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Estimativa: Lucros semestrais do BCP atingem 338,7 milhões

O BCP deverá registar lucros de 338,7 milhões de euros (67,9 milhões de contos) no primeiro semestre deste ano, com estes resultados a serem influenciados pelas quebras nas comissões e na corretagem, segundo as estimativas de 10 analistas.

21 de Julho de 2001 às 17:50
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O BCP deverá registar lucros de 338,7 milhões de euros (67,9 milhões de contos) no primeiro semestre deste ano, com estes resultados a serem influenciados pelas quebras nas comissões e na corretagem, segundo as estimativas dos 10 analistas contactados pelo Negocios.pt.

No primeiro trimestre deste ano, o BCP atingiu resultados líquidos consolidados de 160,2 milhões de euros (30,1 milhões de contos), pelo que a média das estimativas dos referidos analistas aponta para lucros de 178,5 milhões de euros (35,79 milhões de contos) no segundo trimestre.

As estimativas para os resultados semestrais do banco liderado por Jardim Gonçalves variaram entre os 312,6 milhões de euros (62,67 milhões de contos) e os 365,4 milhões de euros (73,26 milhões de contos).

Os resultados atingidos no primeiro semestre deste ano não são comparáveis com os lucros obtidos pelo BCP no período homólogo, devido a alterações no perímetro de consolidação da instituição bancária, com a integração do Banco Pinto & Sotto Mayor e do Banco Mello.

Relativamente à margem financeira, um indicador que mede a diferença entre as receitas obtidas na concessão de crédito face aos montantes pagos em juros, os analistas contactados pelo Negocios.pt avançaram com previsões entre os 663,3 milhões de euros (133 milhões de contos) e os 702 milhões de euros (140,74 milhões de contos).

Abrandamento das comissões e «trading» penaliza resultados

Segundo os analistas contactados pelo Negocios.pt, os resultados semestrais do BCP, deverão ser prejudicados pelo abrandamento verificado no segmento das comissões e da corretagem, uma evolução derivada da queda dos mercados accionistas no referido período.

Desde o início do ano, o PSI20, índice de referência da Bolsa de Valores de Lisboa e Porto (BVLP), já acumulou perdas superiores a 23%, números que comparam com a desvalorização de 13% registada no ano 2000.

«A área de comissões não deve ter corrido muito bem (…) tal como o “trading”, já que o actual momento do mercado não ajuda», com as quedas dos índices a somarem-se à diminuição de operações de fusões e aquisições, bem como operações de entrada em Bolsa, entre outras, defendeu Manuel Preto, analista do Banco Santander de Negócios (BSN).

«Toda a parte de receitas deverá ter continuado condicionada por parte das receitas de comissões e de “trading”, bem como de tudo o que tenha a ver com a Bolsa», reforçou outro analista contactado pelo Negocios.pt, que preferiu não ser identificado.

Um analista da Fox-Pitt Kelton contactado pelo Negocios.pt referiu também o facto das comissões e «trading» terem uma influência negativa nos resultados trimestrais, estimando uma queda dos ganhos de corretagem de 15% no segundo trimestre, face aos três meses anteriores, enquanto as comissões deverão subir 2%, «devido ao facto do primeiro trimestre ter sido muito fraco».

Analistas estimam diminuição dos custos

Um dos analistas contactados pelo Negocios.pt adiantou que o BCP deverá ter registado «uma contenção de custos melhor do que o esperado», na sequência da integração do Banco Pinto & Sotto Mayor e do Banco Mello.

Manuel Preto, do BSN, adiantou que os custos de «funding», ou angariação de capital, «deverão ter diminuído com o aumento de capital efectuado» recentemente, sublinhando que «a grande interrogação é saber qual o impacto dos custos totais neste trimestre», nomeadamente ao nível da integração dos bancos adquiridos no ano passado.

Ganhos semestrais inflacionados por dividendos

O analista do BSN referiu também que «estes resultados serão influenciados pelos montantes de dividendos que o BCP tem a receber neste último trimestre».

As empresa costumam efectuar a distribuição dos dividendos relativos ao exercício do ano anterior no segundo trimestre do ano, pelo que o BCP deverá ter beneficiado da entrada de receitas provenientes dos dividendos afectos ás empresas em que o banco de Jardim Gonçalves detém participações.

Junto segue quadro comparativo com previsões dos analistas.

Entidade
Entidade Lucros semestrais*
ABN Amro 334,5
Goldman Sachs 342,2
Lehman Brothers 312,6
BPI 327
Fox-Pitt, Kelton 341
Caixa Valores 352
Deutsche Bank Securities 338
BSN 365,4
** 333,2
** 341,1
Média 338,7

* Valores em milhões de euros

**O analista preferiu não ser identificado

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