Notícia
Luso Pirotecnia lança fogo-de-artifício em 20 países
Empresa tem três fábricas em Portugal, mas neste momento mais de metade da sua produção é para o estrangeiro
Franco Dragone foi durante anos director do Cirque du Soleil, mas agora dá o seu nome a uma empresa de entretenimento com espectáculos em Las Vegas e Macau. Espectáculos esses que contam com fogo-de-artifício produzido em Portugal, pela Luso Pirotecnia. "Conseguimos trabalhar com o Dragone. E há pouco tempo ele saiu e montou a sua própria empresa de espectáculos, que tinha um espectáculo em Macau e em Las Vegas. Desenhou o espectáculo da Celine Dion", explicou ao Negócios Vítor Machado, administrador da empresa.
O negócio do fabrico de material pirotécnico está concentrado no sul da Europa, adianta Vítor Machado, que diz que apesar do domínio da China, os produtos da Europa são diferenciadores. "O grande ‘handicap’ que temos como empresa é precisamente a nossa bandeira. Se fosse suíça seria mais fácil vender os nossos produtos caros", explicou o responsável. "Há uma consciência que temos de continuar a fabricar na Europa. A lógica na China é de fabricar e vender. Como não usam os produtos, não têm a mesma sensibilidade na qualidade", explicou.
A ideia de formar o grupo surgiu na altura da Expo 98, explica Vítor Machado. "Na altura o que havia eram oficinas pirotécnicas vocacionadas para o mercado tradicional. E os grandes eventos em Portugal eram sempre feitos com empresas estrangeiras. Não havia aqui nenhuma que tivesse dimensão para executar esse tipo de eventos, adiantou. Foi depois criado "um consórcio com o objectivo de ter alguma dimensão para eventos deste género", segundo o responsável.
A empresa começou depois a internacionalizar-se e agora mais de metade da sua produção é para o estrangeiro.
Vítor Machado pormenorizou ainda que "em Singapura temos uma ‘joint venture’ e temos um escritório na China Continental. Singapura e Macau estão mais vocacionados para a parte de espectáculo. A pirotecnia que usamos não é toda fabricada em Portugal. Fazemos importação da China de alguns materiais e temos de estar o mais próximo possível porque o maior exportador a nível mundial é a China, mais de 90% que é utilizada no mundo".
A empresa realizou alguns espectáculos mais emblemáticos. "Por exemplo, fizemos um espectáculo na Golden Gate Bridge em São Francisco porque nós fazemos semelhante aqui na ponte 25 de Abril. Tem que ver com as cores. O contacto de São Francisco é uma empresa de luso-descendentes de nova geração. Desde então já exportamos para França também" diz o responsável. Já em Portugal, o mercado está em queda. A empresa tem uma facturação de cerca de cinco milhões de euros.
A Expo 98 foi o pretexto para começar a empresa que hoje aposta em força no mercado asiático
GRUPO COMEÇOU COM A EXPO
A Expo 98 levou a que se formasse a Luso Pirotecnia, com quatro empresas do sector que se juntaram para trabalhar no evento. Em 2003, a empresa diversificou a actividade da produção de material pirotécnico para a produção de eventos, com a criação da Luso Events.
INTERNACIONALIZAÇÃO É ESSENCIAL
A Luso Pirotecnia já entrou em 20 países, mas a maior presença é no mercado asiático. "Temos escritórios na Ásia e em Singapura, temos escritório em Macau, em Singapura temos uma 'joint venture' e temos um escritório na China continental", adianta Vítor Machado.
INVESTIMENTO NAS FÁBRICAS
A empresa investiu sete milhões de euros nas três unidades que têm, em Oleiros, Entre-os-Rios e Barbeita (concelho de Monção), em cinco anos. O objectivo foi sobretudo melhorar as condições de segurança.
60 COLABORADORES
O grupo Luso Pirotecnia conta com 50 ou 60 pessoas, em Portugal, são cerca de 50, diz Vítor Machado que espera conseguir manter todos os postos de trabalho, apesar da crise que reduziu os eventos em Portugal. O administrador diz que há um "know how" que a empresa não pode perder.
O negócio do fabrico de material pirotécnico está concentrado no sul da Europa, adianta Vítor Machado, que diz que apesar do domínio da China, os produtos da Europa são diferenciadores. "O grande ‘handicap’ que temos como empresa é precisamente a nossa bandeira. Se fosse suíça seria mais fácil vender os nossos produtos caros", explicou o responsável. "Há uma consciência que temos de continuar a fabricar na Europa. A lógica na China é de fabricar e vender. Como não usam os produtos, não têm a mesma sensibilidade na qualidade", explicou.
A empresa começou depois a internacionalizar-se e agora mais de metade da sua produção é para o estrangeiro.
Vítor Machado pormenorizou ainda que "em Singapura temos uma ‘joint venture’ e temos um escritório na China Continental. Singapura e Macau estão mais vocacionados para a parte de espectáculo. A pirotecnia que usamos não é toda fabricada em Portugal. Fazemos importação da China de alguns materiais e temos de estar o mais próximo possível porque o maior exportador a nível mundial é a China, mais de 90% que é utilizada no mundo".
A empresa realizou alguns espectáculos mais emblemáticos. "Por exemplo, fizemos um espectáculo na Golden Gate Bridge em São Francisco porque nós fazemos semelhante aqui na ponte 25 de Abril. Tem que ver com as cores. O contacto de São Francisco é uma empresa de luso-descendentes de nova geração. Desde então já exportamos para França também" diz o responsável. Já em Portugal, o mercado está em queda. A empresa tem uma facturação de cerca de cinco milhões de euros.
"A redução de eventos é expectável, mas é um bocado populista"
Vítor Machado alerta para as consequências de encarar os espectáculos e o entretenimento como desperdício de dinheiro e diz que o fogo-de-artifício gera negócio para restaurantes e mais impostos.
Está a notar dificuldades este ano no sector?
Tem havido uma redução do consumo em Portugal e por sorte nós apostamos na exportação. Este ano há uma redução muito grande, nem sequer vou dar números.
Era expectável?
Sim é expectável, mas é um bocadinho populista. O que nós fazemos gera dinheiro. Dou sempre o exemplo da Madeira. Normalmente, nos fogos-de-artifício há sempre aquela noção popular que são um desperdício. Não sei se alguém já fez o estudo de qual é o retorno que tem o espectáculo daMadeira. Gera retorno em termos de hotelaria, passagens aéreas, taxas portuárias porque temos normalmente sete cruzeiros que iam à Madeira para ver o espectáculo de pirotecnia. É um impacto que o tal milhão de euros que se investe, representará para cima de 10 milhões de euros de certeza. É um bocadinho redutor ver os eventos como desperdício de dinheiro. Já passámos várias fases: as pessoas acham que é tudo um desperdício e depois descobrem que na vida há mais alguma coisa. A seguir à Expo também houve assim um bocadinho de exagero em termos de eventos.
Isto tem consequências?
Mexe directamente com as pessoas que trabalham connosco.
Podem fazer alguma reestruturação?
Estamos a tentar não fazer, até porque com projectos que temos no futuro achamos que podemos conseguir não fazer. Mas é muito chato se tivermos, sobretudo porque são pessoas que têm muito conhecimento. Um "know how" que poderá desaparecer.
Está a notar dificuldades este ano no sector?
Tem havido uma redução do consumo em Portugal e por sorte nós apostamos na exportação. Este ano há uma redução muito grande, nem sequer vou dar números.
Era expectável?
Sim é expectável, mas é um bocadinho populista. O que nós fazemos gera dinheiro. Dou sempre o exemplo da Madeira. Normalmente, nos fogos-de-artifício há sempre aquela noção popular que são um desperdício. Não sei se alguém já fez o estudo de qual é o retorno que tem o espectáculo daMadeira. Gera retorno em termos de hotelaria, passagens aéreas, taxas portuárias porque temos normalmente sete cruzeiros que iam à Madeira para ver o espectáculo de pirotecnia. É um impacto que o tal milhão de euros que se investe, representará para cima de 10 milhões de euros de certeza. É um bocadinho redutor ver os eventos como desperdício de dinheiro. Já passámos várias fases: as pessoas acham que é tudo um desperdício e depois descobrem que na vida há mais alguma coisa. A seguir à Expo também houve assim um bocadinho de exagero em termos de eventos.
Isto tem consequências?
Mexe directamente com as pessoas que trabalham connosco.
Podem fazer alguma reestruturação?
Estamos a tentar não fazer, até porque com projectos que temos no futuro achamos que podemos conseguir não fazer. Mas é muito chato se tivermos, sobretudo porque são pessoas que têm muito conhecimento. Um "know how" que poderá desaparecer.
A Expo 98 foi o pretexto para começar a empresa que hoje aposta em força no mercado asiático
GRUPO COMEÇOU COM A EXPO
A Expo 98 levou a que se formasse a Luso Pirotecnia, com quatro empresas do sector que se juntaram para trabalhar no evento. Em 2003, a empresa diversificou a actividade da produção de material pirotécnico para a produção de eventos, com a criação da Luso Events.
INTERNACIONALIZAÇÃO É ESSENCIAL
A Luso Pirotecnia já entrou em 20 países, mas a maior presença é no mercado asiático. "Temos escritórios na Ásia e em Singapura, temos escritório em Macau, em Singapura temos uma 'joint venture' e temos um escritório na China continental", adianta Vítor Machado.
INVESTIMENTO NAS FÁBRICAS
A empresa investiu sete milhões de euros nas três unidades que têm, em Oleiros, Entre-os-Rios e Barbeita (concelho de Monção), em cinco anos. O objectivo foi sobretudo melhorar as condições de segurança.
60 COLABORADORES
O grupo Luso Pirotecnia conta com 50 ou 60 pessoas, em Portugal, são cerca de 50, diz Vítor Machado que espera conseguir manter todos os postos de trabalho, apesar da crise que reduziu os eventos em Portugal. O administrador diz que há um "know how" que a empresa não pode perder.