A Galp Energia prevê que a compra da Agip Espanha esteja concretizada ainda no primeiro semestre deste ano. Sem querer avançar com o valor da operação, o presidente da petrolífera portuguesa revelou que a aquisição está neste momento apenas dependente da luz verde das autoridades de concorrência.

"Escolhemos três bancos que deverão ter as avaliações terminadas dentro de um ou dois meses", afirmou Ferreira de Oliveira aos jornalistas em Madrid para se justificar a não revelar para já o valor da compra que vai permitir à Galp duplicar o seu volume de vendas de produtos petrolíferos em Espanha.

Também a identidade dos bancos envolvidos não foi divulgada, sabendo-se apenas que um foi escolhido pela vendedora Eni, outro pela Galp e um terceiro por comum acordo. "Sabemos que as transacções mais difíceis são sempre com os próprios accionistas (os italianos da Eni são accionistas de referência da Galp, com 33%), porque é preciso assegurar os interesses mútuos", declarou Ferreira de Oliveira.

O gestor disse, no entanto, que está muito optimista quanto ao sucesso da operação. "Não antecipamos nenhuma dificuldade, porque são quotas baixas no mercado espanhol", referiu.

Presente em Espanha desde 1979, apenas no início deste século a actividade da Galp começou a crescer no mercado espanhol.

A compra da Agip Espanha aconteceu no âmbito de um acordo com a Eni e vai permitir que a Galp passe dos actuais 2,5 milhões de toneladas para cerca de 20 milhões de toneladas de vendas por ano. Após esta operação, a Galp Energia passa a deter mais de 500 áreas de serviço e 320 lojas de conveniência, quase duplicando a quota de mercado dos actuais 4% para 7%.

"No negócio da distribuição de produtos petrolíferos, vamos passar a ter 42% de volume de vendas gerado em Espanha e 52% em Portugal", afirmou Ferreira de Oliveira, ressalvando que seremos das empresas portuguesas mais balanceadas da Ibéria.

Dois marcos importantes na história da Galp em Espanha foram a aquisição de 5% da CLH, empresa que gere a maior parte do sistema de transporte e armazenagem de combustíveis em Espanha, e de 100% em 2005 da Ptroval, que gere o terminal de Valência.