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CTT não cumpriram indicadores de qualidade. João Bento garante que “são inatingíveis”
O presidente executivo dos CTT admite que “o ano não foi perfeito”, mas os resultados dos indicadores “inatingíveis” decididos pela Anacom mostram uma “calamidade que não existiu”.
Os CTT não cumpriram nenhum dos 24 indicadores de qualidade relativos a 2019 impostos pelo regulador. Um resultado que segundo o presidente executivo dos CTT, João Bento, não espelha a performance da empresa. "Em 2018 a Anacom mudou os indicadores por razões que ninguém percebe", e os mesmos são "inatingíveis como antecipámos desde a primeira hora", disse ao Negócios o gestor.
Apesar de não terem conseguido alcançar os objetivos de qualidade de serviço definidos pelo regulador, os CTT sublinham que na sua larga maioria os resultados são superiores a 90%.
Aliás, segundo o líder dos Correios caso se tivessem mantido os 11 indicadores e o Indicador Global de Qualidade do Serviço (IGQS) teriam "registado um indicador global de qualidade de 107,5, acima do objetivo de 100". Um resultado que só seria alcançado caso se excluísse também os indicadores relativos às Regiões Autónomas, uma vez que a "insuficiência na capacidade de transporte de carga aérea é completamente alheia aos CTT", acrescentou o gestor dos CTT que já em 2017 e 2018 não tinham cumprido entre dois a três indicadores.
"Estamos muito empenhados em melhorar a qualidade do serviço. E o ano não foi perfeito, mas foi genericamente em linha com o anterior. E estes indicadores mostram uma calamidade que não é", lamentou. João Bento assume que "não está tudo bem" no serviço claro,e assume a responsabilidade em algumas coisas. Mas garante que cumprir estas novas metas é uma missão impossível.
João Bento relembrou ainda que a decisão da Anacom de aumentar o número de indicadores bem como a sua exigência foi impugnada judicialmente pelos CTT em 2018, "num processo que decorre nas instâncias próprias".
Os resultados dos indicadores de qualidade relativos a 2019 foram entregues esta quarta-feira à Anacom que após a "degradação do serviço" postal decidiu apertar os critérios de qualidade.