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Governo diz que processo de privatização da TAP ainda não começou

Ministro das Infraestruturas e Habitação diz no Parlamento que está por decidir "o como, o quando e o quanto” será vendido da TAP pelo Estado porque “não se iniciou nenhum processo de privatização"

António Pedro Santos / Lusa
13 de Outubro de 2022 às 18:23
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O Governo diz que processo de privatização ainda não arrancou e que ainda não decidiu a percentagem de capital que vai vender da TAP. "Não se iniciou nenhum processo de privatização e é por isso que não temos condições para revelar o como, o quando e o quanto" da companhia vai ser privatizado, disse Pedro Nuno Santos, durante o debate de atualidade sobre a privatização da TAP, a pedido do PSD.


Esta foi a resposta do ministro das Infraestruturas e da Habitação ao Bloco de Esquerda, ao Livre e à Iniciativa Liberal que questionaram o governante sobre os detalhes da privatização da transportadora, que o primeiro-ministro disse querer concluir até ao fim de 2023. Os partidos questionaram o ministro depois de terem sido publicadas algumas notícias a dar conta que a Lufthansa e o grupo Air France /KLM estariam na corrida para investir na TAP.  


Mas, no imediato, a prioridade de Pedro Nuno Santos é "cumprir com sucesso o plano de reestruturação" recusando qualquer recuo na posição do Governo sobre a venda da companhia. Em resposta às críticas da deputada bloquista Mariana Mortágua, que apelou ao governante para assumir que defende a privatização, Pedro Nuno Santos reitera que "sempre dissemos que a privatização seria o objetivo e não há nenhum zigue zague. Não intervencionámos a TAP para que ficasse 100% pública. Nunca dissemos isso e nunca foi essa a nossa posição. Intervencionámos a TAP para que não falisse, para que não deixasse de existir".


Também o PSD, através do deputado António Prôa, disse não entender como Pedro Nuno Santos pode dar a cara pela privatização da empresa, lembrando que o ministro foi um dos principais defensores da ‘geringonça’ com o PCP, BE e PEV, partidos que querem a TAP na esfera pública.


Depois de questionado pelo deputado Bernardo Blanco da Iniciativa Liberal sobre os bónus em vigor para a administração da TAP, Pedro Nuno Santos esclareceu que na TAP tal como "em qualquer empresa, há objetivos definidos e há, obviamente, bónus para a administração caso esses objetivos sejam atingidos" sendo que no caso da transportadora, a administração "não receberá bónus em caso de incumprimento do plano de reestruturação".


No entanto, a Iniciativa Liberal - que diz ser a favor da privatização desde que o processo seja "transparente e que proteja os contribuintes" - ficou sem resposta sobre a posição do ministro para que seja realizada uma auditoria ao processo de nacionalização ou se a venda vai ser votada no Parlamento.   


Já o PSD frisou várias vezes no debate que a gestão do Governo sobre a TAP é "um desastre toral" e "um logro" acusando o PS de faltar à palavra depois de ter prometido que a transportadora "seria pública". Além disso, o deputado António Prôa, lembrou que o Governo tinha como objetivo "manter uma grande TAP, mas infelizmente hoje a TAP é uma ‘tapzinha’ (…) Espero sinceramente estar errado, mas receio ter razão e que o desastre seja total", avisou.


Em resposta aos sociais democratas, o governante disse que a companhia "não é uma companhia regional nem é uma tapzinha", frisando que a transportadora "é a primeira companhia a ligar o Brasil à Europa e é a primeira companhia europeia a ligar a vários países de África" sendo que a TAP tem hoje "mais aviões que em 2016", segundo Pedro Nuno Santos.  

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