A PSA Peugeot Citroën, segundo maior construtor europeu de automóveis, reduziu o objectivo anual de lucros, depois de os resultados líquidos terem caído mais do que esperado no primeiro semestre, devido ao aumento do preço das matérias-primas, que subiu cerca de 450 milhões de euros, segundo as contas da empresa. As acções já caíram 8,3%.

Os resultados líquidos caíram 60% para os 303 milhões de euros nos primeiros semestres do ano, contra os 752 milhões de euros registados no mesmo período em 2005. O CFO da empresa veio dizer que os custos das "commodities" afectaram os resultados operacionais em 206 milhões de euros.

Os resultados brutos, antes de impostos, que a Peugeot define como a margem operacional, caíram 46% no primeiro semestre para 691 milhões de euros, ou seja, 2,4% das vendas, face aos 1,29 mil milhões do período homólogo.

As vendas das marcas Peugeot e Citroën subiram 10.300 para 1.764.500 veículos no primeiro semestre.

O presidente da empresa, num encontro com analistas, voltou a comprometer-se com um corte de custos anual próximo dos 600 milhões de euros.

Mas segundo a Bloomberg, o CEO da companhia está a falhar na estratégia de corte de custos e no aumento das vendas fora da Europa com a rapidez necessária para recuperar os lucros perdidos. Mesmo com a nova versão do modelo 207 e o sucesso do mais vendido 206, a Peugeot diz que no segundo semestre só vai conseguir recuperar 2,4% da margem operacional dos primeiros seis meses.

"Isto é um desastre, um verdadeiro desastre, mesmo com o lançamento no mercado de novos modelos como o 207", diz um analista da Dresdner Kleinwort, citado pela Bloomberg.

As acções da Peugeot caíram 3,8 euros para 41,81 euros. O título já caiu 15% este ano.