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António Saraiva: “Receio que alguma reestruturação de recursos humanos seja inevitável"

O presidente da CIP admite mais despedimentos após o fim das obrigações relativas ao lay-off ou às linhas de crédito, em vários setores. Hotelaria, restauração, agroindústria, agroalimentar ou automóvel são os que refere, em entrevista ao Negócios e à Antena 1.

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O presidente da CIP admite que estão a ser preparados despedimentos em empresas de vários setores, que poderão avançar quando acabarem as obrigações relativas ao acesso às linhas de crédito ou ao lay-off.

"Há setores que nos anunciam que, inevitavelmente, vão ter de reestruturar o quadro de recursos humanos, o que faz prever que o desemprego vá ser ligeiramente superior àquele que hoje registamos", diz António Saraiva.

O presidente da CIP refere-se à "dificuldade da retoma", às "ondas sucessivas de confinamentos" ou ao "medo que os cidadãos têm de circularem e consumirem naturalmente" como fatores penalizadores da procura.

"Se não houver aqui uma situação extraordinária de otimismo correspondido, receio que alguma reestruturação de recursos humanos seja inevitável".

Hotelaria, restauração, agroindústria, agroalimentar e automóvel são os setores especificamente referidos pelo presidente da CIP, numa entrevista ao Negócios e à Antena 1 que será publicada na íntegra esta segunda-feira. "Tudo aquilo que seja fruto da falta de procura vai ter inevitáveis reflexos".

"No final daquilo a que as empresas estão obrigadas por terem recorrido a linhas de apoio, esgotado o termo do layoff, em que as empresas se vejam de novo confrontadas com os custos para os quais não têm receitas que os superem, vai ser forçoso, nalgumas empresas, essa reestruturação. Com que dimensão não sabemos", acrescenta, considerando que o impacto da crise no mercado de trabalho foi até ao momento relativamente contido.

"Vamos continuar com esse esforço, vamos continuar a tentar evitar o mais possível o desemprego, mas há situações em que isso não vai ser possível", diz.

Os dados provisórios do INE apontam para a destruição de 168 mil postos de trabalho entre janeiro de 2020 e janeiro de 2021. Isto apesar de a taxa de desemprego só ter subido quatro décimas, para 7,5%.

As empresas em lay-off podem cessar contratos de trabalho a termo, avançar para rescisões por acordo ou dispensar trabalhadores em período experimental.

Não podem avançar para despedimentos coletivos ou para extinção de posto de trabalho até dois meses após o fim do acesso ao apoio.

Na semana passada, o presidente da associação de hotelaria de Portugal, Raul Martins, admitiu despedimentos "se o apoio ao emprego, pagando a totalidade do salário daqueles que não trabalham, não se prolongar para além de setembro". Em causa estará o chamado "apoio à retoma" que o Governo prometeu manter até essa altura.

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