Notícia
Distribuidora Vasp reúne-se com Governo no final do mês para encontrar uma solução
Na sequência do anúncio de uma taxa extra de distribuição da Vasp, a Associação Nacional de Vendedores de Imprensa (ANVI) tem previsto um boicote à venda para 18 e 19 de junho.
16 de Junho de 2021 às 20:28
A Vasp vai reunir-se com o Governo no final do mês para encontrar uma solução, na sequência da taxa extra anunciada pela distribuidora de jornais e revistas, disse o presidente da empresa, Paulo Proença, à Lusa.
Contactado pela Lusa sobre a existência de uma reunião com o Governo no final do mês, o responsável confirmou a informação.
"Recebemos ontem uma informação do chefe de gabinete do secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor", João Torres, "a confirmar uma audiência para o dia 28 de junho", disse Paulo Proença.
A reunião contará também com a presença dos secretários de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, Nuno Artur Silva, e a secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira.
Na sequência do anúncio de uma taxa extra de distribuição da Vasp, a Associação Nacional de Vendedores de Imprensa (ANVI) tem previsto um boicote à venda para 18 e 19 de junho.
"Nós somos solidários com os pontos de venda no sentido que entendemos que a questão da taxa é uma situação que vem penalizar o setor, que tem sofrido, tal como a Vasp, com a pandemia", mas "entendemos" que o boicote "não é a melhor forma de expressarem esse desagrado porque vai ainda penalizar mais não só a distribuidora como os editores, as gráficas, toda a cadeia de valor", afirmou.
"Os protestos estão a ser dirigidos contra a entidade errada, consideramos que há muita falta de informação sobre a real situação que a distribuição e todo o setor atravessam, acho que teria sido mais produtivo a associação ter tentado juntamente com a Vasp junto do Governo tentar obter apoios", salientou.
Aliás, "sempre foi essa a postura da Vasp, até porque a associação não existia", foi criada no passado dia 11 de junho, desconhecendo-se quantos membros tem. "O boicote não é a melhor forma de protesto", sublinhou Paulo Proença.
A Vasp dirigiu ao Governo, "desde o início da pandemia, várias missivas no sentido de alertar para a grave situação que a distribuição e todo o setor estavam a atravessar devido à quebra de vendas", recordando que a distribuidora vive de uma margem sobre as vendas.
"Quando temos quebras de vendas superiores a 20%, aliás na casa quase dos 24% nos últimos 12 meses e quando os custos são maioritariamente fixos, com tendência aumentar, com aumentos dos salários mínimos ou aumentos dos combustíveis", entre outros, "a situação é altamente deficitária", prosseguiu o gestor.
A Vasp "foi aguentando os prejuízos da operação" durante a pandemia, "sempre pedindo apoio ao Governo no sentido de se tentar encontrar uma solução" e agora "foi obrigada a tomar a única medida que podia tomar, que é pedir um esforço que também vindo a ser pedido aos editores, no sentido de comparticiparem no sentido" da empresa continuar a distribuir jornais e revistas em todo o país.
A partir de 4 de julho, está prevista a aplicação de uma taxa diária de entrega no valor de 1,50 euros de segunda a sábado e de um euro aos domingos, a que acresce o IVA, como forma de comparticipação dos custos de transporte, entrega e recolha das publicações.
Trata-se de "uma comparticipação dos custos da entrega, estamos a falar de um valor muito inferior ao real custo médio por entrega", que é de superior a quatro euros, a nível nacional, só no transporte, explicou.
"O que nós pedimos com esta taxa é que compreendam que a única forma que temos de conseguir assegurar isto é todos nós fazermos um esforço", salientou, apontando que a Vasp "vive exclusivamente da margem que cobra, tal como os pontos de venda, pelas vendas reais que são afetuadas".
Paulo Proença sublinhou que "a margem dos pontos de venda é normalmente o dobro até da margem da Vasp".
A alternativa era não cobrar a taxa e só distribuir nas zonas rentáveis do país, que são as grandes cidades do litoral.
"Não foi essa a decisão do Conselho de Administração por indicação dos acionistas, achamos há um direito constitucional de todos os cidadãos terem acesso à informação e a única forma de fazermos foi através da cobrança de uma taxa, que é um modelo que já existe há muitos anos em Espanha, Bélgica ou Inglaterra", argumentou. "É um modelo de taxa única, igual para todos, não discriminatória", apontou.
"Compreendemos o protesto, compreendemos as dificuldades dos pontos de venda, a Vasp não tem nada contra os pontos de venda, a Vasp não vai ficar rica com a cobrança da taxa, o valor que calculámos foi o valor mínimo de forma a conseguirmos ter a operação a funcionar, portanto, a Vasp não vai dar lucros", acrescentou. Aliás, "mesmo com este valor, a Vasp irá provavelmente este ano dar prejuízo", considerou.
O presidente disse ter consciência que alguns pontos de venda mais pequenos terão mais dificuldade, mas também considera que há "algumas obrigações quer do Estado, quer eventualmente das autarquias de apoiar os pontos de venda para que eles possam prosseguir" com a sua atividade.
"O apoio do Estado até pode não ser à Vasp, pode ser aos pontos de venda, agora a Vasp é que não pode continuar, porque não tem músculo financeiro, para suportar as perdas" destes quase ano e meio.
No âmbito de uma operação em curso, a Cofina Media passará a deter 50% do capital social da Vasp, sendo os remanescentes 50% do capital da sociedade detidos pela Global Media (33,33%) e pela Páginas Civilizadas (16,67%)".
Contactado pela Lusa sobre a existência de uma reunião com o Governo no final do mês, o responsável confirmou a informação.
A reunião contará também com a presença dos secretários de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, Nuno Artur Silva, e a secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira.
Na sequência do anúncio de uma taxa extra de distribuição da Vasp, a Associação Nacional de Vendedores de Imprensa (ANVI) tem previsto um boicote à venda para 18 e 19 de junho.
"Nós somos solidários com os pontos de venda no sentido que entendemos que a questão da taxa é uma situação que vem penalizar o setor, que tem sofrido, tal como a Vasp, com a pandemia", mas "entendemos" que o boicote "não é a melhor forma de expressarem esse desagrado porque vai ainda penalizar mais não só a distribuidora como os editores, as gráficas, toda a cadeia de valor", afirmou.
"Os protestos estão a ser dirigidos contra a entidade errada, consideramos que há muita falta de informação sobre a real situação que a distribuição e todo o setor atravessam, acho que teria sido mais produtivo a associação ter tentado juntamente com a Vasp junto do Governo tentar obter apoios", salientou.
Aliás, "sempre foi essa a postura da Vasp, até porque a associação não existia", foi criada no passado dia 11 de junho, desconhecendo-se quantos membros tem. "O boicote não é a melhor forma de protesto", sublinhou Paulo Proença.
A Vasp dirigiu ao Governo, "desde o início da pandemia, várias missivas no sentido de alertar para a grave situação que a distribuição e todo o setor estavam a atravessar devido à quebra de vendas", recordando que a distribuidora vive de uma margem sobre as vendas.
"Quando temos quebras de vendas superiores a 20%, aliás na casa quase dos 24% nos últimos 12 meses e quando os custos são maioritariamente fixos, com tendência aumentar, com aumentos dos salários mínimos ou aumentos dos combustíveis", entre outros, "a situação é altamente deficitária", prosseguiu o gestor.
A Vasp "foi aguentando os prejuízos da operação" durante a pandemia, "sempre pedindo apoio ao Governo no sentido de se tentar encontrar uma solução" e agora "foi obrigada a tomar a única medida que podia tomar, que é pedir um esforço que também vindo a ser pedido aos editores, no sentido de comparticiparem no sentido" da empresa continuar a distribuir jornais e revistas em todo o país.
A partir de 4 de julho, está prevista a aplicação de uma taxa diária de entrega no valor de 1,50 euros de segunda a sábado e de um euro aos domingos, a que acresce o IVA, como forma de comparticipação dos custos de transporte, entrega e recolha das publicações.
Trata-se de "uma comparticipação dos custos da entrega, estamos a falar de um valor muito inferior ao real custo médio por entrega", que é de superior a quatro euros, a nível nacional, só no transporte, explicou.
"O que nós pedimos com esta taxa é que compreendam que a única forma que temos de conseguir assegurar isto é todos nós fazermos um esforço", salientou, apontando que a Vasp "vive exclusivamente da margem que cobra, tal como os pontos de venda, pelas vendas reais que são afetuadas".
Paulo Proença sublinhou que "a margem dos pontos de venda é normalmente o dobro até da margem da Vasp".
A alternativa era não cobrar a taxa e só distribuir nas zonas rentáveis do país, que são as grandes cidades do litoral.
"Não foi essa a decisão do Conselho de Administração por indicação dos acionistas, achamos há um direito constitucional de todos os cidadãos terem acesso à informação e a única forma de fazermos foi através da cobrança de uma taxa, que é um modelo que já existe há muitos anos em Espanha, Bélgica ou Inglaterra", argumentou. "É um modelo de taxa única, igual para todos, não discriminatória", apontou.
"Compreendemos o protesto, compreendemos as dificuldades dos pontos de venda, a Vasp não tem nada contra os pontos de venda, a Vasp não vai ficar rica com a cobrança da taxa, o valor que calculámos foi o valor mínimo de forma a conseguirmos ter a operação a funcionar, portanto, a Vasp não vai dar lucros", acrescentou. Aliás, "mesmo com este valor, a Vasp irá provavelmente este ano dar prejuízo", considerou.
O presidente disse ter consciência que alguns pontos de venda mais pequenos terão mais dificuldade, mas também considera que há "algumas obrigações quer do Estado, quer eventualmente das autarquias de apoiar os pontos de venda para que eles possam prosseguir" com a sua atividade.
"O apoio do Estado até pode não ser à Vasp, pode ser aos pontos de venda, agora a Vasp é que não pode continuar, porque não tem músculo financeiro, para suportar as perdas" destes quase ano e meio.
No âmbito de uma operação em curso, a Cofina Media passará a deter 50% do capital social da Vasp, sendo os remanescentes 50% do capital da sociedade detidos pela Global Media (33,33%) e pela Páginas Civilizadas (16,67%)".