Notícia
Lucros trimestrais da Jerónimo Martins disparam 52,4% para 88 milhões
Dona da cadeia de supermercados Pingo Doce anunciou resultados líquidos de 88 milhões de euros até março que comparam com os 58 milhões apurados nos primeiros três meses de 2021.
A Jerónimo Martins fechou o primeiro trimestre com lucros líquidos de 88 milhões de euros, um aumento de 52,4% face a igual período do ano passado.
Em comunicado, enviado esta quinta-feira, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o grupo liderado por Pedro Soares dos Santos dá conta de que as vendas consolidadas aumentaram 15,2% para 5,5 mil milhões de euros até março.
Embora ressalvando que a comparação anual homóloga "requer algum cuidado" - já que o o primeiro trimestre do ano passado foi marcado por "maior severidade pandémica" e incluiu a época festiva da Páscoa -, a Jerónimo Martins realça o "notável crescimento" do grupo num "ambiente de grande incerteza, amplificada pela invasão da Ucrânia" pela Rússia, a 24 de fevereiro, fruto do "forte desempenho de todas as insígnias num contexto de inflação elevada e crescente".
A maior contribuição para os resultados do grupo advém da polaca Biedronka que "manteve uma intensa atividade comercial", com as vendas, contas feitas em euros, a subirem 13,4% para 3,8 mil milhões, o equivalente a sensivelmente 70% do total, um desempenho para o qual "também contribuiu a maior inflação no cabaz".
A guerra na Ucrânia também já começou a surtir efeitos, com a Jerónimo Martins a indicar que, depois de "algum abrandamento no crescimento dos volumes desde o início do ano", o início do conflito no país vizinho "levou a um aumento significativo de volumes em determinadas categorias de produtos em resultado de uma reação inicial de acumulação de bens, da mobilização para os donativos e do elevado número de ucranianos que cruzou a fronteira com a Polónia".
Um pico de volumes que impulsionou o "sólido desempenho" da Biedronka e que "permitiu mitigar a subida dos custos registada em março, assinala a Jerónimo Martins.
A também polaca Hebe registou vendas, em euros, de 72 milhões de eueos, o que reflete um "pulo" de 25,9% e a recuperação face ao primeiro trimestre de 2021 "que foi muito afetado pelas restrições impostas pela realidade pandémica".
Vendas do Pingo Doce crescem 6%
Em Portugal, se, por um lado, "a ausência de restrições relacionadas com a pandemia e a retoma da atividade turística contribuíram positivamente para o contexto operacional, especialmente no que respeita ao canal HoReCa" (hotéis, restaurantes e cafés), por outro, "a inflação alimentar - 5,2% no primeiro trimestre de 2022 contra 1,6% em igual período de 2021 - e a subida dos custos de energia e combustível, pressionaram o rendimento disponível das famílias", assinala a Jerónimo Martins.
E, no equilíbrio dos dois pesos da balança, o Pingo Doce acabou a manter "uma robusta dinâmica comercial", com as vendas a ascenderem a 985 milhões de euros, traduzindo um aumento de 6% no primeiro trimestre do ano, período em que abriu dois espaços e fechou um outro.
O Recheio, por seu turno, registou "uma forte recuperação de vendas em relação a um primeiro trimestre do ano anterior muito afetado pelas limitações ao funcionamento do canal HoReCa e pela ausência de atividade turística", indica o grupo, apontando que as vendas cresceram 31,6% para 228 milhões de euros até março, recuperando para os níveis pré-pandemia.
O grupo assinala, aliás, que o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) combinado do Pingo Doce e Recheio cifrou-se em 68 milhões de euros, ficando 12,8% acima do primeiro trimestre do ano passado, e que a margem foi de 5,6% (que compara com 5,5%), com "o forte crescimento de vendas do Recheio a permitir a recuperação da alavancagem operacional, não obstante o investimento em promoções e a inflação de custos em ambas as insígnias".
Por fim, na Colômbia, a retalhista indica que as vendas da Ara, em euros, deram um "salto" de 61,3% em termos anuais homólogos para 382 milhões, um resultado que também beneficiou do aumento da inflação no cabaz, "embora sempre abaixo do registado no país".
O grupo reportou ainda custos financeiros de 45 milhões de euros - em linha com o primeiro trimestre de 2021 - o inclui "reconhecimento de perdas de conversão cambial", inscrevendo na rubrica de outras perdas e ganhos 13 milhões de euros gastos designadamente em "donativos para suportar os esforços de organizações não-governamentais a trabalhar diretamente no apoio ao povo ucraniano".
Já o programa de investimento entre janeiro e março atingiu 99 milhões de euros, dos quais aproximadamente metade canalizados para a jóia da coroa da Jerónimo Martins: a Biedronka.
Na mensagem que acompanha o relatório financeiro, o presidente do conselho de administração do grupo, Pedro Soares dos Santos, assinala que a "preserverança" das equipas e a "consistência do trabalho" das insígnias constituem a "força por detrás do desempenho", o que se torna "agora ainda mais crítico num contexto de inflação crescente, agravado pela guerra na Ucrânia, que deteriorará o poder de compra dos consumidores em geral e, em especial, o dos grupos socioeconómicos mais desfavorecidos".
"Dois meses volvidos desde o início da ofensiva militar, é para nós claro que a subida de preços dos produtos alimentares, da energia e do combustível será muito superior ao que se perspetivava no início do ano", admite.
Apesar do "horizonte turvado pela incerteza", Pedro Soares dos Santos diz que o grupo não tem dúvidas sobre a sua "primeira prioridade estratégica", a qual passa por "fazer a nossa parte no esforço, necessariamente coletivo, de controlo da inflação, através da defesa dos preços baixos e do investimento em fortes campanhas promocionais que permitam criar oportunidades para as famílias, fortalecer a posição competitiva das nossas insígnias e proteger o crescimento dos volumes".
Quanto às perspetivas para o que resta de 2022, a Jerónimo Martins constata que "prevalece uma envolvente de significativa incerteza associada aos desenvolvimentos da guerra na Ucrânia e à evolução da pandemia de Covid-19", observando que, desde o início do conflito militar, não só "as pressões inflacionistas nos produtos alimentares, na
energia e nos transportes, escalaram", como também se verificou um "aumento substancial da volatilidade das moedas da Europa de Leste".
"Em face dos efeitos do aumento da inflação e das taxas de juro no rendimento disponível das famílias, a competitividade de preço e a criação de oportunidades de poupança para o consumidor tornam-se ainda mais preponderantes na agenda de todas as companhias do grupo", reforça a Jerónimo Martins, renovando a promessa de que "esse esforço de contenção dos preços de venda será assegurado, mesmo que a inflação nos custos coloque pressão adicional nas margens percentuais das insígnias".
Em comunicado, enviado esta quinta-feira, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o grupo liderado por Pedro Soares dos Santos dá conta de que as vendas consolidadas aumentaram 15,2% para 5,5 mil milhões de euros até março.
A maior contribuição para os resultados do grupo advém da polaca Biedronka que "manteve uma intensa atividade comercial", com as vendas, contas feitas em euros, a subirem 13,4% para 3,8 mil milhões, o equivalente a sensivelmente 70% do total, um desempenho para o qual "também contribuiu a maior inflação no cabaz".
A guerra na Ucrânia também já começou a surtir efeitos, com a Jerónimo Martins a indicar que, depois de "algum abrandamento no crescimento dos volumes desde o início do ano", o início do conflito no país vizinho "levou a um aumento significativo de volumes em determinadas categorias de produtos em resultado de uma reação inicial de acumulação de bens, da mobilização para os donativos e do elevado número de ucranianos que cruzou a fronteira com a Polónia".
Um pico de volumes que impulsionou o "sólido desempenho" da Biedronka e que "permitiu mitigar a subida dos custos registada em março, assinala a Jerónimo Martins.
A também polaca Hebe registou vendas, em euros, de 72 milhões de eueos, o que reflete um "pulo" de 25,9% e a recuperação face ao primeiro trimestre de 2021 "que foi muito afetado pelas restrições impostas pela realidade pandémica".
Vendas do Pingo Doce crescem 6%
Em Portugal, se, por um lado, "a ausência de restrições relacionadas com a pandemia e a retoma da atividade turística contribuíram positivamente para o contexto operacional, especialmente no que respeita ao canal HoReCa" (hotéis, restaurantes e cafés), por outro, "a inflação alimentar - 5,2% no primeiro trimestre de 2022 contra 1,6% em igual período de 2021 - e a subida dos custos de energia e combustível, pressionaram o rendimento disponível das famílias", assinala a Jerónimo Martins.
E, no equilíbrio dos dois pesos da balança, o Pingo Doce acabou a manter "uma robusta dinâmica comercial", com as vendas a ascenderem a 985 milhões de euros, traduzindo um aumento de 6% no primeiro trimestre do ano, período em que abriu dois espaços e fechou um outro.
O Recheio, por seu turno, registou "uma forte recuperação de vendas em relação a um primeiro trimestre do ano anterior muito afetado pelas limitações ao funcionamento do canal HoReCa e pela ausência de atividade turística", indica o grupo, apontando que as vendas cresceram 31,6% para 228 milhões de euros até março, recuperando para os níveis pré-pandemia.
O grupo assinala, aliás, que o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) combinado do Pingo Doce e Recheio cifrou-se em 68 milhões de euros, ficando 12,8% acima do primeiro trimestre do ano passado, e que a margem foi de 5,6% (que compara com 5,5%), com "o forte crescimento de vendas do Recheio a permitir a recuperação da alavancagem operacional, não obstante o investimento em promoções e a inflação de custos em ambas as insígnias".
Por fim, na Colômbia, a retalhista indica que as vendas da Ara, em euros, deram um "salto" de 61,3% em termos anuais homólogos para 382 milhões, um resultado que também beneficiou do aumento da inflação no cabaz, "embora sempre abaixo do registado no país".
O grupo reportou ainda custos financeiros de 45 milhões de euros - em linha com o primeiro trimestre de 2021 - o inclui "reconhecimento de perdas de conversão cambial", inscrevendo na rubrica de outras perdas e ganhos 13 milhões de euros gastos designadamente em "donativos para suportar os esforços de organizações não-governamentais a trabalhar diretamente no apoio ao povo ucraniano".
Já o programa de investimento entre janeiro e março atingiu 99 milhões de euros, dos quais aproximadamente metade canalizados para a jóia da coroa da Jerónimo Martins: a Biedronka.
Na mensagem que acompanha o relatório financeiro, o presidente do conselho de administração do grupo, Pedro Soares dos Santos, assinala que a "preserverança" das equipas e a "consistência do trabalho" das insígnias constituem a "força por detrás do desempenho", o que se torna "agora ainda mais crítico num contexto de inflação crescente, agravado pela guerra na Ucrânia, que deteriorará o poder de compra dos consumidores em geral e, em especial, o dos grupos socioeconómicos mais desfavorecidos".
"Dois meses volvidos desde o início da ofensiva militar, é para nós claro que a subida de preços dos produtos alimentares, da energia e do combustível será muito superior ao que se perspetivava no início do ano", admite.
Apesar do "horizonte turvado pela incerteza", Pedro Soares dos Santos diz que o grupo não tem dúvidas sobre a sua "primeira prioridade estratégica", a qual passa por "fazer a nossa parte no esforço, necessariamente coletivo, de controlo da inflação, através da defesa dos preços baixos e do investimento em fortes campanhas promocionais que permitam criar oportunidades para as famílias, fortalecer a posição competitiva das nossas insígnias e proteger o crescimento dos volumes".
Quanto às perspetivas para o que resta de 2022, a Jerónimo Martins constata que "prevalece uma envolvente de significativa incerteza associada aos desenvolvimentos da guerra na Ucrânia e à evolução da pandemia de Covid-19", observando que, desde o início do conflito militar, não só "as pressões inflacionistas nos produtos alimentares, na
energia e nos transportes, escalaram", como também se verificou um "aumento substancial da volatilidade das moedas da Europa de Leste".
"Em face dos efeitos do aumento da inflação e das taxas de juro no rendimento disponível das famílias, a competitividade de preço e a criação de oportunidades de poupança para o consumidor tornam-se ainda mais preponderantes na agenda de todas as companhias do grupo", reforça a Jerónimo Martins, renovando a promessa de que "esse esforço de contenção dos preços de venda será assegurado, mesmo que a inflação nos custos coloque pressão adicional nas margens percentuais das insígnias".