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Estaleiros: Mário Soares "solidário" com luta dos trabalhadores

O ex-Presidente da República, Mário Soares, associou-se ontem à iniciativa "A construção naval não pode morrer", em defesa dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), assumindo a sua "solidariedade" com os trabalhadores da empresa.

08 de Dezembro de 2013 às 16:10
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"É sempre possível fazer coisas bem feitas", afirmou Mário Soares, questionado pelos jornalistas, à chegada a Viana do Castelo, sobre a possibilidade de ainda travar o encerramento, anunciado, dos ENVC.

 

"Estes homens [trabalhadores] estão no seu direito de lutar e devem continuar a lutar. É por isso que eu cá estou, solidário com eles", disse ainda o histórico líder socialista.

 

A iniciativa "A construção naval não pode morrer" decorre hoje em Viana do Castelo, promovida pela Câmara Municipal local, e surge na sequência do anunciado encerramento dos estaleiros e do consequente despedimento dos atuais 609 trabalhadores, decidido pelo ministério da Defesa Nacional, que lançou em paralelo um concurso para a subconcessão dos terrenos e infra-estruturas da empresa.

 

"É uma causa merecida e necessária para o bem do nosso país, que é Portugal", apontou Mário Soares, insistindo que a sua presença em Viana do Castelo é "em solidariedade" com os trabalhadores.

 

Políticos, músicos, desportistas e antigos trabalhadores dos Estaleiros são esperados na cidade, esta tarde, para aquilo que a autarquia classifica como um "grito nacional" em defesa da empresa.

 

"Vamos fazer de Viana do Castelo o centro do país na defesa de uma empresa que representa a nossa identidade. Vamos lançar um grito nacional, a partir da Praça da República, para que o processo de subconcessão dos estaleiros navais seja suspenso e não se perca o conhecimento que existe", explicou o autarca local, José Maria Costa.

 

A Câmara de Viana do Castelo aprovou na quinta-feira - com os votos favoráveis do PS, PSD e CDU - uma moção de "repúdio" ao encerramento dos estaleiros, solicitando ainda uma reunião urgente com o primeiro-ministro e a suspensão deste processo.

 

A subconcessão dos terrenos e infra-estruturas dos ENVC à Martifer prolonga-se até 2031 e envolve o pagamento de uma renda anual de 415 mil euros, conforme concurso público internacional que terminou em Setembro.

 

Em paralelo, prevê o encerramento dos ENVC e o despedimento dos mais de 600 trabalhadores. Destes, cerca de 400 deverão ser recrutados pela West Sea, a nova empresa a criar pela Martifer para o efeito.

 

"Em segundo lugar, o Governo diz que não tem plano B. Eu compreendo, provavelmente se estivesse no Governo diria a mesma coisa, ou seja, mesmo que tenha não pode dizer que tem", referiu.

 

Para o ex-ministro das Finanças, a possibilidade de ser declarada não constitucional a convergência das pensões representa "300 e poucos milhões de euros", situação que desencadearia a subida do défice para 4,2%.

 

"Não penso que seja grave e a troika tem que saber que o país ainda é independente e a independência revela-se, também, na aceitação por aqueles que, neste momento, assinaram connosco o programa de ajustamento dos órgãos de soberania portugueses, um dos quais é o Tribunal Constitucional. O Tribunal Constitucional não é um tribunal de segunda e o Tribunal Constitucional alemão não é um tribunal de primeira, ambos são órgãos de soberania em cada um dos países que são independentes", adiantou.

 

Bagão Félix, que também foi ministro da Segurança Social, declarou-se ainda favorável ao aumento da idade da reforma, mas classificou como "erro brutal" e "caso único no planeta" a medida concretizar-se "num ano só", em 2014.

 

"Isto fere a legítima expectativa dos cidadãos que se encontram à beira da reforma, prejudica a renovação de emprego, e desencadeia um trabalho desmotivado e com produtividade diminuída", observou.

 

 

 

 

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