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Estimativa: Impresa regista perdas de 16 milhões de euros no semestre

A Impresa, deverá ter atingido prejuízos de 16 milhões de euros (3,2 milhões de contos) no primeiro semestre deste ano, devido à queda das receitas de publicidade, segundo a média das estimativas dos analistas contactados pelo Negocios.pt.

10 de Setembro de 2001 às 15:39
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A Impresa, deverá ter atingido prejuízos de 16 milhões de euros (3,2 milhões de contos) no primeiro semestre deste ano, devido à queda das receitas de publicidade, segundo a média das estimativas dos analistas contactados pelo Negocios.pt.

As estimativas dos analistas para os resultados líquidos do grupo de media de Pinto Balsemão, variaram entre prejuízos de 12 milhões de euros (2,4 milhões de contos) e perdas de 21,2 milhões de euros (4,25 milhões de euros).

No primeiro semestre de 2000, a Impresa [IPR] atingiu lucros consolidados de 1,23 milhões de euros (247 mil contos). Estes números não são directamente comparáveis com os atingidos nos primeiros seis meses deste ano, uma vez que a Impresa só consolidou a estação televisiva SIC a partir do terceiro trimestre de 2000.

No primeiro trimestre deste ano, a Impresa atingiu prejuízos de 9,9 milhões de euros (2 milhões de contos), o equivalente a que traduz um agravamento de 743% face ao período homólogo.

Os analistas contactados pelo Negocios.pt estimam que a empresa deverá ter registado um volume de negócios na ordem dos 148,4 milhões de euros (29,75 milhões de contos), enquanto o «cash-flow» operacional, ou EBITDA, deverá ascender aos 2,8 milhões de euros (561,4 mil contos) negativos.

Queda da publicidade e perda de quota de mercado da SIC afectam resultados

«Os dois grande factores deste último trimestre que passou são o facto do mercado publicitário estar bastante inferior ao ano passado e ainda a perda de quota de mercado da SIC para a TVI», defendeu um dos analistas contactados pelo Negocios.pt.

«O ambiente publicitário está a afectar todos os meios e todos os operadores. As coisas não estão boas e a SIC estaria a sofrer bastante fosse qual fosse a situação ao nível da quota de mercado», considerou outro analista.

A mesma fonte sublinhou, no entanto, que «a TVI (da Media Capital) tem tido uma evolução impressionante e, neste momento, prepara-se para tomar a liderança nas audiências totais», depois de actualmente já ser líder no «prime tome».

Relativamente aos canais temáticos da SIC na TV Cabo, este analista considerou que estes deverão ter oferecido «alguma compensação» face à quebra das recitas sentida na «casa mãe».

O mesmo analista defende que a SIC precisa clarificar a questão da rescisão do contrato de cedência dos direitos televisivos por parte do Benfica. Esta decisão já foi contestada pela estação televisiva junto dos tribunais.

Impresa necessita de plano de reestruturação «forte»; cortar custos

O primeiro analista referiu que «a estrutura de custos da Impresa não se adequa às receitas, nos casos da SIC e das revistas», sublinhando ainda que no último trimestre, as contas do grupo já deverão reflectir os custos de uma reestruturação que está a ser implementada.

No entanto, o segundo analista acredita que «a empresa precisa ainda de cortar bastante nos custos de programação e pessoal, de forma a aguentar melhor esta quebra das receitas».

«Se a Impresa não apresentar brevemente um plano de reestruturação forte, para convencer o mercado, as coisas podem correr bastante mal», concluiu a mesma fonte.

Área dos jornais atenua perdas

Segundo um dos analistas contactados pelo Negocios.pt, «a única área que está a ter um comportamento positivo é a dos jornais, em que o “Expresso” deverá apresentar receitas de publicidade, pelo menos, em linha com o ano passado».

Na área das revistas, as receitas deverão reflectir o desaparecimento da revista «Roda dos Milhões», que «representava uma grande fatia do bolo das revistas», de acordo com a mesmo fonte.

A Impresa vai apresentar os seus resultados semestrais amanhã. As acções da «holding» de Pinto Balsemão seguiam a perder 8,84% para os 1,96 euros (393 escudos).

Junto segue quadro comparativo com estimativas dos analistas.

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Entidade Resultados líquidos Receitas EBITDA
BSN -14,6 146,7 -4
Finantia -16 146 -4
BCP -12 150,8 -1,5
SSSB -21,2 150,2 -1,8
Média -16 148,4 -2,8

* Valores em milhões de euros

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