Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Governos europeus triplicaram benefícios fiscais às multinacionais desde 2013

Os benefícios fiscais concedidos pelos governos europeus às multinacionais quase que triplicaram entre 2013 e 2015, segundo um estudo publicado esta quarta-feira.

Bloomberg
07 de Dezembro de 2016 às 00:57
  • ...

A Bélgica e o Luxemburgo são os dois países que concluíram mais acordos de benefícios fiscais com as multinacionais, conclui um estudo da organização não-governamental Eurodad. Neste trabalho, designado "Sobrevivência dos Ricos: Como a Europa Apoia um Sistema Fiscal Internacional Injusto", quantifica-se o número de acordos deste tipo em 547 no ano de 2013, tendo depois escalado para 972 em 2014 e 1.444 em 2015.

 

A Eurodad explicou que se baseou na informação publicada pela Comissão Europeia para obter estes números, que respeitam a 17 Estados-membros da União Europeia e à Noruega, cujas políticas em matéria fiscal foram analisadas.

 

A progressão do número destes acordos "é muito surpreendente e profundamente inquietante", comentou Tove Ryding, co-autor do documento, que trata de questões de "equidade fiscal" na Eurodad. "Depois dos exemplos da Apple e do LuxLeaks, sabemos que estes acordos secretos podem ser utilizados para fins de evasão fiscal pelas multinacionais", argumentou.

 

A Apple, que acordou com a Irlanda um esquema que lhe permitiu escapar em grande parte ao imposto durante anos, foi intimada no final de Agosto pela Comissão Europeia a reembolsar Dublin em 13 mil milhões de euros correspondentes a benefícios fiscais indevidos.

 

O escândalo LuxLeaks, que rebentou em 2014, revelou mais de 350 acordos deste tipo, em que o governo luxemburguês concedeu benefícios fiscais [prática designada de optimização fiscal que permite reduzir o pagamento de impostos] a multinacionais, trazidos a público por dois antigos funcionários da empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers (PwC).

Ver comentários
Saber mais Bélgica Luxemburgo Europa Sistema Fiscal Internacional Injusto Comissão Europeia União Europeia Noruega Tove Ryding Apple
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio