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O choque é a dobrar no tabaco de enrolar

É esta sexta-feira que entram em vigor as novas regras para a rotulagem e venda de tabaco, com a obrigação da exibição de imagens chocantes. Já o tabaco de enrolar vai triplicar o peso e o preço.

Miguel Baltazar/Negócios
20 de Maio de 2016 às 09:00
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A nova lei do tabaco começa a produzir alguns dos seus principais efeitos esta sexta-feira, com a obrigatoriedade de se passar a exibir imagens chocantes. No caso do tabaco de enrolar esses efeitos serão particularmente notórios. Isto porque a transposição da directiva comunitária também implica que passe a existir um peso mínimo nas embalagens de tabaco de enrolar, algo que até agora não existia.

Isso significa que as actuais embalagens de 10 gramas (o tamanho mais pequeno em comercialização) vão triplicar para um peso mínimo de 30 gramas. E o preço também triplica.

Esta obrigação consta da nova lei do tabaco, aprovada no ano passado e implica que, a partir desta sexta-feira, todo o novo tabaco de enrolar (oficialmente designado de tabaco de corte fino) que seja introduzido no mercado já tenha um peso mínimo de 30 gramas.

O tabaco que tenha sido introduzido até esta quinta-feira pode ser vendido durante um ano, até 20 de Maio de 2017.

Para o bolso dos fumadores deste tipo de tabaco são más notícias. O tabaco de enrolar já tinha sido especialmente visado pelo aumento de impostos do Orçamento do Estado para este ano, com uma subida média de 17%. Agora, os consumidores terão de desembolsar bem mais dinheiro de uma só vez quando se deslocarem à tabacaria.

Actualmente, uma embalagem de 10 gramas de Chesterfield custa 2,40 euros. A bolsa de 10 gramas de West Red custa 2,30 euros. Segundo os cálculos do Negócios, para absorver o aumento do peso mínimo e da nova fiscalidade sobre o tabaco de enrolar, o preço da embalagem de Chesterfield passará para nove euros, enquanto o West Red passará a custar 8,60 euros.

Estes cálculos partem do princípio que o vendedor vai manter as margens.

Já estão à venda, actualmente, embalagens com peso superior a 10 gramas, habitualmente em latas.

Imagens chocantes chegam ao tabaco

As novas embalagens de tabaco de enrolar também vão ter de mudar, para passarem a incluir uma das medidas mais polémicas da nova lei do tabaco: a utilização de imagens chocantes.

A partir desta sexta-feira, todo o tabaco que seja produzido ou importado passa a ter de apresentar, nas embalagens, uma advertência de saúde que combina texto com uma fotografia a cores chocante, que ilustra operações cirúrgicas, cadáveres ou doenças provocadas pelo consumo de tabaco, como cancros, amputações ou cegueira.

O surgimento destas novas imagens chocantes não será, contudo, imediato. Os novos maços só deverão surgir quando o actual stock for escoado nos pontos de venda, algo que deverá acontecer dentro de, pelo menos, um mês.


Preço dos cigarros aumentou mais do que o imposto A nova fiscalidade para o tabaco não poupou os cigarros e os operadores do sector começaram a aumentar os preços no final do mês passado. Tal como escreveu então o Negócios, e de acordo com simulações da Associação Portuguesa de Grossistas de Tabaco, bastaria que o preço de venda aumentasse 10 cêntimos na maioria dos maços para que a subida do imposto fosse absorvida, porque a nova fiscalidade penaliza mais os maços mais baratos. Porém, a maioria das marcas optou por aumentar os preços em 20 cêntimos. É isso que acontece no Marlboro, que passou de 4,70 euros para 4,90 euros, ou no Camel, de 4,40 para 4,60 euros.
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