Notícia
Maços “slim” chumbados por serem demasiado finos
Há cerca de três semanas que os cigarros “slim” estão praticamente esgotados em Portugal. A nova lei do tabaco impõe um tamanho mínimo para os avisos de saúde. Por isso, as alfândegas obrigaram as marcas a “engordar” os maços deste tabaco.
Fuma aqueles cigarros mais finos, que são comercializados com a indicação "slim"? Se sim, já deve ter reparado que tem sido muito difícil de os encontrar nos habituais pontos de venda, como tabacarias ou gasolineiras.
A razão é simples: com a nova lei do tabaco, as embalagens têm de ter duas advertências laterais de saúde com um mínimo de 20 milímetros de largura. E as autoridades portuguesas entendem que nos maços "slim" essa regra não é respeitada.
"Há pelo menos três semanas que tudo o que é ‘slims’ está esgotado", conta Luís, proprietário de um quiosque junto à praça do Saldanha. E qual é a razão? Nuno Cavalheira Antunes, gerente da SreiDistri, empresa importadora da marca líder no mercado do tabaco "slim", a grega Karelia, explica que se trata de uma questão técnica.
Os operadores têm que solicitar previamente à alfândega a autorização para produzir tabaco para ser introduzido no mercado português. Uma vez que em Maio entrou em vigor a nova lei do tabaco, que impõe que todos os maços tenham imagens chocantes, foi necessário confirmar que as embalagens estavam de acordo com a legislação. "Enviámos amostras e desenhos das embalagens a perguntar se podia ser assim", detalha Cavalheira Antunes. Em Maio, a alfândega disse que os maços de tabaco "slim" não cumpriam as regras nas advertências de saúde na parte lateral do maço.
Isto porque essas advertências têm de ter, no mínimo, 20 milímetros de largura. Para os fabricantes, a largura deveria ser medida ao comprido, da base para o topo do maço; mas as alfândegas consideram que a largura é a distância que separa cada uma das faces do maço. Assim sendo, a única solução foi engordar o maço.
"As fábricas que produzem os maços de tabaco ‘slim’ têm que mudar as máquinas", porque agora os maços terão "o dobro do tamanho dos cigarros que levam lá dentro".
Isso significa que os maços vão ter mais cigarros? Não. A solução, antecipa, pelo menos na marca grega Karelia, será "continuar a fazer maços com 20 cigarros, mas com qualquer coisa a ocupar o espaço que não é ocupado, para evitar que os cigarros fiquem amachucados".
De acordo Nuno Cavalheira Antunes, o processo está a ser especialmente lento porque "noutros países da Europa estão a ser comercializados os mesmos maços" finos. Portugal é, portanto, caso único. A expectativa deste gerente é que a situação esteja normalizada em Setembro, altura em que as novas embalagens de tabaco "slim" deverão chegar aos pontos de venda.
Tiago Souza d’Alte, responsável institucional da Imperial Tobacco, que comercializa JP Slim, confirma que "o produto não está a chegar" aos pontos de venda e adianta que o operador está em "processo de readaptação dos formatos" das embalagens, devido a problemas de "dimensões" que decorrem da nova lei do tabaco.
Contactada pelo Negócios, fonte oficial do Ministério das Finanças apenas afirmou que "não se confirma a existência de constrangimentos no que respeita aos maços de tabaco ‘slim’", sem dar mais detalhes.
A razão é simples: com a nova lei do tabaco, as embalagens têm de ter duas advertências laterais de saúde com um mínimo de 20 milímetros de largura. E as autoridades portuguesas entendem que nos maços "slim" essa regra não é respeitada.
Os operadores têm que solicitar previamente à alfândega a autorização para produzir tabaco para ser introduzido no mercado português. Uma vez que em Maio entrou em vigor a nova lei do tabaco, que impõe que todos os maços tenham imagens chocantes, foi necessário confirmar que as embalagens estavam de acordo com a legislação. "Enviámos amostras e desenhos das embalagens a perguntar se podia ser assim", detalha Cavalheira Antunes. Em Maio, a alfândega disse que os maços de tabaco "slim" não cumpriam as regras nas advertências de saúde na parte lateral do maço.
Isto porque essas advertências têm de ter, no mínimo, 20 milímetros de largura. Para os fabricantes, a largura deveria ser medida ao comprido, da base para o topo do maço; mas as alfândegas consideram que a largura é a distância que separa cada uma das faces do maço. Assim sendo, a única solução foi engordar o maço.
"As fábricas que produzem os maços de tabaco ‘slim’ têm que mudar as máquinas", porque agora os maços terão "o dobro do tamanho dos cigarros que levam lá dentro".
Isso significa que os maços vão ter mais cigarros? Não. A solução, antecipa, pelo menos na marca grega Karelia, será "continuar a fazer maços com 20 cigarros, mas com qualquer coisa a ocupar o espaço que não é ocupado, para evitar que os cigarros fiquem amachucados".
De acordo Nuno Cavalheira Antunes, o processo está a ser especialmente lento porque "noutros países da Europa estão a ser comercializados os mesmos maços" finos. Portugal é, portanto, caso único. A expectativa deste gerente é que a situação esteja normalizada em Setembro, altura em que as novas embalagens de tabaco "slim" deverão chegar aos pontos de venda.
Tiago Souza d’Alte, responsável institucional da Imperial Tobacco, que comercializa JP Slim, confirma que "o produto não está a chegar" aos pontos de venda e adianta que o operador está em "processo de readaptação dos formatos" das embalagens, devido a problemas de "dimensões" que decorrem da nova lei do tabaco.
Contactada pelo Negócios, fonte oficial do Ministério das Finanças apenas afirmou que "não se confirma a existência de constrangimentos no que respeita aos maços de tabaco ‘slim’", sem dar mais detalhes.
Nova lei trouxe imagens chocantes A nova lei do tabaco, que entrou em vigor no passado dia 20 de Maio, trouxe várias alterações às embalagens que contenham tabaco. A partir dessa data, todo o novo tabaco introduzido no mercado passou a ter de conter imagens chocantes, que complementou a advertência de saúde em forma de texto que já era exibida. As fotos, a cores, ilustram operações cirúrgicas, cadáveres ou amputações. Nas laterais dos maços de tabaco desapareceu a indicação da quantidade de alcatrão, nicotina e monóxido de carbono, passando a constar duas novas advertências: "O fumo do tabaco contém mais de 70 substâncias causadoras de cancro" e "Fumar mata – deixe já". São estas duas advertências que se estão a revelar problemáticas nos maços de tabaco "slim".