O periódico espanhol «Cinco Dias» notícia hoje que o presidente da Telefónica está a negociar a sua saída da empresa, que poderá mesmo ser anunciada hoje.

Membros do núcleo duro da operadora espanhola e os colaboradores mais próximos de Villalonga tentaram convencê-lo de que a sua posição seria insustentável, e que o mais sensato seria procurar uma saída digna.

Este mesmo jornal, tinha revelado que o sistema de “stock options” aprovado por Villalonga para retribuição dos principais executivos da companhia, entre os quais se encontrava ele próprio, deu início a um conflito com o Governo de José Maria Aznar.

A situação agravou-se no mês passado quando o Governo anunciou o veto à fusão da Telefónica com a operadora holandesa KPN, fazendo uso dos direitos especiais que detém na operadora espanhola (golden-shares).

Os dois principais accionistas da empresa (BBVA e La Caixa), pressionados pelo Governo, também se opuseram à fusão.

Outro escândalo de Villalonga reporta-se a Janeiro de 1998, onde a Comissão Nacional de Valores Mobiliários o acusa de ter utilizado informação privilegiada (inside trading) para proveito próprio.

Os rumores da saída de Villalonga da presidência da Telefónica afectaram a cotação desta empresa na bolsa de Madrid, que às 11h20 desvalorizava 0,6% para os 24,95 euros (5002 escudos).

por Renato Rocha