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Diretor-geral cessante da OMC vai assumir cargo na Pepsi

O diretor-geral cessante da Organização Mundial do Comércio, Roberto Azevedo, vai assumir um cargo de direção na empresa norte-americana PepsiCo, quando deixar, no fim do mês, o seu lugar na OMC, uma instituição em crise.

21 de Agosto de 2020 às 17:06
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O brasileiro, que é engenheiro de formação e diplomata de carreira, anunciou em meados de maio que deixaria as suas funções na OMC no final de agosto, um ano antes do fim do seu mandato, por "razões familiares", sem, no entanto, revelar o que iria fazer.

A Pepsi anunciou esta semana que o antigo líder da OMC se juntaria ao grupo a partir de setembro, como vice-presidente e diretor de assuntos gerais da empresa de bebidas.

Em comunicado, o grupo explicou ter criado um novo cargo que será ocupado pelo brasileiro, juntando atividades de política pública, assuntos governamentais e de comunicação, para "consolidar os esforços de compromisso externo da PepsiCo junto de governos nacionais e internacionais, reguladores, organizações internacionais e agentes não governamentais".

Ramon Laguarta, presidente e diretor-geral da PepsiCo, elogiou "os conhecimentos técnicos" de Azevedo, salientando a sua importância para a empresa.

Após a saída de Azevedo, um dos quatro diretores adjuntos da OMC - um norte-americano, um alemão, um nigeriano e um chinês - deveria ficar na liderança da organização até ser nomeado um sucessor.

Mas, os 164 membros da organização, que habitualmente tomam as decisões por consenso, não chegaram a um entendimento.

O processo de nomeação do sucessor de Azevedo, deve começar em setembro e durar várias semanas. Há oito candidatos ao cargo.

Liam Fox (Reino Unido), Jesus Seade (México), Ngozi Okonjo-Iweala (Nigéria), Abdel-Hamid Mamdouh (Egito), Amina Mohamed (Quénia), Tudor Ulianovschi (Moldávia), Yoo Myung-hee (Coreia do Sul) e Mohammed al-Tuwaijri (Arábia Saudita) são os candidatos à liderança da OMC.

No meio de uma crise económica mundial causada pela pandemia de covid-19, há tarefas importantes que aguardam a escolha do futuro líder da OMC: preparar a conferência ministerial que deve ter lugar em 2021, impulsionar negociações que estão num impasse e resolver os conflitos que opõem a organização aos Estados Unidos.

Roberto Azevedo assumiu a liderança da OMC em 2013 sucedendo ao francês Pascal Lamy. Em setembro de 2017, iniciou um segundo mandato de quatro anos, que deveria terminar no final de agosto de 2021.

O diplomata brasileiro deixa a liderança da OMC num momento crítico da organização por causa do bloqueio do seu principal mecanismo de resolução de conflitos, paralisado desde dezembro devido à recusa dos Estados Unidos em designar novos juízes.

Os Estados Unidos pedem uma reforma da organização e ameaçam mesmo deixá-la.
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