Notícia
Líder da CAP: Sem "repartição equitativa" agricultores estão "sempre com a corda na garganta"
O presidente da CAP, Álvaro Mendonça e Moura, diz ser preciso "uma repartição equitativa" ao longo da cadeia de valor e defende um "observatório de preços" que não só explique quem fica com que percentagem, como tenha poder para fiscalizar práticas como vendas com prejuízo.
A carregar o vídeo ...
O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Álvaro Mendonça e Moura, diz que "tem de haver uma distribuição muito mais equitativa na cadeia de valor que permita que efetivamente o produtor ganhe dinheiro e não esteja sempre com a corda na garganta".
Em entrevista ao Negócios e à Antena 1, defende que o consumidor deve ter acesso a informação transparente de como se formam os preços desde que saem do campo até que chegam às prateleiras, até porque "muita gente quando vê subir o preço de um produto no supermercado conclui que aumentou do lado do produtor e, muitas vezes, não é verdade". E "mesmo quando assim é, porque o gasóleo ou os fertilizantes estão mais caros, o agricultor fica, muitas vezes, com zero do aumento do preço", ressalva.
Neste sentido, "é muito importante que uma pessoa compreenda que dos 2 euros e tal que paga por um quilo de laranjas no supermercado o produtor recebeu umas dezenas de cêntimos", aponta, insistindo que "é preciso que haja uma repartição equitativa do valor na cadeia alimentar". Mas como se consegue isso? Através de um "observatório de preços com poder", responde Álvaro Mendonça e Moura.
"Se eu tiver um observatório que ponha cá fora quem fica com que percentagem do valor e que tenha poder para averiguar se estamos diante de situações como 'dumping' isso obviamente tem um efeito, porque a transparência é um fator inibidor de comportamentos desviantes", argumenta.
Atendendo a que há um observatório de preços (criado pelo Ministério da Agricultura, que faculta os preços de bens alimentares na produção e no consumidor, mas não dispõe de dados que expliquem as diferença, ou seja, as margens) e que cabe à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) fiscalizar práticas como vendas com prejuízo, o presidente da CAP sublinha que mais importante do que a forma é o conteúdo: "Não é particularmente importante que seja através desta organização ou daquela, mas antes que seja feito regularmente e com transparência para que as pessoas de facto percebam onde ficou a margem. Esse ponto é muito importante".
E deixa o alerta: "Se não for feito, teremos cada vez mais os produtores a reconhecerem que mais vale abandonarem" a atividade.
Em entrevista ao Negócios e à Antena 1, defende que o consumidor deve ter acesso a informação transparente de como se formam os preços desde que saem do campo até que chegam às prateleiras, até porque "muita gente quando vê subir o preço de um produto no supermercado conclui que aumentou do lado do produtor e, muitas vezes, não é verdade". E "mesmo quando assim é, porque o gasóleo ou os fertilizantes estão mais caros, o agricultor fica, muitas vezes, com zero do aumento do preço", ressalva.
"Se eu tiver um observatório que ponha cá fora quem fica com que percentagem do valor e que tenha poder para averiguar se estamos diante de situações como 'dumping' isso obviamente tem um efeito, porque a transparência é um fator inibidor de comportamentos desviantes", argumenta.
Atendendo a que há um observatório de preços (criado pelo Ministério da Agricultura, que faculta os preços de bens alimentares na produção e no consumidor, mas não dispõe de dados que expliquem as diferença, ou seja, as margens) e que cabe à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) fiscalizar práticas como vendas com prejuízo, o presidente da CAP sublinha que mais importante do que a forma é o conteúdo: "Não é particularmente importante que seja através desta organização ou daquela, mas antes que seja feito regularmente e com transparência para que as pessoas de facto percebam onde ficou a margem. Esse ponto é muito importante".
E deixa o alerta: "Se não for feito, teremos cada vez mais os produtores a reconhecerem que mais vale abandonarem" a atividade.