Notícia
Halliburton sabia que cimento para tapar poço da BP estava instável
Empresa responsável pela mistura de cimento destinada a selar o poço que explodiu sabia que havia perigos.
Mais um capítulo na “saga” da pior maré negra da história dos Estados Unidos. A Halliburton, que era responsável pelo fornecimento de cimento para fechar o poço Macondo – que explodiu a 20 de Abril no Golfo do México – sabia que a mistura que planeava usar na selagem era instável.
A imprensa internacional está a destacar esta história, hoje conhecida, que está a provocar um tombo da empresa na negociação em bolsa. Neste momento, segue a perder 8,11% para 31,63 dólares, mas já esteve a afundar 16,15%.
A Bloomberg salienta, citando a comissão norte-americana de investigação do acidente, que o cimento que a Halliburton recomendou para selar o Macondo se tinha revelado instável nos testes e que poderá ter contribuído para a explosão do poço. O “The New York Times” vai mesmo mais longe e diz que a BP também estava a par desta instabilidade. Já o “The Washington Post” refere que a Halliburton realizou quatro testes à mistura de cimento e que três deles revelaram a falha, mas que a empresa só deu a conhecer à BP um desses testes.
Os dados dos testes indicavam que a mistura poderia não aguentar. A comissão responsável pela investigação – depois de ouvir os especialistas da petrolífera Chevron, a quem se pediu recentemente para realizar testes à mistura usada pela Halliburton – sublinha que os testes da Halliburton antes da explosão do Macondo e os testes feitos agora pela Chevron revelam que “a Halliburton – e talvez também a BP – deveriam ter ponderado a reformulação da mistura antes de a injectarem no poço.
O filme dos acontecimentos
Recorde-se que, a 20 de Abril passado, a plataforma “offshore” Deepwater Horizon, que a BP explorava no Golfo do México, explodiu e afundou dois dias depois. O poço Macondo ficou danificado e esteve a verter crude até meados de Julho.
Os custos da limpeza do derrame e das indemnizações a pagar às vítimas revelaram-se elevados e a empresa anunciou que iria vender activos para ter dinheiro para depositar faseadamente num fundo de 20 mil milhões de dólares que concordou em criar. A BP pensa alienar activos no valor de 30 mil milhões de dólares ao longo dos próximos 18 meses.
Nessa altura, a empresa anunciou também a suspensão do pagamento de dividendos durante três trimestres seguidos. Mas no início do mês, Bob Dudley – o novo CEO - declarou ao “Financial Times” que talvez a empresa volte a distribuir dividendos já em 2011.
O novo CEO, que sublinhou que a petrolífera viveu uma “experiência de quase-morte”, avançou que a BP fará tudo para restaurar a confiança dos mercados.
Bob Dudley substituiu Tony Hayward à frente dos destinos da BP no passado dia 1 de Outubro. Depois de um primeiro semestre muito atribulado, em consequência da maré negra, revelou-se imperativo escolher outro CEO. Até porque a América não perdoou a Hayward a forma como respondeu ao derrame.
Hayward, com 53 anos, foi fortemente criticado pela gestão daquele que foi o pior acidente ecológico dos Estados Unidos e houve uma declaração que fez e que caiu muito mal junto das autoridades e da opinião pública: “I want my life back” [quero a minha vida de volta]. Esta frase fez com que fosse acusado de insensibilidade perante a dimensão da tragédia.
A imprensa internacional está a destacar esta história, hoje conhecida, que está a provocar um tombo da empresa na negociação em bolsa. Neste momento, segue a perder 8,11% para 31,63 dólares, mas já esteve a afundar 16,15%.
Os dados dos testes indicavam que a mistura poderia não aguentar. A comissão responsável pela investigação – depois de ouvir os especialistas da petrolífera Chevron, a quem se pediu recentemente para realizar testes à mistura usada pela Halliburton – sublinha que os testes da Halliburton antes da explosão do Macondo e os testes feitos agora pela Chevron revelam que “a Halliburton – e talvez também a BP – deveriam ter ponderado a reformulação da mistura antes de a injectarem no poço.
O filme dos acontecimentos
Recorde-se que, a 20 de Abril passado, a plataforma “offshore” Deepwater Horizon, que a BP explorava no Golfo do México, explodiu e afundou dois dias depois. O poço Macondo ficou danificado e esteve a verter crude até meados de Julho.
Os custos da limpeza do derrame e das indemnizações a pagar às vítimas revelaram-se elevados e a empresa anunciou que iria vender activos para ter dinheiro para depositar faseadamente num fundo de 20 mil milhões de dólares que concordou em criar. A BP pensa alienar activos no valor de 30 mil milhões de dólares ao longo dos próximos 18 meses.
Nessa altura, a empresa anunciou também a suspensão do pagamento de dividendos durante três trimestres seguidos. Mas no início do mês, Bob Dudley – o novo CEO - declarou ao “Financial Times” que talvez a empresa volte a distribuir dividendos já em 2011.
O novo CEO, que sublinhou que a petrolífera viveu uma “experiência de quase-morte”, avançou que a BP fará tudo para restaurar a confiança dos mercados.
Bob Dudley substituiu Tony Hayward à frente dos destinos da BP no passado dia 1 de Outubro. Depois de um primeiro semestre muito atribulado, em consequência da maré negra, revelou-se imperativo escolher outro CEO. Até porque a América não perdoou a Hayward a forma como respondeu ao derrame.
Hayward, com 53 anos, foi fortemente criticado pela gestão daquele que foi o pior acidente ecológico dos Estados Unidos e houve uma declaração que fez e que caiu muito mal junto das autoridades e da opinião pública: “I want my life back” [quero a minha vida de volta]. Esta frase fez com que fosse acusado de insensibilidade perante a dimensão da tragédia.