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Estimativa: EDP atinge lucros de 222 milhões de euros no primeiro semestre

A Electricidade de Portugal (EDP) deverá ter registado lucros de 222,2 milhões de euros (44,55 milhões de contos) no primeiro semestre deste ano, segundo a média das estimativas dos analistas contactados pelo Negocios.pt.

24 de Setembro de 2001 às 16:42
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A Electricidade de Portugal (EDP) deverá ter registado lucros de 222,2 milhões de euros (44,55 milhões de contos) no primeiro semestre deste ano, segundo a média das estimativas dos analistas contactados pelo Negocios.pt.

As previsões dos analistas para os resultados líquidos da maior eléctrica nacional variaram entre os 205 milhões de euros (41,1 milhões de contos) e os 253 milhões de euros (50,72 milhões de contos).

Nos primeiros seis meses do ano passado, a EDP [EDP] registou lucros de 273 milhões de euros (54,73 milhões de contos). No entanto, estes números não são directamente comparáveis com os obtidos no primeiro semestre deste ano, devido a alterações no perímetro de consolidação.

Relativamente ao primeiro semestre de 2000, a EDP deixou de consolidar a Rede Eléctrica Nacional (REN), enquanto a brasileira Bandeirante passou a fazer parte do perímetro de consolidação da companhia empresa liderada por Francisco Sánchez.

Nos primeiros três meses do corrente ano, a EDP registou lucros de 118 milhões de euros (23,65 milhões de contos).

A média das estimativas dos analistas contactados pelo Negocios.pt aponta para um «cash flow» operacional, ou EBITDA, de 774,4 milhões de euros (155,25 milhões de contos), enquanto as receitas deverão ascender aos 2,63 mil milhões de euros (527,3 milhões de contos).

Resultados prejudicados por situação no Brasil

Os resultados consolidados da EDP deverão ser prejudicados pelas actividades da empresa no mercado brasileiro, onde a eléctrica nacional controla a distribuidora de electricidade Bandeirante, no Estado de São Paulo, bem como a Escelsa e a Enersul, entre outros activos.

«A desvalorização do real deverá afectar bastante os resultados, enquanto a crise energética no Brasil, que deverá prejudicar os níveis de consumo de electricidade, deverá ser outro factor negativo» para a EDP, defendeu um dos analistas contactados pelo Negocios.pt.

Desde o início deste ano, a divisa brasileira, o real, já acumulou perdas acumuladas de 29% face a dólar e de 26,7% relativamente ao euro, afectando as receitas obtidas aquando da sua transposição para a moeda única.

O maior país da América Latina enfrenta actualmente uma crise energética, provocada pela falta de chuvas, uma vez que a maior parte da electricidade consumida no Brasil é produzida através do recurso a geradores hidroeléctricos.

Uma das medidas decretadas pelo governo brasileiro para atenuar os efeitos da crise energética foi o racionamento de electricidade, na tentativa de levar a uma redução do consumo em cerca de 20%.

«Será importante ver qual foi o impacto da desvalorização do real na dívida da EDP e ainda quais os efeitos do racionamento na Bandeirante», disse outro analista ao Negocios.pt, acrescentando que, como medida de compensação pela queda do consumo, o Governo brasileiro deverá decretar um aumento das tarifas de electricidade, «mas esta é uma situação que ainda não está bem definida».

Expansão em Espanha condicionada por perda da Viesgo.

A EDP, através da sua participada Hidroeléctrica del Cantábrico, foi uma das empresas que concorreu à aquisição da Electra de Viesgo, uma eléctrica do país vizinho que foi recentemente alienada pela Endesa, mas acabou por perder o leilão a favor da italiana Enel.

«A Viesgo foi sem dúvida uma boa oportunidade para a EDP expandir-se em Espanha, e em termos de activos à venda no mercado espanhol, talvez tenha sido mesmo a última», segundo o primeiro analista.

A mesma fonte sublinhou que «espera-se que a empresa clarifique um pouco aquilo que se está a passar em relação à Hidrocantábrico, nomeadamente no que respeita à situação dos direitos de voto».

Os direitos de voto correspondentes à participação de 19,2% da EDP na Hidrocantábrico encontram-se suspensos, uma vez que a lei espanhola proíbe que empresas de capitais públicos, como é o caso da EDP, exerçam os direitos de voto relativos a mais de 3% do capital em eléctricas do país vizinho.

A EDP já admitiu que pretende reforçar a sua posição na quarta eléctrica espanhola, mas está a aguardar pela decisão final do Executivo de Madrid sobre a matéria, que deverá ser conhecida até final de Outubro.

Os analistas contados pelo Negocios.pt referiram ainda que os resultados da EDP deverão ainda ser condicionados pela exposição da empresa ao sector das telecomunicações, através da ONI, que ainda não atingiu o «break-even».

A EDP tem marcada uma conferência de imprensa para as 10h00 de quarta-feira, para apresentar os seus resultados semestrais.

As acções da EDP encerraram hoje a ganhar 6% para os 2,65 euros (531 escudos).

Junto segue quadro comparativo com previsões dos analistas.

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Entidade Lucros Receitas EBITDA
Caixa Valores 222 2.498 771
BPI 217 2.595 775
BNP Paribas 214 2.738 826
    Banco Finantia 205 2.700 775
Ibersecurities/ABV 253 -  725
Média 222,2 2.632,8 774,4

* Valores em milhões de euros

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