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Galp reivindica projecto de interesse nacional para nova refinaria de Sines

A Galp Energia quer que o Governo considere a construção de uma refinaria de conversão em Sines como um PIN (Projecto de Interesse Nacional). Segundo o presidente executivo da empresa, Marques Gonçalves, que hoje apresenta este projecto à API (Agência Por

10 de Maio de 2006 às 11:37
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A Galp Energia quer que o Governo considere a construção de uma refinaria de conversão em Sines como um PIN (Projecto de Interesse Nacional). Segundo o presidente executivo da empresa, Marques Gonçalves, que hoje apresenta este projecto à API (Agência Portuguesa para o Investimento), o investimento de mil milhões de euros cumpre e nalguns casos ultrapassa todos os requisitos para essa qualificação.

Em conferência de imprensa, o responsável sublinhou que a Galp espera vir a obter todos os apoios previstos na legislação portuguesa e comunitária para os projectos estratégicos, mas que não vai pedir incentivos especiais.

Segundo as regras comunitárias, os apoios públicos, directos e indirectos, podem atingir até 20% do valor total do investimento, o que neste caso representaria 200 milhões de euros.

O impacto na balança comercial, um dos argumentos da Galp a favor deste projecto, permitirá nas previsões da empresa reduzir em 1,2 mil milhões de euros anuais a dependência energética nacional.

Este efeito resulta não só do fim das importações de gasóleo para abastecer o mercado nacional e da nafta, resultando numa economia de 550 milhões de euros por ano, mas também da nova configuração permitir à Galp comprar crudes mais baratos reduzindo a factura da compra de matéria prima em 500 milhões de euros por ano.

Galp vai negociar licenças de CO2 com API

Um dos pontos que será objecto de negociações com a API prende-se com a atribuição de licenças de CO2 por parte do Governo a esta nova unidade que irá produzir entre 1,8 milhões a dois milhões de toneladas de emissões.

A elevada emissão de CO2, da ordem dos 6,3 milhões de toneladas, é um dos principais argumentos do Executivo para recuar no apoio ao projecto de construção de uma nova refinaria em Sines apresentado por Patrick Monteiro de Barros.

A nova unidade de reconversão visa essencialmente aumentar em 44% a produção de gasóleo, ou seja, produzir mais dois milhões de toneladas anuais em relação às 4,5 milhões de toneladas fabricadas actualmente pela Galp. A empresa estima que teria de importar 1,6 milhões de toneladas de "diesel" para abastecer o mercado português em 2010.

Está previsto ainda um reforço de 500 mil toneladas de fabrico de nafta que será processada na refinaria de Matosinhos, numa lógica de optimização desta unidade, e uma diminuição da produção de fuel, um produto com menos procura no mercado.

Investimento com incorporação nacional de 40%

O investimento de mil milhões de euros permitirá, nas contas da Galp, uma incorporação nacional da ordem dos 40% beneficiando sobretudo os sectores construção civil, metalomecânica e eléctrico.

O projecto prevê a criação de 300 postos de trabalho permanentes, dos quais 150 na nova unidade e os restantes em empresas externas associadas sobretudo à manutenção. Durante a fase de construção, que a Galp espera que possa arrancar no quarto trimestre de 2007, serão criados 2000 empregos, atingindo um pico de 4000 mil trabalhadores.

A unidade será construída em 30 hectares de terrenos adjacentes à actual refinaria de Sines cujos direitos de superfície terão ainda de ser negociados.

O projecto prevê ainda o aumento da potência instalada da central de co-geração que já está a ser implementada na actual refinaria de Sines. A Galp quer adicionar 70 MW aos 80 MW já atribuídos, passando a ser de 150 MW.

De acordo com Marques Gonçalves, a empresa teve o cuidado de dimensionar a central às condições previstas na legislação portuguesa. A unidade permite produzir o vapor necessário à instalação, gerando também energia para abastecer a refinaria.

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