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Holanda injecta 10 mil milhões no ING

O ING, maior banco da Holanda, vai receber uma injecção de capital de 10 mil milhões de euros do Estado holandês, depois da instituição financeira ter alertado na sexta-feira que tinha registado prejuízos de 500 milhões de euros no terceiro trimestre, o que levou as acções a afundarem em bolsa.

20 de Outubro de 2008 às 00:11
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O ING, maior banco da Holanda, vai receber uma injecção de capital de 10 mil milhões de euros do Estado holandês, depois da instituição financeira ter alertado na sexta-feira que tinha registado prejuízos de 500 milhões de euros no terceiro trimestre, o que levou as acções a afundarem em bolsa.

O ING vai vender ao Estado holandês acções preferenciais sem direito de voto equivalentes a 10 mil milhões de euros, sendo que esta injecção de capital não vai diluir as posições dos accionistas actuais. Estas acções vão conferir ao Estado holandês um juro anual de 8,5%, anunciou o ministro das Finanças da Holanda, Wouter Bos.

Depois do Dexia e do Fortis, o ING é o terceiro grande banco do Benelux a ser penalizado pela crise financeiro e a ter que recorrer a ajuda estatal. O ING é também o primeiro a utilizar a linha de 20 mil milhões de euros anunciada no início da semana pelo Governo holandês, no âmbito das medidas dos governos europeus para travar a crise.

O ING não vai pagar a última parcela do dividendo anual e consegue elevar o rácio Core Tier I para 8%, depois da injecção de 10 mil milhões de euros.

O Governo holandês nomeia dois representantes para o Conselho de Supervisão do ING e passa a ter uma palavra a dizer na definição dos salários do banco. O CEO do ING, Michel Tilmant, destacou o facto de o ING não ter sido nacionalizado com esta medida.

No início deste mês o Governo holandês tinha já comprado as unidades locais do Fortis e do ABN Amro por 16,8 mil milhões de euros.

As injecções de dinheiros públicos nos bancos estão a acontecer um pouco por todo o mundo, desde os EUA ao reino Unido, passando pela Dinamarca, Islândia, Bélgica e França.

As acções do ING afundaram mais de 20% na sexta-feira, perante rumores de que o banco precisava de ajuda do Governo, o que levou o banco a anunciar antecipadamente que tinha registado prejuízos de 500 milhões de euros no terceiro trimestre.

Quanto às acções a emitir que serão compradas pelo Estado holandês, o ING tem a opção de as recomprar a qualquer altura, sendo que terá que pagar mais 50% do que o valor a que estas são emitidas (10 euros).

O ING, cujas origens remontam a 1743, aceitou suspender o pagamento de bónus aos gestores. “Não somos um grande accionista, mas vamos ter muitos direitos como se fossemos um grande accionista”, disse o ministro holandês.





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