Duas das principais consultoras internacionais de investidores institucionais recomendam aos accionistas do Banco Comercial Português (BCP) que votem contra a eleição do conselho de remunerações da instituição e contra a diminuição da percentagem máxima de lucros que pode ser destinada aos prémios dos administradores.

Ambas as instituições apenas aconselham votar contra nos dois últimos pontos da ordem de trabalhos da assembleia geral (AG) da próxima terça-feira, precisamente aqueles que foram acrescentados à ordem de trabalhos por pedido de Joe Berardo e da Teixeira Duarte.

A opinião da Glass Lewis foi emitida já depois de ser conhecida a candidatura de Berardo à liderança do conselho de remunerações. A consultora não faz considerações sobre a lista proposta - que inclui ainda Luís Champalimaud e Manuel Pinto Barbosa -, apenas justifica a sua posição com o facto de, na sua opinião, o conselho geral e de supervisão (CGS) "estar em melhor posição para tomar decisões de competência do conselho de remunerações".

No fundo, a Glass Lewis subscreve a opinião do CGS do BCP segundo o qual o comité que fixa os salários dos gestores deve emanar do órgão de supervisão em vez de ser eleito directamente pelos accionistas em AG. Uma posição de que vários accionistas do BCP, como Berardo e a Teixeira Duarte, discordam.