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Delator avisou EY da fraude da Wirecard quatro anos antes do colapso

De acordo com a KPMG, o delator enviou mesmo uma carta para a sede da EY, em Estugarda.

Reuters
30 de Setembro de 2020 às 11:47
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A EY foi avisada em 2016 por um dos seus funcionários que os gestores seniores da Wirecard poderiam ter cometido fraude e que tentaram subornar um auditor, avança o financial Times.

Esta revelação coloca pressão sobre a EY, que auditou as contas da Wirecard durante mais de uma década, para a empresa acabar por implodir este ano, "caindo" num buraco financeiro de 2 mil milhões de euros que se abriu nas suas contas.

Um inquérito levado a cabo pela concorrente KPMG apontou que foram levantadas suspeitas de fraude sobre a Wirecard em 2016, por um delator interno e que um auditor na Índia havia sido alvo de suborno. A EY conduziu uma investigação mas esta não teve seguimento.

Estas informações constam de uma adenda à auditoria que foi pedida à KPMG e que foi publicada em abril, levando à descoberta da situação financeira da Wirecard. A adenda contém factos que não eram do âmbito da auditoria mas que a empresa considerou tão relevantes que decidiu reportar de qualquer forma, à parte.

De acordo com a KPMG, o delator enviou mesmo uma carta para a sede da EY, em Estugarda. A carta apontava conflitos de interesse entre os auditores na Índia e a Wirecard, que lá fez várias aquisições, inclusivamente de empresas em que gestores da EY teriam participações, direta ou indiretamente.

A auditora está sob investigação da parte do supervisor alemão Apas, sendo também alvo de processos da parte de investidores que perderam milhares de milhões de euros quando a empresa faliu.  

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