O Grupo José de Mello vendeu a Navivessel, uma «holding» que detém 69% da Lisnave-Estaleiros e 98% da Lisnave-Infra-Estruturas, a dois membros do conselho de administração da Lisnave.

Os accionistas da Lisnave, que reuniram ontem, aprovaram a venda bem como uma diminuição e um aumento de capital com o objectivo de reduzir o passivo da empresa.

O Estado, que possui 3% da companhia, votou contra esta venda revelou Luis D’Eça Pinheiro, porta voz do Grupo Mello.

O Grupo José de Mello já tinha afirmado este mês que iría vender a sua parcela na construtora naval após ter falhado as negociações com os trabalhadores com vista a uma redução de custos.

A Lisnave perdeu 28,1 milhões de euros (5,6 milhões de contos) no último ano, devido ao baixo nível de entrada das taxas de frete e ao aumento dos combustíveis, que afectaram negativamente a indústria naval.

A empresa alemã Thyssen planeia participar no aumento de capital, e quer ver aumentar a sua participação na Lisnave de 12 para 19%. A Keppel Hitachi, uma companhia naval de Singapura também pretende entrar no capital Lisnave.

O Grupo Mello concordou em injectar 13,03 milhões de euros (2,61 milhões de contos) antes de sair da empresa para impedir que a Lisnave declarasse falência, e assume dívidas no valor de 50 milhões de euros (46 milhões de euros).

As acções da Lisnave encontravam-se a perder 14,8% a cotar 1,79 euros (359 escudos)