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ES Research avalia parte industrial da Jerónimo Martins em 475 milhões
A ES Research avalia os activos industriais da Jerónimo Martins em 475 milhões de euros e defende que o cenário do «spin off», avançado hoje pelo Jornal de Negócios, não vai criar valor. A única vantagem que a casa vislumbra é a possibilidade da cisão fac
A ES Research avalia os activos industriais da Jerónimo Martins em 475 milhões de euros e defende que o cenário do «spin off», avançado hoje pelo Jornal de Negócios, não vai criar valor. A única vantagem que a casa vislumbra é a possibilidade da cisão facilitar eventuais operações de fusões e aquisições.
A edição de hoje do Jornal de Negócios avança que o grupo Jerónimo Martins [JMAR] vai voltar a analisar a cisão dos negócios da distribuição e da indústria, sendo que as duas novas «sub holdings» deverão passar a estar cotadas em bolsa.
Esta operação, semelhante à realizada em Março pela Cofina (que destacou dos «media» os activos industriais do grupo), visa facilitar a avaliação das diferentes áreas de negócio e permitir, com maior facilidade, a entrada dos fundos sectoriais.
A Espírito Santo Research (ESR), numa nota emitida hoje aos clientes, diz que avalia os activos industriais em 475 milhões de euros.
A participação da Jerónimo Martins [JMAR] na aliança com a Unilever (que agrega os activos Fima, Lever, Iglo e JMD) é avaliada em 333 milhões de euros, com base num múltiplo do EV/EBITDA para 2005 de 6,5 vezes.
A participação financeira no Banco Comercial Português (BCP) [BCP] (15 milhões de acções) está avaliada em 32 milhões de euros e os activos imobiliários do grupo em 110 milhões de euros, segundo o seu valor contabilístico no âmbito das novas normas internacionais de contabilidade.
O mercado está actualmente a avaliar a Jerónimo Martins em 1,553 mil milhões de euros, o que significa que a contribuição da unidade industrial para o valor do grupo queda-se em cerca de 30%.
A distribuição abarca os supermercados Pingo doce, os hipermercados Feira Nova e o «cash & carry» Recheio. Na Polónia, o grupo controla a Biedronka.
Na nota elaborada pelo analista Miguel Viana lê-se ainda que em termos de avaliação da empresa (a ES Research tem um preço-alvo de 13 euros para a Jerónimo), o destaque da área industrial em nada vai alterar o valor do grupo.
A justificação, segundo o banco de investimento, prende-se com o facto do mercado não aplicar nenhum desconto à Jerónimo Martins pelo facto dela ser uma «holding».
«Consideramos que a maior fonte de criação de valor deste negócio seria facilitar futuros movimentos de fusões e aquisições, tais como parcerias a nível do retalho ou uma tomada do negócio industrial que, na actual estrutura da "holding", é mais difícil de materializar», opina a casa.
Licenças para as novas superfícies aquém dos objectivos
O Governo português desvendou as licenças aprovadas até ao final de Março para a abertura de novas superfícies comerciais, com o número total de licenças a ascender a 252.
A Modelo Continente [MCON], a unidade para o retalho do grupo Sonae SGPS [SON], foi o operador que registou o maior número de licenças, com 86 ou 34% do total.
A Jerónimo Martins conseguiu «apenas» 14, das quais sete visam a abertura de unidades Feira Nova e as restantes para os supermercados com a insígnia Pingo Doce.
A empresa liderada por Luís Palha já havia desvendado a intenção de, entre 2005 a 2007, proceder à abertura de 25 unidades Feira Nova e Pinto Doce.
O BPI comenta que as licenças obtidas pela Jerónimo «podem criar obstáculos ao plano de expansão da empresa». No entanto, o analista Eduardo Coelho, recorda que ainda faltam duas fases de distribuição de novas licenças à espera de serem aprovadas.
«Neste sentido, acreditamos que a Jerónimo Martins continua a ter a possibilidade de alcançar os seus objectivos de médio prazo em termos de novas aberturas», conclui o banco de investimento que avalia as acções da Jerónimo em 12,80 euros.
As acções da distribuidora negociavam em queda 0,48% para os 12,34 euros.