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Jerónimo Martins diz que é viável fazer uma aquisição superior a mil milhões de euros

A retalhista dona do Pingo Doce diz ter capacidade para proceder a uma nova aquisição no valor de mais de mil milhões de euros sem que isso afete as suas finanças.

Biedronka permanece motor de resultados da Jerónimo
29 de Julho de 2021 às 16:11
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Numa altura em que procura expandir a sua rede no Leste da Europa, a Jerónimo Martins diz que pode gastar mais de mil milhões de euros numa nova aquisição sem que isso penalize as suas finanças.

 

Em entrevista à Bloomberg nesta quinta-feira, a diretora financeira (CFO) da retalhista, Ana Luísa Virgínia, diz que "a Roménia é claramente um mercado que temos em vista e no qual continuamos interessados".

 

"Seria bastante viável para nós procedermos a uma aquisição superior a mil milhões de euros", sublinhou a CFO da Jerónimo Martins, acrescentando que a empresa pode usar os seus próprios fundos e recorrer a diferentes opções de financiamento para um potencial negócio.

A retalhista portuguesa comprou a rede de supermercados Biedronka, que opera na Polónia, há mais de duas décadas, tornando-se assim uma empresa que começou na qualidade de uma pequena loja em Lisboa, em 1792, e se tornou na maior operadora de supermercados na Polónia, salienta a Bloomberg.

 

"A maior condicionante prende-se com as restrições decorrentes das viagens [devido à covid-19]", comentou à Bloomberg a CFO da Jerónimo Martins. "Nós somos muito de pôr as mãos na massa e não procedemos à ‘due diligence’ num novo mercado de forma virtual", explicou.

 

Na Polónia, a Biedronka está mais focada em aumentar o número de localizações dos seus estabelecimentos do que em proceder a uma grande aquisição, declarou Ana Luísa Virgínia.

 

Questionada sobre se a Jerónimo Martins poderia estar interessada em comprar as operações do Carrefour na Polónia, depois de a retalhista francesa ter dito em junho que está a refletir sobre o futuro das suas unidades internacionais, a CFO da dona do Pingo Doce disse que "o Carrefour não é um encaixe óbvio".

 

"Mesmo que o Carrefour esteja à venda, eles têm uma grande cadeia na Polónia e a atual quota de mercado e pegada da Biedronka irá trazer muitos condicionalismos", acrescentou.

 

Ontem, a Jerónimo Martins reportou as suas contas dos primeiros seis meses do ano, tendo registado um aumento de 85% dos lucros no segundo trimestre – impulsionado pelas vendas no mercado polaco e português num contexto de flexibilização das restrições decorrentes do coronavírus.

 

Ana Luísa Virgínia disse ainda que a administração da retalhista poderá ponderar o pagamento de um dividendo especial em 2022 se a Jerónimo Martins não proceder a uma aquisição este ano. "Preferíamos ter algum lado onde crescer e ter oportunidades de crescimento. Mas, se no curto a médio prazo, sentirmos que isso não vai acontecer, penso que isto [o dividendo especial] pode ser debatido ao nível da administração. Provavelmente no próximo ano, depois de apresentados os resultados de 2021".


(notícia atualizada às 16:30)

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