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Galp Energia e líbia LAP associam-se no sector petrolífero
A Galp Energia vai associar-se à Libya Africa Investment Portfolio (LAP) para desenvolvimento de projectos de exploração e produção de petróleo e gás natural na Líbia.
O memorando de entendimento que prevê a associação entre as empresas portuguesa e líbia foi hoje assinado no Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa.
De acordo com um comunicado divulgado no final da cerimónia, este memorando de entendimento "tem o apoio dos governos líbio e português e insere-se na estratégia comum de desenvolver parcerias económicas e empresariais entre os dois países".
O documento foi assinado à margem da visita a Portugal do líder líbio, Muammar Kadhafi, que marcou presença na cerimónia, juntamente com o primeiro-ministro português José Sócrates e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado.
Na ocasião, também a Secil assinou uma declaração de intenções sobre a assinatura de um memorando de entendimento com a Líbia para compra de metade do capital social da cimenteira líbia Al-Ahlia Cement Company.
Os governos de Portugal e Líbia assinaram um acordo de cooperação económica, "estabelecendo mecanismos e modalidades para facilitação institucional dos agentes e operadores económicos".
Também os domínios da Educação, Ciência, Cultura, Juventude, Desportos e Meios de Informação foram objecto de um acordo bilateral, que, refere o comunicado final, estava a ser negociado desde 1976.
Para Sócrates, a assinatura destes acordos é "muito importante" porque "representa a internacionalização da economia portuguesa".
"Considero o Norte de África uma área de investimento da maior importância. A Líbia é uma área fundamental para a internacionalização das empresas. É um país com recursos naturais económicos e é importante que diversifiquemos as nossas fontes", disse o primeiro-ministro.
"É essencial que empresas percebam que há aqui um mercado disponível. A Galp percebeu isso muito bem", frisou Sócrates.
Dando seguimento a uma aproximação entre os dois países, Portugal abriu este ano embaixada em Tripoli.
Entre os objectivos da missão está equilibrar as trocas comerciais, promover o investimento português, estabelecer uma cooperação cultural e relançar o diálogo inter-mediterrânico, tal como resumiu à Lusa o embaixador Rui Aleixo.
País de grandes oportunidades comerciais, aberto à iniciativa empresarial, a Líbia era o único dos cinco países da União do Magreb Árabe (UMA - organização que congrega também Argélia, Marrocos, Mauritânia e Tunísia) em que Portugal não dispunha de embaixada.
Nas trocas comerciais, a balança é claramente favorável à Líbia (455,7 milhões de euros), o investimento é praticamente nulo, tal como a presença cultural e é também na esfera política que Lisboa quer ter trunfos, numa altura em que preside à União Europeia (UE).