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Moratórias: António Saraiva propõe recurso ao BEI para reestruturar dívida das empresas

Admitindo um incumprimento de 25% a 30% nas moratórias das empresas, que já se aproximarão dos 30 mil milhões de euros, António Saraiva propõe que o Estado articule o recurso a uma linha do BEI para facilitar a reestruturação da dívida junto da banca. A solução terá de ser encontrada antes de setembro.

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Admitindo uma taxa de incumprimento de 25% da 30% nas moratórias das empresas, que já se aproximarão dos 30 mil milhões de euros, o presidente da CIP vai propor ao Governo o recurso a uma linha do Banco Europeu de Investimento (BEI) que facilite a troca de moratórias por empréstimos de longo prazo.

Em entrevista ao Negócios e à Antena 1, António Saraiva pede "uma metodologia articulada" entre a banca e o Governo, a quem vai apresentar uma proposta nas próximas semanas, para evitar chegar a setembro, data em que terminam as moratórias, sem uma solução.

Como? "Recorrendo ao BEI, por exemplo. O Estado português recorrer ao BEI e, recolhendo capital do BEI, poder solucionar o problema e as empresas terem a possibilidade de, resgatando em condições – imagine, com um empréstimo com outro figurino, com outras características – libertarem-se da data de 23 de setembro, reestruturando a dívida", defende o presidente da Confederação Empresarial (CIP).


António Saraiva explica que a banca espera incumprimento de 25% a 30% nas moratórias das empresas
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Em entrevista ao Negócios e à Antena 1, o presidente da CIP refere que propõe o recurso a uma linha do Banco Europeu de Investimento que permita empréstimos de longo prazo.

Dos 46 mil milhões de euros em moratórias, 24 mil milhões é crédito de empresas, um número que, segundo refere, já evoluiu e já se aproxima dos 30 mil milhões.

"A banca que é conhecedora dos clientes vai ter de, articuladamente com o Governo e, caso a caso, ajudar aquelas que manifestamente não vão conseguir honrar esse compromisso até 23 se setembro. Isto passa por dar à empresa um quadro de solução que alivie o problema mas crie uma condição de protelar no tempo com outra figura que não moratória, mas um empréstimo de longo prazo, uma figura que alivie a pressão da empresa", descreve.

Questionado sobre o possível nível de incumprimento, António Saraiva respondeu que pensa "que aquilo que a banca espera é à volta de entre 25% a 30%, que possamos ter um problema dessa dimensão".

"É a perceção que criei fundamentada nas conversas que tenho mantido quer com a banca, quer com os empresários, quer com o próprio governo porque o Ministério da Economia está preocupado em encontrar uma solução", justifica.

O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, disse recentemente no Parlamento que em relação aos créditos em moratória, cerca de 20% está em "stage 2" – há sinais de que possam não vir a ser pagos – e cerca de 6% em nível de incumprimento.

A 30 de Março, os créditos que tinham já saído de moratória tinham uma taxa de incumprimento de 3%, "muito abaixo da média do sistema", referiu na altura Mário Centeno.

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