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Dolce Vita Monumental está falido e vai ser posto à venda
O centro comercial Dolce Vita Monumental, em Lisboa, está falido e vai ser posto à venda, seguindo o destino dos congéneres do Porto, Vila Real e Coimbra, também detidos pelo grupo espanhol Chamartín, disse à Lusa o administrador de insolvência.
De acordo com Jorge Calvete, o processo do Monumental (que inclui um complexo de escritórios) está "numa fase mais atrasada" do que os restantes e decorrem ainda as "avaliações e reavaliações" do respectivo património, mas "o destino é a venda".
"Não havendo plano de recuperação, os credores já deliberaram que vai para liquidação", afirmou, referindo-se à decisão da assembleia de credores realizada no passado dia 12 de Março no Tribunal de Comércio de Lisboa, que se seguiu à sentença de declaração de insolvência da Monucontrol - Sociedade Imobiliária do Monumental, proprietária do Dolce Vita Monumental, proferida em 30 de Dezembro de 2014.
Segundo se lê no relatório do administrador, os créditos sobre a Monucontrol reconhecidos em sede de insolvência ascendem a perto de 79,134 milhões de euros, sendo o principal credor - tal como nos processos do Dolce Vita Porto e Vila Real - a LSREF3 Octopus Investments, sociedade que pertence à norte-americana Lone Star, com quase 44 milhões de euros reclamados (dos quais 41 milhões são crédito garantido por hipoteca).
A falência do Dolce Vita Monumental - centro comercial localizado no coração da cidade de Lisboa, na praça Duque de Saldanha, com uma área bruta locável de 5.453 metros quadrados, 43 lojas e quatro salas de cinema - segue-se à dos shoppings da mesma insígnia localizados no Porto, Vila Real e Coimbra.
"Shoppings" Dolce Vita Porto, Coimbra e Douro falidos e à venda
O Negócios avançou esta quarta-feira, 13 de Maio, que os shoppings do Porto, Coimbra e Vila Real, foram decretados falidos e colocados à venda pelo administrador de insolvência das sociedades detentoras destes três centros comerciais.
Já o anúncio de alienação dos bens da Aplicação Urbana VII, empresa proprietária do Dolce Vita Douro, situado em Vila Real, fixa em 43,4 milhões de euros o valor-base de venda deste "shopping", que foi decretado insolvente com uma dívida de 64,3 milhões de euros.
As propostas para a aquisição destes centros comerciais deverão ser entregues no escritório do administrador de insolvência, Jorge Calvete, nos próximos 10 dias, tendo a abertura das mesmas sido marcada para o dia 29 de Maio.
Serão admitidas propostas tanto para a compra como para a dação em cumprimento dos activos. Como a avaliação de ambos os centros comerciais "é inferior ao conjunto de créditos garantidos por hipoteca de primeiro grau, a dação em cumprimento apenas poderá ser realizada a favor de credores hipotecários de primeiro grau".
Significa isto que, na ausência de propostas que possam ser consideradas mais vantajosas, os Dolce Vita do Porto e de Vila Real poderão vir a ficar nas mãos do seu credor hipotecário, a LSREF3 Octopus Investments, sociedade que pertence à "private equity" norte-americana Lone Star, a mesma que adquiriu recentemente a empresa responsável pelo desenvolvimento do "resort" de Vilamoura.
A LSREF3 Octopus detém 100,8 milhões dos 111,1 milhões de euros de créditos do Dolce Vita Porto e 60,6 milhões dos 64,3 milhões do Dolce Vita Douro.
O Negócios sabe que o Dolce Vita Coimbra, que também está falido e onde a LSREF3 é credora de 77,4 milhões dos 77,8 milhões de créditos reconhecidos, também deverá ser colocado à venda em breve.