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Governo dos Açores afirma que o fecho de lojas SATA está previsto na reestruturação

Em 19 de julho, a SATA anunciou que iria reorganizar o modelo de atendimento, concentrando os serviços de venda de bilhetes, reservas e informações nos balcões do aeroporto e atendimento telefónico, em vez das lojas.

10 de Agosto de 2024 às 18:50
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O Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) esclareceu neste sábado que o fecho de lojas da SATA em oito ilhas, exceto no Corvo, enquadra-se no plano de reestruturação da companhia aérea, sendo a decisão da responsabilidade da empresa.

Em resposta a um requerimento do CDS-PP, consultado hoje pela agência Lusa, o secretário Regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades, Paulo Estêvão, referiu que o plano de reestruturação da companhia aérea açoriana prevê a redução da despesa e "é, nesse âmbito, que se insere a medida referida".

Em 19 de julho, o grupo parlamentar do CDS-PP no parlamento açoriano criticou o fecho das lojas do grupo SATA nos centros urbanos para concentrar o atendimento nos aeroportos, medida tomada pela nova administração da companhia regional.

"Defendemos uma boa gestão da empresa, mas essa boa gestão não pode passar por medidas extemporâneas como esta. Estamos em plena época alta e não queremos crer que a prioridade da SATA seja o encerramento dos balcões de venda", afirmou a líder parlamentar do CDS-PP/Açores, Catarina Cabeceiras, citada em comunicado.

Catarina Cabeceiras alertou que os "balcões de venda da SATA prestam um serviço de proximidade às populações", sobretudo no caso das pessoas "mais idosas e dos utentes das ilhas sem hospital quando estes têm de se deslocar por motivos de saúde".

O CDS-PP enviou naquela data um requerimento ao executivo regional, através do parlamento, onde colocava várias questões, que foram agora respondidas pelo secretário Regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades.

Na resposta ao CDS-PP, partido que integra a coligação governativa regional, Paulo Estêvão esclareceu que o novo presidente do conselho de administração da SATA, Rui Coutinho, disse após a indigitação, "que pretendia proceder ao encerramento das lojas urbanas".

No âmbito da medida, aplicada no dia 1 de agosto, "foram encerradas as lojas urbanas em todas as ilhas, à exceção da ilha do Corvo que não possuía uma loja urbana", adiantou.

O governante ressalvou ainda que a decisão é da responsabilidade do conselho de administração da empresa, "que é o responsável pela sua execução e pela manutenção da qualidade e reforço dos serviços oferecidos à população nesta matéria, nomeadamente através da implementação dos mecanismos que se revelarem mais adequados".

Em 19 de julho, a SATA anunciou que iria reorganizar o modelo de atendimento, concentrando os serviços de venda de bilhetes, reservas e informações nos balcões do aeroporto e atendimento telefónico, em vez das lojas.

"A partir do próximo dia 01 de agosto, as companhias aéreas do grupo SATA, SATA Air Açores e Azores Airlines, concentrarão os seus serviços de atendimento aos clientes nos Açores (venda de bilhetes, alterações de reservas e informações gerais) nos balcões de aeroporto e através do Contact Center (serviço de atendimento telefónico)", informou a empresa pública.

A reorganização, justificou, está inserida "num plano mais abrangente e compreensivo que tem como objetivo assegurar a sustentabilidade da empresa a médio e longo prazo".

No dia 31 de julho, em declarações à Antena 1/Açores, o presidente da SATA adiantou que os serviços das lojas da SATA vão ser transferidos para a Rede Integrada de Apoio ao Cidadão (RIAC), tendo o protocolo já sido assinado.

A medida tem sido criticada por diversas entidades, como partidos, associações empresariais, parceiros sociais e autarquias.

Na segunda-feira, o presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, admitiu que a venda de bilhetes por parte da RIAC poderá não vir a concretizar-se, pelo menos em todas as ilhas.

"Estamos a prestar um serviço ao povo. Onde há economia privada deve prevalecer a economia privada. Vou acompanhar o processo e, a seu tempo, irei ponderar o que é razoável, sendo que nada faremos contra a iniciativa privada e tudo faremos para garantir um bom serviço às populações", afirmou o chefe do executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM.
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