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Depósitos das empresas "encolhem" pela primeira vez em mais de uma década
Dados do Banco de Portugal indicam que depósitos das empresas decresceram face ao ano anterior pela primeira vez desde 2012. Os particulares também tinham menos dinheiro no banco em 2023, ano marcado por uma "troca" dos depósitos à ordem por a prazo.
Os depósitos das empresas diminuíram em 2023 relativamente ao ano anterior, o que não acontecia desde 2012, revelam dados publicados, esta sexta-feira, pelo Banco de Portugal (BdP).
De acordo com as as estatísticas do BdP, no final do ano passado, o "stock" de depósitos das empresas nos bancos totalizava 64,2 mil milhões de euros, ou seja, menos 3,1 mil milhões de euros do que no final de 2022.
Esta evolução representa uma taxa de variação anual de menos 4,4%, o valor mais baixo em dezembro dos últimos dez anos.
A mesma tendência foi verificada do lado dos particulares, com os depósitos nos bancos a diminuírem 1,4% em relação a 2022, refere o BdP, indicando que "o crescimento dos depósitos tem desacelerado nos últimos anos (de 8,1% em 2020, abrandou para 6,6% em 2021 e para 5,4% em 2022) mas que 2023 essa desaceleração passou então "a um efetivo decréscimo".
No final de 2023, o "stock" de depósitos de particulares totalizava 179,8 mil milhões de euros, menos 2,7 mil milhões de euros do que no final de 2022. Para esta evolução, foram determinantes as reduções registadas nos primeiros meses do ano, explica o regulador bancário, indicando que o valor mínimo, de 173,7 mil milhões de euros, foi atingido em maio (menos 8,8 mil milhões de euros do que no final de 2022).
Além disso, há diferenças no comportamento dos particulares a este nível, já que em 2023 "assistiu-se "a uma substituição de depósitos à ordem por depósitos a prazo".
Em concreto, os depósitos à ordem reduziram-se 9,6 mil milhões de euros, enquanto os depósitos a prazo (que incluem os depósitos com prazo acordado e os depósitos com pré-aviso) aumentaram aproximadamente de 7 mil milhões de euros.
Os empréstimos para habitação corresponderam a 98,9 mil milhões de euros, menos 1,4 mil milhões do que em dezembro de 2022, registando uma taxa de crescimento negativa, de 1,3%, face a 2022 Um decréscimo que - segundo o BdP - foi "gradual ao longo do ano, motivado pelo contexto de subida das taxas de juro, refletindo-se num aumento das amortizações antecipadas e no abrandamento na procura de crédito à habitação".
Os empréstimos ao consumo contrariaram a tendência, atingindo 21,2 mil milhões de euros, ou seja, mais 0,5 mil milhões do que no final de 2022, traduzindoi assim um aumento de 3,6% em 2023, mas ainda assim abaixo do registado no final de 2022 (5,9%).
Olhando para as empresas, o montante total de empréstimos concedidos pelos bancos ascendeu a 73,4 mil milhões de euros, menos 1,8 mil milhões de euros do que no final de 2022. E, como salienta o BdP, apesar de o seu crescimento estar a abrandar desde o início de 2021 (de 9,7% em 2020, para 4,2% em 2021 e para 0,6% em 2022), em 2023, a taxa de variação anual passou mesmo a ser negativa (1,1%), o que não acontecia desde 2017.
Segundo o regulador bancário, no ano passado, apenas as microempresas apresentaram um crescimento dos empréstimos relativamente ao ano anterior: 3,7%. Os empréstimos das pequenas e das médias empresas decresceram 3,3% e 5,8%, respetivamente. Já os empréstimos concedidos às grandes empresas, que cresceram 0,7% em 2022, apresentaram, em 2023, uma taxa de variação anual negativa de 1,9%.
Por setor de atividade, os empréstimos concedidos aos setores das indústrias e eletricidade e do comércio, transportes e alojamento decresceram 4,6% e 2%, respetivamente, em relação a 2022, enquanto no setor da construção e atividades imobiliárias, os empréstimos continuaram a crescer (1,8%), embora menos do que no ano anterior (4,2%), detalha o BdP.
De acordo com as as estatísticas do BdP, no final do ano passado, o "stock" de depósitos das empresas nos bancos totalizava 64,2 mil milhões de euros, ou seja, menos 3,1 mil milhões de euros do que no final de 2022.
A mesma tendência foi verificada do lado dos particulares, com os depósitos nos bancos a diminuírem 1,4% em relação a 2022, refere o BdP, indicando que "o crescimento dos depósitos tem desacelerado nos últimos anos (de 8,1% em 2020, abrandou para 6,6% em 2021 e para 5,4% em 2022) mas que 2023 essa desaceleração passou então "a um efetivo decréscimo".
No final de 2023, o "stock" de depósitos de particulares totalizava 179,8 mil milhões de euros, menos 2,7 mil milhões de euros do que no final de 2022. Para esta evolução, foram determinantes as reduções registadas nos primeiros meses do ano, explica o regulador bancário, indicando que o valor mínimo, de 173,7 mil milhões de euros, foi atingido em maio (menos 8,8 mil milhões de euros do que no final de 2022).
Além disso, há diferenças no comportamento dos particulares a este nível, já que em 2023 "assistiu-se "a uma substituição de depósitos à ordem por depósitos a prazo".
Em concreto, os depósitos à ordem reduziram-se 9,6 mil milhões de euros, enquanto os depósitos a prazo (que incluem os depósitos com prazo acordado e os depósitos com pré-aviso) aumentaram aproximadamente de 7 mil milhões de euros.
Empréstimos (igualmente) em queda
De acordo com os dados do BdP, os empréstimos também diminuíram em 2023, tanto a particulares como a empresas. Em concreto, o montante total dos empréstimos concedidos pelos bancos a particulares caiu 0,6%.Os empréstimos para habitação corresponderam a 98,9 mil milhões de euros, menos 1,4 mil milhões do que em dezembro de 2022, registando uma taxa de crescimento negativa, de 1,3%, face a 2022 Um decréscimo que - segundo o BdP - foi "gradual ao longo do ano, motivado pelo contexto de subida das taxas de juro, refletindo-se num aumento das amortizações antecipadas e no abrandamento na procura de crédito à habitação".
Os empréstimos ao consumo contrariaram a tendência, atingindo 21,2 mil milhões de euros, ou seja, mais 0,5 mil milhões do que no final de 2022, traduzindoi assim um aumento de 3,6% em 2023, mas ainda assim abaixo do registado no final de 2022 (5,9%).
Olhando para as empresas, o montante total de empréstimos concedidos pelos bancos ascendeu a 73,4 mil milhões de euros, menos 1,8 mil milhões de euros do que no final de 2022. E, como salienta o BdP, apesar de o seu crescimento estar a abrandar desde o início de 2021 (de 9,7% em 2020, para 4,2% em 2021 e para 0,6% em 2022), em 2023, a taxa de variação anual passou mesmo a ser negativa (1,1%), o que não acontecia desde 2017.
Segundo o regulador bancário, no ano passado, apenas as microempresas apresentaram um crescimento dos empréstimos relativamente ao ano anterior: 3,7%. Os empréstimos das pequenas e das médias empresas decresceram 3,3% e 5,8%, respetivamente. Já os empréstimos concedidos às grandes empresas, que cresceram 0,7% em 2022, apresentaram, em 2023, uma taxa de variação anual negativa de 1,9%.
Por setor de atividade, os empréstimos concedidos aos setores das indústrias e eletricidade e do comércio, transportes e alojamento decresceram 4,6% e 2%, respetivamente, em relação a 2022, enquanto no setor da construção e atividades imobiliárias, os empréstimos continuaram a crescer (1,8%), embora menos do que no ano anterior (4,2%), detalha o BdP.