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Da Honda à McDonald’s: o impacto do coronavírus sobre as empresas

Empresas globais, como a Honda Motor e o grupo PSA, estão a retirar trabalhadores das regiões chinesas mais atingidas pelo surto do coronavírus. Operadoras de parques temáticos, cinemas, retalhistas e redes de restaurantes estão a suspender ou reduzir as operações para proteger os funcionários e limitar a propagação do novo vírus.

Reuters
28 de Janeiro de 2020 às 14:49
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As medidas tomadas pelas empresas destacam a importância de Wuhan como centro de produção, transporte e negócios de empresas de todo o mundo. A cidade da região central da China tem mais de 500 fábricas e outras instalações, ocupando a 13ª posição entre as 2 mil cidades chinesas que constam na base de dados da Bloomberg das cadeias de fornecimento. É a capital da província de Hubei, que conta com 1.016 fábricas, tornando-se a sétima maior de 32 dessas jurisdições.

Empresas japonesas têm lá cerca de 54 unidades, empresas dos Estados Unidos controlam 44 e as europeias, 40, segundo os dados. Muitas fábricas são do setor automóvel e de transporte, e entre os grandes nomes encontram-se a PepsiCo e a Siemens.

A China prolongou o feriado do Ano Novo Lunar até 2 de fevereiro em relação à data original de 30 de janeiro para reduzir o fluxo de viagens. As autoridades também bloquearam cidades com 40 milhões de pessoas em redor do epicentro em Wuhan, enquanto tentam conter uma doença semelhante à pneumonia que já matou pelo menos uma centena de pessoas no país.

Países como os EUA, Japão, Singapura e Coreia do Sul também relataram casos de infeção.

Veja as medidas tomadas por algumas grandes empresas:

27 de janeiro:

  • Starbucks, McDonald’s e Domino’s Pizza. Das três cadeias de restauração dos EUA, a Starbucks é a mais exposta ao surto, tendo em conta a percentagem das receitas e lucros operacionais em todo o mundo, de acordo com o analista da Guggenheim, Matthew DiFrisco. "A China representa uma região de alto crescimento e um contribuinte significativo para as metas de crescimento da receita global de longo prazo para as três empresas", disse DiFrisco num relatório. A Starbucks, com cerca de 4.100 cafés na China, informou que está a encerrar algumas unidades, sem avançar mais detalhes.
  • Tesla e Nio. Cerca de 8 milhões de carros foram vendidos no ano passado nas cerca de 40 cidades chinesas que têm 10 ou mais casos de coronavírus diagnosticados, ou 36,8% do volume total no país, estimam analistas do Bernstein. Essas cidades responderam por 82,5% dos volumes de vendas de carros elétricos da Tesla e 68% do volume da Nio, segundo os analistas.
  • A empresa com sede em Mississauga, Ontário, fechou temporariamente 70 mil salas de cinemasapós o surto. O impacto da receita perdida da Imax durante o Ano Novo Chinês será de pelo menos 60 milhões de dólares na receita global de bilheteira, de acordo com a MKM Partners. Se a epidemia durar mais algumas semanas, seria possível um rombo de 200 milhões de dólares no primeiro trimestre, disseram os analistas da MKM Partners numa nota.
  • Nissan Motor. A fabricante tem planos para retirar a maioria dos seus trabalhadores e familiares de Wuhan recorrendo a um avião fretado enviado pelo governo japonês, disse uma porta-voz da empresa.

26 de janeiro:

  • Honda Motor. A empresa vai retirar cerca de 30 trabalhadores e familiares japoneses de Wuhan usando uma aeronave do governo, disse por telefone Teruhiko Tatebe, um porta-voz em Tóquio. Alguns funcionários necessários para manter as operações locais permanecerão na cidade.

25 de janeiro:

  • A fabricante dos carros Peugeot e de outras marcas anunciou que vai retirar funcionários e suas famílias da área de Wuhan. Um total de 38 pessoas deixará a cidade, informou a empresa em comunicado.
  • H&M. A retalhista fechou um total de 13 lojas na região, segundo informações do jornal Svenska Dagbladet. A China é o quinto maior mercado da empresa em termos de receita, com 524 lojas.
  • A Ikea fechou os seus armazéns em Wuhan na quinta-feira.

24 de janeiro:

  • Walt Disney. A maior operadora de parques temáticos do mundo anunciou que encerraria a sua unidade da Disneylândia em Xangai a partir de 25 de janeiro. A empresa está a reembolsar os clientes que compraram entradas para os parques temáticos ou fizeram reservas em quartos de hotéis. "Continuaremos a monitorizar cuidadosamente a situação e a manter contacto próximo com o governo local, e anunciaremos a data de reabertura após a confirmação", afirmou a empresa em comunicado.
  • Delta Air Lines. A companhia aérea com sede em Atlanta divulgou uma medida que permite aos passageiros que viajam entre Pequim e Xangai entre 24 e 31 de janeiro mudarem o itinerário sem terem de pagar multa.
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