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Manifesto pede análise para a introdução da energia nuclear em Portugal

As cerca de 50 personalidades ligadas ao manifesto sobre energia vão hoje colocar em cima da mesa a possibilidade de analisar a introdução do nuclear em Portugal.

01 de Fevereiro de 2012 às 08:02
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No manifesto, a que a agência Lusa teve acesso, os signatários referem que "não há nenhuma razão técnica para que em Portugal não se considere a análise da energia nuclear no estudo das diversas opções possíveis para a produção da energia eléctrica".

As personalidades, entre as quais se contam nomes como Alexandre Relvas, António Cardoso e Cunha, Francisco Van Zeller, Henrique Neto, João Salgueiro, Borges Gouveia, José Ribeiro e Castro, José Veiga Simão, Mira Amaral, Valente de Oliveira, Miguel beleza, Miguel Cadilhe, Patrick Monteiro de Barros e Pedro Sampaio Nunes, dizem estar "conscientes de que um país só tem direito de construir uma central nuclear se dispuser de um organismo do Estado técnica e politicamente independente".

Pedro Sampaio Nunes afirmou à Lusa que seria também uma forma de aproveitar "os recursos endógenos" do país, já que está provada a existência de urânio, bem como gás de xisto, reafirmando que a energia nuclear "é a forma mais competitiva de geração eléctrica".

O manifesto indica ainda que a recente crise de Fukushima, no Japão, "obriga a que a opção nuclear seja cuidadosamente escrutinada face às questões de segurança", mas frisa a necessidade de "ter presente que a energia nuclear constitui a fonte primária mais importante para a produção de electricidade na Europa, garantindo cerca de 30 por cento do seu total".



Por essa razão, este grupo de personalidades considera que "o seu eventual abandono não pode ser decidido sob pressão das circunstâncias".

Os signatários acrescentam que a perspectiva de "virem a ser instaladas centrais mais evoluídas e muito mais seguras também não justifica um abandono definitivo da opção nuclear".

E dão os exemplos da Suécia, Finlândia, Reino Unido, Polónia, França e países de Leste, que "declararam a manutenção dos seus planos de novo investimento em centrais nucleares", apesar do abandono da Alemanha e Suíça.

O manifesto indica que uma das principais razões para a contínua aposta destes países no nuclear "é a impossibilidade reconhecida de se poderem diminuir as emissões de gases de efeito de estufa" sem considerar aquela opção.

O outro argumento determinante "é a competitividade intrínseca desta forma de energia", dando o exemplo dos Emirados Árabes Unidos, que adjudicaram recentemente à Coreia do Sul quatro centrais nucleares por um valor unitário de 3,5 mil milhões de euros com preços de energia de 30,3 dólares (24 euros) por 'megawatt/hora', "valores muito inferiores aos que são praticados no mercado ibérico".

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