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CTT continuam "ativamente a olhar para novas oportunidades" de aquisições
O presidente executivo dos CTT não exclui novas compras na área da logística, mas descarta a entrada em novos mercados, pelo menos para já. Quanto a eventuais restrições da União Europeia às gigantes chinesas, como a Temu ou Shein, diz olhar para o tema com "serenidade".
Os CTT não excluem realizar novas aquisições de empresas da área de logística. Após o anúncio do acordo para a compra da espanhola Cacesa, por 104 milhões de euros, o presidente executivo do grupo revelou que continuam "ativamente a olhar para outras oportunidades". No entanto, a entrada em novos mercados não está nos planos, para já. "O foco é a Península Ibérica", explicou João Bento numa conferência de imprensa que decorreu esta quarta-feira.
"A compra anunciada hoje é um passo importante para a estratégia de crescimento dos CTT" e permite "antecipar tendências" como o crescimento do mercado do sudeste asiático, exemplificou.
A Cacesa é uma empresa especializada no desalfandegamento de comércio eletrónico internacional da China para a Europa, oferecendo ainda serviços de distribuição e transporte de carga em 15 países. Espanha, Itália, Bélgica e Polónia são os seus principais mercados.
Apesar de admitir que esta transação pode ser uma forma "de ir olhando para outros mercados", na área de entrega de encomendas, aponta que "ainda é cedo" para dar esse passo. A prioridade "é crescer na Iberia".
Esta compra, que terá ainda de ser aprovada pelos reguladores, vai gerar sinergias de 5 milhões de euros e pode abrir a porta a "contratos de outra dimensão", comentou.
Questionado sobre o impacto de eventuais restrições às plataformas de comércio electrónico chinesas - como a Temu, Shein e Aliexpress - João Bento disse que olham para o tema "de forma séria, mas com serenidade". E deu um exemplo com a recente compra: "nenhuma destas entidades [chinesas] tem uma plataforma de desalfandegamneto" na Europa.
Os CTT esperam concluir a aquisição da Cacesa em março ou abril de 2025, após a aprovação das autoridades regulatórias. A aquisição será financiada por dívida, mantendo um rácio de alavancagem abaixo de 2,5x.
Espera-se que esta aquisição tenha um impacto positivo imediato nos resultados e no fluxo de caixa, indica a empresa, com previsão de aumento de cerca de 20% no lucro por ação e no fluxo de caixa por ação até 2026.