(actualiza com novas declarações; cotação de fecho da EDP)

A Hidrocantábrico tem «várias alternativas para crescer» no mercado espanhol, disse fonte oficial da Electricidade de Portugal (EDP) ao Negocios.pt, desvalorizando o facto de ter perdido a aquisição da Electra de Viesgo para a italiana Enel.

«A hipótese de comprarmos a Viesgo era uma das alternativas para crescermos em Espanha, mas não era a única», afirmou fonte oficial da EDP [EDP], em declarações ao Negocios.pt.

A mesma fonte sublinhou que a Hidrocantábrico, detida a 19,2% pela EDP, «tem outras formas de crescer interessantes em carteira», sublinhando que a eléctrica asturiana está a desenvolver «vários projectos» visando a expansão das suas actividades no país vizinho.

Fonte oficial da EDP garantiu ainda ao Negocios.pt que a empresa vai manter a sua política para o mercado espanhol, que passa por concentrar os seus esforços na Hidrocantábrico.

A Endesa anunciou ontem que vai vender a sua participada Electra de Viesgo à italiana Enel, por 2,15 mil milhões de euros (431 milhões de contos).

A EDP, através da Hidrocantábrico era uma das outras duas empresas finalistas no leilão da Viesgo, com a última oferente a ser a belga Electrabel.

A Viesgo, que opera principalmente na região da Cantábria, detém uma quota de 3% do mercado de distribuição em Espanha, uma capacidade de 2.365 megawatts e 560 mil clientes e a sua aquisição possibilitaria a obtenção de sinergias com a Hidrocantábrico, que opera na região vizinha, as Astúrias.

A Endesa acordou a compra de uma das empresas de geração de electricidade da Enel em Julho passado, levantando especulação que ambas as companhias haviam firmado uma aliança. Este facto foi desmentido por ambas as empresas.

EDP reitera «optimismo» em decisão de Madrid sobre Cantábrico

«A EDP está a aguardar tranquilamente e de forma optimista a decisão do Governo espanhol» sobre os direitos de voto da EDP na Hidrocantábrico, que actualmente se encontram suspensos.

A lei espanhola impede que empresas com capitais públicos, como é o caso da EDP, exerçam os direitos de voto sobre participações superiores a 3% no capital de empresas do sector eléctrico no país vizinho.

O secretário de Estado da Energia espanhol, José Folgado, disse esta semana, à saída de uma reunião com o homólogo português, Eduardo Oliveira, que pretende «uma participação mútua» entre as eléctricas portuguesas e espanholas, adiantado ainda que a decisão sobre os direitos de voto da EDP na Hidrocantábrico será tomada em breve.

As acções da EDP encerraram inalteradas nos 2,68 euros (537 escudos).