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Finanças atrasam venda da Nanium aos americanos da Amkor
A venda da ex-Qimonda à norte-americana Amkor, com fecho de transacção previsto para o primeiro trimestre do ano, continua à espera da autorização do Ministério das Finanças. Detida pelo Estado, via AICEP (18%), BCP (41%) e Novo Banco (41%), a Nanium emprega 550 pessoas.
A 2 de Fevereiro passado, quando foi tornada pública a venda da Nanium à norte-americana Amkor, o comunicado conjunto referia que "o fecho da transacção deverá ocorrer durante o primeiro trimestre de 2017, sujeito ao cumprimento das condições normais e a aprovações regulamentares".
Mas eis que, de acordo com o Jornal Económico, falta ainda a autorização do Ministério das Finanças. "A AICEP - Agência para o Investimento e Comércio de Portugal solicitou autorização à tutela para a aceitação de uma oferta de aquisição da Nanium pela sociedade Amkor Technology, Inc. A tutela esteve de acordo com a proposta da AICEP e, a informação de que dispomos, refere que o processo está, actualmente, a aguardar parecer do gabinete do secretário de Estado do Tesouro, estando tudo a ser feito para concretizar a venda nas datas previstas", garantiu, ao mesmo jornal, a instituição liderada por Luís Castro Henriques.
Ainda segundo a mesma fonte, a demora está relacionada com os valores subjacentes ao acordo de venda.
A 6 de Fevereiro passado, A AICEP, que detém 18% da Nanium, garantia ao Negócios que vai receber o dinheiro todo que aí aplicou, quer por via do reembolso de incentivos quer o capital investido na companhia.
"O Estado português, representado neste processo pela AICEP, vai recuperar de imediato e na totalidade os créditos remanescentes correspondentes aos incentivos concedidos e ainda não reembolsados", assegurou então ao Negócios fonte oficial da agência.
Sem revelar os valores em causa, a mesma fonte afiançou ainda, na altura, que os cofres públicos vão "também recuperar, de forma gradual, a componente capital investida na empresa que resultou do processo de insolvência da Qimonda".
Sobre a venda integral da Nanium à Amkor, com a também alienação dos 41% do Novo Banco e de outros 41% do BCP, a AICEP classifica a operação como "um passo sólido para a viabilidade e crescimento a médio e longo prazo" da empresa.
Nascida das cinzas da ex-Qimonda, a única subsidiária do grupo alemão a salvar-se da falência, e entretanto rebaptizada Nanium, emprega cerca de 550 pessoas em Vila do Conde, tendo fechado o último exercício com vendas de 35 milhões de euros, mais 25% do que no ano anterior.
A Nanium é fornecedora de encapsulamento, montagem, teste, engenharia e serviços de produção de semicondutores.
A Amkor, com sede no Arizona, é um dos maiores fornecedores mundiais de serviços subcontratados de "packaging" e teste de semicondutores. Tem fábricas e centros de I&D nos Estados Unidos, Ásia e Europa, emprega mais de 20 mil pessoas e factura perto de quatro mil milhões de dólares (3,7 mil milhões de euros).