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Jerónimo Martins prevê alcançar lucros líquidos positivos no primeiro trimestre de 2003

A Jerónimo Martins prevê alcançar lucros líquidos positivos no primeiro trimestre de 2003, disse Soares dos Santos, presidente da JM aos analistas. A empresa equaciona alienar mais activos no Brasil e reconverter dívida em acções.

02 de Setembro de 2002 às 18:49
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A Jerónimo Martins prevê alcançar lucros líquidos positivos no primeiro trimestre de 2003, disse Soares dos Santos, presidente da JM aos analistas. A empresa equaciona alienar mais activos no Brasil e reconverter dívida em acções.

Numa conversa com analistas, Soares dos Santos referiu que «numa perspectiva realista», a distribuidora nacional vai registar «no primeiro trimestre de 2003, resultados líquidos positivos», depois de sete trimestres a registar prejuízos.

Esta estimativa tem em conta o «calendário da concretização da operação» de venda da cadeia Jumbo à Royal Ahold que, deverá estar terminada no último trimestre de 2002.

O presidente da JM realça a perspectiva «bastante positiva» para o próximo ano, depois da empresa ter alienado todos os activos não rentáveis até primeiro semestre de 2002.

A empresa apoia o alcance da meta de «break even» em 2003, com um crescimento das actividade na Polónia, através da cadeia Biendronka, com controlo de custos e continuo corte do pessoal.

JM quer sair do Brasil

A distribuidora nacional prevê sair do mercado brasileiro, onde ainda detém 50% de uma empresa conjunta com a Martins & Martins.

A saída dessas operações do balanço da JM está prevista «para quando se fixe as condições de venda», adiantou Luís Palha, administrador financeiro da JM aos analistas.

A JM alienou, no primeiro semestre deste ano, os supermercados Sé, presentes no Estado de São Paulo, ao Grupo Pão de Açúcar com uma menos valia de 80 milhões de euros.

Estratégia em Portugal passa pela redução de preços e controlo de custos

A estratégia do grupo em Portugal passa pelo «reposicionamento no mercado», aumentando a competitividade do grupo e mantendo o controlo de custos, afirmou Soares dos Santos.

Nos primeiros seis meses deste ano, os supermercados Pingo Doce, baixaram, em média, os preços em 6%, salientou Luís Palha, sublinhando que «este reposicionamento está a ser o movimento correcto».

«Conseguimos ser mais competitivos com margens quase iguais», acrescentou o mesmo responsável.

Citando um estudo interno da empresa elaborado no mês passado, Luís Palha disse que «47% das pessoas, questionadas, compram mais no Pingo Doce».

JM admite converter dívida em acções; descarta aumento de capital em 2002

A distribuidora nacional admite converter empréstimos da Ahold em acções da Jerónimo Martins Retalho, onde aquela empresa detém 50% do capital.

Contudo, a empresa nega qualquer reforço da distribuidora holandesa no capital da JMR.

Luís Palha adiantou que a empresa estuda diversos cenários para reforçar a estrutura da companhia.

A empresa prepara-se para a segunda fase do programa de reestruturação, «estudando todos os cenários para reestruturar o capital», referiu Soares dos Santos, descartando qualquer intenção de realizar aumento de capital até ao final do ano.

Despesas de capital ascendem a 80 milhões em 2002; menos de 100 milhões em 2003

Em 2002, a empresa estima gastar em despesas de capital um total de 80 milhões de euros. No primeiro semestre deste ano, a empresa gastou em «capex» cerca de «40 milhões de euros, estimando gastar o dobro até ao fim do ano», salientou Luís Palha.

No próximo ano, a JM prevê investir «menos de 100 milhões de euros», acrescentou a mesma fonte.

«Teremos uma política restrita nos investimentos», confessou mesmo responsável.

Sobre novas aberturas de lojas em Portugal, Soares dos Santos adiantou que não teve qualquer «feedback do governo sobre a regulação nessa matéria», acusando que «parece que esta matéria não é prioridade para o governo».

Divisão da área industrial da retalhista deixa de ser prioridade

No programa de reestruturação apresentado, a JM previa a divisão da área industrial da retalhista para dar mais visibilidade aos títulos em Bolsa.

Soares dos Santos afirmou hoje aos analistas que essa intenção «não é uma das nossas prioridades», uma vez que a empresa abandonou a sua principal actividade na indústria, o sector das águas.

A JM mantém uma posição na Unilever em Portugal, com reduzida contribuição nas contas da empresa, disse a mesma fonte.

Soares dos Santos descartou a hipótese de distinguir as funções de presidente do conselho de administração e da comissão executiva no seio da JM.

As acções da JM encerraram nos 6,65 euros, a cair 3,48%.

Por Bárbara Leite

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