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Martifer agrava prejuízos e negoceia reestruturação de dívida com a banca

A empresa dos irmãos Martins aumentou os prejuízos em 36%, baixou as receitas em 29% e o EBITDA reduziu-se a menos de metade. A empresa está em negociações com a banca para reestruturar a dívida.

Record
09 de Abril de 2015 às 20:41
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A Martifer voltou piorar os seus indicadores financeiros em 2014, com o agravamento dos prejuízos e a descida das receitas neste que foi o sexto ano consecutivo de prejuízos para a empresa dos irmãos Martins.      

 

Os resultados líquidos foram negativos em 93,5 milhões de euros, um aumento de 36% face ao ano anterior. As receitas caíram 29% para 225,8 milhões de euros, num ano em que o EBITDA baixou 62% para 6 milhões de euros.

 

No relatório e contas de 2014, a Martifer justifica o "decréscimo significativo" no EBITDA com o facto de a unidade de negócios RE Developer não ter repetido este ano o encaixe com parques eólicos que conseguiu em 2013.

 

Na unidade Construção Metálica, que tem um peso de 86% na actividade da empresa, as receitas caíram 27% e o EBITDA foi negativo em 7,3 milhões de euros (menos de metade do verificado no período homólogo), uma vez que "esta área continua a ser fortemente prejudicada pela recessão do sector de construção".

 

A contribuir fortemente para o agravamento dos prejuízos da Martifer estiveram também os resultados das actividades descontinuadas, que foram negativos em 65 milhões de euros, devido ao contributo da Martifer. A empresa passou a contabilizar esta unidade de negócio como um activo não corrente detido para venda, uma vez que tem em execução um plano de venda da posição de 55% que detém nesta companhia.

 

Reestruturar dívida

 

Um dos poucos indicadores que registou uma evolução positiva em 2014 foi a dívida líquida, que baixou em 53 milhões no passado, para 283 milhões de euros, também influenciada pela venda da unidade de energia solar. Este foi o segundo ano consecutivo de descida da dívida da Martifer, que em 2008 chegou a atingir 495 milhões de euros.

 

No Relatório e Contas de 2014 a Martifer diz que "continua focalizada no processo de diminuição da dívida líquida, como tal, irá continuar empenhada no processo de venda de activos não 'core': segmento solar, parques eólicos e, residualmente, pela venda de projectos imobiliários, no decorrer de 2015".

 

No mesmo documento, a Martifer adianta que no final do ano passado, "procurou junto das principais instituições financeiras reestruturar a sua dívida através do reescalonamento do vencimento ao longo do tempo, alargando a maturidade média da dívida para a tornar mais coincidente com o grau de permanência dos seus activos de longo prazo".

 

O objectivo passa por baixar a maturidade da dívida para um nível que "permita que os excedentes de tesouraria sejam suficientes para cumprir com as suas responsabilidades", sendo que a Martifer tem a expectativa de "concluir o processo de negociação durante o primeiro semestre de 2015".

 

Um pouco mais de um quarto da dívida da Martifer é de curto prazo, sendo grande parte da dívida de longo prazo (98%) está a taxa variável.

 

 

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