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Cotadas brasileiras fazem «road show» em Portugal

Seis empresas que actuam no mercado brasileiro estiveram em Portugal a fazer um «road show». As apresentações enquadraram-se num «workshop» desenvolvido pelo Banco Finantia que contou com a presença do secretário do Tesouro Nacional do Brasil, Joaquim Lev

16 de Novembro de 2004 às 16:45
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Seis empresas que actuam no mercado brasileiro estiveram em Portugal a fazer um «road show». As apresentações enquadraram-se num «workshop» desenvolvido pelo Banco Finantia que contou com a presença do secretário do Tesouro Nacional do Brasil, Joaquim Levy.

As empresas presentes foram a Electrobrás, a Gerdau, o Banco do Nordeste do Brasil, o Banco Safra, a Braskem e o Bladex.

Joaquim Levy afirmou que a capacidade de crédito e os «spreads» praticados no Brasil têm tendência a ter um desempenho melhor. Adiantando que a política levada a cabo pelo governo de Lula da Silva mostra que «os vencedores são os que investem» em detrimento dos que optam por inflacionar os preços.

O Brasil fez recentemente uma emissão de dívida com base o euro, o que teve uma boa adesão, afirmou Joaquim Levy. O mesmo responsável adiantou contudo que, visto a participação do euro na economia brasileira ser muito pequena, tão cedo não pensam fazer uma nova emissão.

O responsável adiantou que as fontes de preocupação do Brasil ligam-se à dependência face ao petróleo – subordinação tem vindo a diminuir – e ao aumento das taxas de juro nos EUA, mas concluiu que não são factores de forte vulnerabilidade, acrescentando que teria de haver um movimento muito brusco para poder afectar a liquidez. «Não consigo vislumbrar uma mudança brusca», disse Levy.

A Electrobrás, petrolífera pertencente ao Estado brasileiro – que tem como parceira a EDP na participada Furnas Centrais Eléctricas – adiantou, durante a sessão, que pretende realizar associações com empresas noutros mercados para além do seu país de origem.

As perspectivas da empresa voltam-se para investimentos e parcerias para os próximos tempos, garantiu Silvas Cavalcanti Silva, presidente executivo da eléctrica brasileira. Os negócios com o exterior serão realizados através de «joint-ventures», de preferência com entidades com as quais já tenham parcerias, acrescentou.

Os mercados referenciados pelo presidente executivo, Silvas Cavalcanti Silva, foram África, Ásia (com destaque para Índia e China) e América do Sul.

Quando questionado sobre possíveis investimentos em Portugal, Silvas Cavalcanti Silva afirmou que a companhia que lidera não equaciona fazer aquisições de empresas e também não prevê que entidades portuguesas entrem no capital da Electrobrás. Qualquer eventual cooperação passará assim por parcerias sem realização de investimento por nenhuma das partes.

O Grupo Gerdau, o décimo quarto maior fabricante mundial de aço longo, não tem investimentos operacionais com a Europa, nem pretende desenvolvê-los para já.

No mercado da Ásia, que foi analisado há cerca de 15 anos pela empresa brasileira, a Gerdau concluiu que pelo facto de ser uma cultura tão diferente as hipóteses de sucesso eram baixas, afirmou o responsável financeiro da empresa, Osvaldo Schirmer.

A Europa ficou de lado por uma questão de competitividade. Num prazo de três a quatro anos a Gerdau não tenciona sair da América.

Os preços do aço subiram muito desde Janeiro, avançou o responsável que afirma que os «spreads» já começaram a acomodar-se. Quanto a uma previsão longínqua, com um prazo de dois anos de «spreads», Shrimer disse que é difícil prever: «o mercado está volátil», depois de ter acalmado com a estabilização do mercado chinês.

O Banco do Nordeste é uma entidade que tem como objectivo o desenvolvimento da zona norte do país. A função da instituição é a de encontrar parceiros de investimento, com a finalidade de captar recursos, e financiar investimentos que sejam direccionados para o Nordeste brasileiro.

O banco voltou a focar-se nas operações comerciais e cambiais, depois de ter estado fora destes mercados durante oito anos, actuando essencialmente entre as pequenas e médias empresas (PME), agora também estão a dar atenção a grandes empresas.

O Banco Safra é o sexto maior banco privado do Brasil com um total de activos consolidados até Junho de 37,032 mil milhões de reais com 102 postos de venda, o que compara com o Bradesco que é líder de mercado com 176,254 mil milhões de reais com 11.045 postos de venda.

O Safra tem como perspectivas para o próximo ano um crescimento de 25% da carteira de empréstimos, mantendo os «spreads» com uma tendência de queda e com resultados a aumentarem 15%. Um dos sectores que a empresa espera desenvolver é o de pessoas físicas, visto até aqui ter-se focado nas pessoas jurídicas. O superintendente executivo, Walter Piacsek, disse que a economia brasileira está mais «estável, o que facilita a entrada no sector».

A Braskem, a maior petroquímica da América Latina, registou um aumento de 24% das exportações em 2004, sendo os principais destinos a América do Norte, que arrecada 40%, a Europa, com 23%, a Ásia, com 22% e a América do Sul com 15% das saídas.

Segundo a empresa o «‘outlook’ do mercado é positivo», a empresa tem registado um aumento do EBITDA progressivo, registando no terceiro trimestre deste ano um avanço de 61% face ao mesmo período do ano passado. O director de operações internacionais, Michael Machado, reiterou que este avanço foi observado tendo como base tanto o real como o dólar.

O Bladex é grupo que actua em 23 países e que negoceia desde 1992 na bolsa de Nova Iorque directamente. A empresa actua no mercado brasileiro há 25 anos, e segundo um vice-presidente da tesouraria, Christopher Hesketh, nunca perderam dinheiro com a participação no Brasil.

Em 2002 expandiram-se para a Argentina onde aplicaram 56 milhões de dólares, com o objectivo de apostarem no mercado, valor que agora será reposto pela Argentina progressivamente.

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