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Ikea: uma empresa familiar com muito por revelar

Criticada por não revelar os resultados financeiros e manter uma estrutura de gestão "opaca", a empresa sueca divulgou pela primeira vez os seus lucros anuais. Tudo em nome de uma maior transparência.

01 de Outubro de 2010 às 14:28
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Criada em 1943, a Ikea acumulou ao longo dos anos uma reputação de "secretismo". No ano passado, a empresa foi alvo de um ataque "severo" por parte de um antigo gestor e braço-direito do fundador, Ingvar Kamprad.

No livro "Sanningen om Ikea" ("A verdade sobre a Ikea"), Johan Stenebo acusou Ingvar Kamprad, 83 anos, de ser um "génio ditador" e afirmou que a empresa é gerida por um "grupo aliado do fundador". Stenebo acusa ainda a empresa de gerir uma rede interna de espiões e de impedir estrangeiros de subir na hierarquia.

Neste livro, Johan Stenebo escreve ainda que os três filhos do fundador – que ocupam cargos de topo – não têm capacidades para exercer as suas funções.

Mais de um ano após a divulgação do livro, o novo presidente-executivo – no cargo desde 1 de Setembro de 2009 em substituição de Anders Dahlvig, que esteve na funções durante mais de 10 anos – elegeu a transparência como uma das suas maiores prioridades.

Lucros constantes durante os últimos dez anos

Assim, pela primeira vez, a empresa divulgou publicamente os seus resultados financeiros. Os lucros líquidos subiram 11,3% para 2,5 mil milhões de euros no ano fiscal de 2009.

E, apesar da crise económica e financeira mundial, as vendas da empresa subiram 1,4% para um total de 21,8 mil milhões de euros.

De acordo com um comunicado da Ikea, o resultado líquido dos últimos dez anos tem permanecido constante nos 10% a 13% das receitas da empresa.

Cerca de 79% das vendas foram realizadas na Europa, 15% na América do Norte e 6% na Ásia.

O CEO da empresa, Mikael Ohlsson, prevê obter lucros semelhantes no ano fiscal de 2010. O grupo, que actualmente tem 280 lojas em 26 países, que aumentar a sua presença em mercados como o chinês, o indiano e o russo.

Escândalo de suborno

"Sentei-me na minha velha poltrona e chorei. Chorei como uma criança porque estava muito triste. Estou destroçado com o que aconteceu". Foi desta forma que Ingvar Kamprad reagiu ao escândalo de suborno que atingiu a empresa no início deste ano.

Dois executivos da Ikea na Rússia (o director da Ikea no país e o director imobiliário) admitiram ter aceite subornos relacionados com o fornecimento de energia em dois centros comerciais detidos pela empresa em São Petersburgo.

"Os dois executivos deixaram as suas posições e a Ikea com efeito imediato", revelou a empresa no início de Fevereiro.

O grupo tem 12 centros comerciais na Rússia e em cada um deles tem uma loja Ikea.

Ingvar Kamprad fundou a Ikea em 1943, tenha 16 anos. Vive actualmente na Suíça e foi considerado, no ano passado, o homem mais rico da Suíça com uma fortuna avaliada em 23 mil milhões de euros.
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