Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Concorrência faz cair margem da EDP Comercial

A agressiva concorrência no mercado liberalizado da electricidade penalizou a margem da EDP Comercial, empresa do grupo que actua neste segmento, em 6,4 milhões de euros no primeiro trimestre face a igual período de 2004. Esta foi uma das notas destacadas

25 de Maio de 2005 às 12:25
  • ...

A agressiva concorrência no mercado liberalizado da electricidade penalizou a margem da EDP Comercial, empresa do grupo que actua neste segmento, em 6,4 milhões de euros no primeiro trimestre face a igual período de 2004. Esta foi uma das notas destacadas pelo CFO (administrador financeiro), Rui Horta e Costa, no comentário aos resultados do primeiro trimestre.

Segundo Rui Horta e Costa, apesar do aumento de 44% da quantidade de energia vendida, em linha com o crescimento do mercado, a margem da EDP nesta actividade, que passou de 2,7 milhões de euros positivos para 3,7 milhões de euros negativos, a EDP perdeu margem para evitar que os seus clientes optassem por um fornecedor concorrente, renegociando os preços. A eléctrica conseguiu contudo manter a sua quota no mercado liberalizado em 66%. Actualmente, cerca de 53% do mercado já se encontra liberalizado.

Para o responsável, que falava na terça-feira aos jornalistas, estes números contrariam os que dizem que não há concorrência no sector. Rui Horta e Costa recorda que já há quatro concorrentes neste segmento (EDP, Sodesa – Endesa e Sonae, Iberdrola e Union Fenosa) e que a agressividade comercial subiu no último ano.

EDP admite alternativas aos CTT se contrato com Iberdrola avançar

Ainda em relação à concorrência, Rui Horta e Costa garantiu que a EDP vai denfender os seus interesses no caso da Iberdrola avançar com um contrato de comercialização de electricidade com os CTT. Os correios são um dos quatro a cinco meios que a EDP tem para se relacionar com os seus clientes, designadamente em matéria de cobranças. Caso o contrato anunciado com a eléctrica espanhola avance em termos que venham a penalizar a empresa portuguesa, através por exemplo da utilização da informação sobre os seus clientes para cativar mercado para a Iberdrola, EDP vai procurar alternativas aos CTT.

Em Abril, a Iberdrola e os CTT anunciaram um protocolo para a comercialização de electricidade na rede dos correios portugueses. O contrato de comercialização, anunciado para Junho, tenderia a ser exclusivo, o que suscitou dúvidas por parte da Autoridade da Concorrência pelos correios se tratarem de uma rede de serviço público sem alternativa.

Este acordo faz parte da estratégia da Iberdrola para a liberalização da electricidade para os clientes domésticos, uma realidade que só deverá acontecer em 2006.

Seca faz disparar custos com combustivel e penaliza produção

Outro factor destacado por Rui Horta e Costa são os efeitos da seca, visíveis na queda do índice de hidraulicidade, de 0,82 para 0,27 no primeiro trimestre e na quebra de 62,2% na produção hídrica vinculada e subida de 64,7% na produção térmica. Os custos com o combustível para produção eléctrica dispararam 137,2%, enquanto que os custos globais da EDP com combustíveis subiram 158,8% para 267,2 milhões de euros no primeiro trimestre. As transferencias para o Fundo de Correcção da Hidraulicidade, que visa atenuar o impacto do maior recurso às centrais térmicas, atingiram 53 milhões de euros, com consequências no "cash-flow" operacional.

Os encargos acrescidos com os combustíveis na produção de electricidade , recuperáveis via tarifas, deixam de ser diferidos pela adopção das novas normas de contabilidade e passam a afectar logo o exercício.

As margens na actividade da produção não vinculada foram ainda afectada pela subida dos preços da "poll" espanhola.

Neste segmento, o resultado operacional caiu 7,6% para 158,9 milhões de euros e o EBITDA (cash-flow) operacional desceu 6,5%.

Na EDP Distribuição, não obstante um aumento de 7,3% da procura de electricidade no primeiro trimestre, os proveitos permitidos via tarifas reguladas fixadas pela ERSE para 2005, diminuíram 1,8%. A margem bruta reduziu-se 8,2%, o resultado operacional 5,8% para 98 milhões de euros. Realce para a redução para a diminuição de 21,5% nos custos com pessoal, que traduz uma diminuição de 12,4% no número de empregados desta actividade e dos custos com pessoal em 9,6%

Perante uma conjuntura menos favorável no "core-business" em Portugal, Rui Horta e Costa sublinhou o contributo decisivo de outros mercados – Espanha e Brasil – e actividades – telecomunicações para a subida dos resultados da EDP no primeiro trimestre.

A Oni aumentou o EBITDA (cash-flow operacional) em de 3,4 milhões para 7,6 milhões de euros, mas os resultados operacionais permanecem negativos, 7,4 milhões de euros contra 8,9 milhões de perdas até Março de 2004. O destaque nesta actividade vai para a redução dos custos operacionais em 7%.

Sinergias com Hidrocantábrico na dívida

A EDP [edp] substituiu a dívida externa da Hidrocantábrico por suprimentos assegurados pelo grupo à participada espanhola. Esta reestruturação financeira, explicou Rui Horta e Costa, visa tirar partido das melhores condições negociais que a EDP consegue garantir em termos de financiamento, designadamente por um "rating" mais favorável. Esta medida, que incidiu sobre uma dívida de 1.375 milhões de euros, deverá gerar uma poupança de custos financeiros de seis milhões euros anuais.

Ver comentários
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio