 25 de Abril e o processo de nacionalizações, Jorge de Mello deixou o país, tendo regressado mais tarde para lançar novos projectos, com o irmão, embora sem conseguir reconstruir o grupo industrial ligado à família.

 

Tal como consta na sua página na Wikipédia, o relançamento empresarial foi alavancado com financiamento bancário e com o produto da venda da casa onde nasceu, a Quinta da Riba Fria, e da Herdade do Peral, neste caso a Américo Amorim. 

 

Irmão de José Manuel de Mello, Jorge de Mello ficou com os negócios da família ligados à área industrial, tendo focado a actividade da Nutrinveste no sector agro-alimentar, como destaque para o azeite. Já o grupo José de Melo focou-se no sector da saúde (Cuf), financeiro (Banco Melo, depois vendido ao BCP) e nas auto-estradas (Brisa).

 

A Sovena, que fabrica os azeites Oliveira da Serra em Portugal, Andorinha no Brasil e Olivari nos EUA, comercializa mais de 170 mil toneladas de azeite por ano, tem unidades de produção em 5 países (Portugal, Espanha, EUA, Tunísia e Marrocos) e emprega mais de 1.200 pessoas em todo o Mundo.

 

"Um empresário nunca se reforma. Não por uma questão de conquista, mas antes de continuidade", era uma frase que gostava de utilizar, recorda o “Público”.

 

O “i” destaca a morte de Jorge de Mello como o “adeus ao último grande industrial” e recorda uma das histórias mais conhecidas do empresário. Na altura em que vendeu a - onde família e amigos costumavam caçar - a Américo Amorim. Na assinatura do contrato par a venda da grande herdade do Peral, no Alentejo, Américo Amorim terá dito, "sou o homem mais rico de Portugal", ao que Jorge de Mello respondeu: "Cuidado, que eu também já fui."

 

(notícia actualizada às 10h35 com a data do funeral)

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