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Como os líderes vêem 2017

O Negócios questionou os líderes sobre as perspectivas para 2017. Veja os depoimentos feitos por cerca de 100 líderes.

António Vieira Monteiro, presidente do Santander Totta

António Vieira Monteiro, presidente do Santander Totta
Em Portugal, o PIB deverá crescer de forma sustentada, mas lenta, abaixo de 1,5%. O fraco investimento continua a ser uma importante debilidade, já que uma aceleração é essencial para reforçar o potencial de crescimento para níveis mais próximos de 2%. O sector financeiro continua a estar disponível, apesar da reestruturação em curso em algumas instituições, para apoiar as empresas dos sectores de transaccionáveis (bens e serviços), com projectos viáveis que ampliem a capacidade exportadora e competitiva da economia portuguesa. A descida do desemprego, para cerca de 10%, deverá contribuir para apoiar um crescimento sustentado do consumo privado.

João Vieira de Almeida, Sócio da Vda

João Vieira de Almeida, Sócio da Vda
Um ano muito desafiante para a economia e os decisores portugueses, num quadro que depende de variáveis que não controlam inteiramente.

Nuno Ribeiro da Silva, CEO Endesa Portugal

Nuno Ribeiro da Silva, CEO Endesa Portugal
Claro que vai ser um ano muito instável e volátil. Riscos com eleições em estados membros "relevantes", incógnitas sobre a Administração Trump. Em Portugal, após as autárquicas, em ambiente de Orçamento do Estado para 2018, provável ruptura entre parceiros do Governo.

Raul Martins, Presidente do conselho de administração do Altis

Raul Martins, Presidente do conselho de administração do Altis
2017 será caracterizado por instabilidade política e financeira a nível mundial, mas o turismo em Portugal deverá aumentar as suas receitas e assim contribuir decisivamente para o crescimento do PIB nacional.

Jaime Carvalho Esteves, Sócio da PWc

Jaime Carvalho Esteves, Sócio da PWc
Regresso da relevância de África com a subida do preço das matérias-primas, petróleo incluído, provocada por maior instabilidade no mundo, desde logo por um maior isolacionismo norte-americano, que a Europa não estará disposta a compensar. Reforço do neo-proteccionismo e neo-mercantilismo, fomentado pelo crescimento do nacionalismo e populismo, com guerras comerciais e financeiras entre Estados e congelamento dos movimentos de liberalização das trocas e integração das economias. Início de uma política fiscal corporativa assumidamente competitiva (e selectiva) nas duas maiores economias anglófonas: EUA e Reino Unido. Do que decorrerá um recrudescimento da concorrência fiscal internacional, ainda que prejudicial, não obstante os esforços recentes de maior cooperação nesta matéria (BEPS, ATD, etc.). Continuação da subida da tributação em Portugal, motivada por incapacidade de conter a despesa pública e maiores dificuldades de financiamento. Em especial, subida da taxa normal do IVA. Incorporação da sobretaxa e do adicional de solidariedade nos escalões de IRS, com aumento da já irrealista hiper-progressividade na tributação das famílias. Alargamento da base de incidência da tributação imobiliária agravada: ou seja, incidência do AIMI [adicional ao IMI] em imóveis não afectos a habitação. Alargamento tímido da tributação do património (seja de obrigação única como sucessões e doações, seja periódicos, como o imobiliário), com saldo negativo na receita arrecadada, pela combinação de receitas diminutas, do fomento da elisão e de elevados custos de fiscalização, dada a aversão social a este tipo de tributação. Manutenção do "status quo" no IRC como "serviços mínimos" para captação de algum investimento estrangeiro, que deveria ser a prioridade máxima da política económica nacional.

Nuno Teles, Investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra

Nuno Teles, Investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra
Com o aumento da inflação na zona euro, à boleia da subida dos preços de petróleo, o aumento das taxas de juros globais, liderado pelos EUA, e consequente redução da intervenção do BCE nos mercados, é provável que a pressão financeira sobre Portugal aumente no próximo ano. Com um nível de endividamento, público e privado, tão elevado, qualquer ligeiro aumento das taxas de juro traduzir-se-á num lastro ao crescimento económico e à recuperação do emprego. A este cenário acresce o arrastamento dos problemas do sistema bancário nacional, longe de estarem resolvidos.

Rui Pena, Senior partner da CMS - Rui Pena & Arnaut

Rui Pena, Senior partner da CMS - Rui Pena & Arnaut
Se metade do que se prenuncia viesse efectivamente a acontecer em 2017 seria o caos e o fim do mundo, aqui, na Europa, em todo o lado. Só que o homem é consciente e alia à força da razão um excepcional instinto de sobrevivência, pelo que vai seguramente interferir com as diversas variáveis negativas. Vamos ter alguma turbulência mas não a catástrofe. A globalização e o nivelamento social vão continuar a fazer o seu caminho malgrado o reforço de algumas fronteiras e a opulência egoísta de uns tantos. A democracia continuará a desafiar e a abater as ditaduras. A sustentabilidade do planeta acabará por prevalecer. Entre nós, acredito que a crise bancária abrande e que as contas se equilibrem para reduzir dívida. As Instituições funcionam regularmente e o país já começa a acreditar não só na legitimidade mas também no mérito da solução governativa, exorcizando definitivamente o mau agoiro.

Franquelim Alves, Director-geral da 3anglecapital

Franquelim Alves, Director-geral da 3anglecapital
O próximo ano será um ano de enormes incertezas, já que estamos a entrar numa fase em que os paradigmas até agora estabelecidos estão a ser postos em causa. A eleição de Trump nos EUA impõe à Europa novos desafios quanto ao seu posicionamento e as formas e meios de manter e consolidar a sua presença na esfera geopolítica e económica global. As eleições a decorrer em vários países da UE provocarão um limbo eleitoral até serem conhecidos os resultados. Depois, tudo dependerá desses resultados....

Álvaro Amorim Pinto, co-fundador e COO Aptoide

Álvaro Amorim Pinto, co-fundador e COO Aptoide
As perspectivas económicas para 2017, a nível mundial, não são animadoras. A crise financeira vai prolongar-se e provavelmente propagar-se a mais regiões do globo e a países emergentes. Em Portugal e depois de alguns resultados animadores em matéria de finanças públicas, é importante centrarmos a nossa energia no crescimento económico. Mais estímulos à economia, captação de mais investimento internacional, melhores políticas de captação e retenção de talento, desburocratização em áreas como as finanças e criação de incentivos fiscais, são tarefas fundamentais para o desenvolvimento económico do nosso país.

Américo Fernandes, director-geral da DHL

Américo Fernandes, director-geral da DHL
[Vejo 2017] Com optimismo e confiança.

Ana Ventura Miranda, fundadora da Arte Institute

Ana Ventura Miranda, fundadora da Arte Institute
Em 2017 vamos começar a ver o resultado das alterações políticas que aconteceram em 2016. O mundo está de olhos postos na nova direcção que os Estados Unidos vai tomar, em quais as soluções que serão apresentadas para os desafios que a Europa e a União Europeia atravessam e como vão outros os actores mundiais posicionar-se perante este novo mundo que se apresenta. O problema dos refugiados também continuará sem uma solução eficaz. Esperemos que as alterações climáticas se mantenham nas agendas do líderes mundiais e que a Presidência Trump não revogue todos os grandes passos que o Presidente Obama deu nesse sentido. Esperemos que a desumanização para onde estamos a caminhar, retroceda em 2017.

André Silva, deputado do PAN

André Silva, deputado do PAN
2017 será fundamental para realizar um pacto parlamentar e social com vista a descarbonizar a economia. Este pacto trará a tão necessária transição para uma economia baseada em energias verdadeiramente limpas e renováveis, assegurando o início da terceira revolução industrial. Esta descarbonização irá materializar-se também pela cooperação económica nacional e europeia, pela expansão tecnológica da “Internet das Coisas” e pela descentralização da produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Para tal, será determinante captarmos investimentos como a construção de uma Giga Fábrica da Tesla em Portugal e equilibrar a nossa balança comercial através do investimento em fileiras estratégicas como é o caso da Agricultura Biológica.

António Bernardo, presidente da Roland Berger

António Bernardo, presidente da Roland Berger
2017 será um ano de grandes mudanças e de incerteza devido às mudanças que o novo Presidente dos EUA vai implementar. Por outro lado as eleições em França, em Itália e na Alemanha poderão criar também alguma volatibilidade. De qualquer modo a minha visão para 2017 é positiva, acreditando que a União Europeia se vai reforçar e que haverá mais crescimento nos EUA. Em relação a Portugal, acredito que a boa "convivência" entre Presidente e primeiro-ministro irá durar e assegurar estabilidade governativa.

António Miguel Ferreira, presidente da Claranet Portugal

António Miguel Ferreira, presidente da Claranet Portugal
Vejo um ano desafiante, mas com menos riscos do que em 2016. As oportunidades são as mesmas, desde que se saiba inovar e procurar novos mercados.

Arlindo Costa Leite, presidente da Vicaima

Arlindo Costa Leite, presidente da Vicaima
2017 será como um sistema de 3 equações com 3 incógnitas: - incógnita “política comercial e cambial dos EUA” - incógnita “UE e repercussões do movimentos em causa: Brexit, Quantitative Easing e estabilidade governativa dos países” - incógnita “ponto de viragem da rentabilidade do Banca Portuguesas, que continua a mostrar debilidades de balanço e movimentações nas relações entre accionistas”.

Bernardo Trindade, CEO do Portobay

Bernardo Trindade, CEO do Portobay
Ainda muito dependente da conjuntura externa, mas sendo de esperar uma continuada redução da despesa pública no total da economia, em resultado de um programa selectivo de investimento. É de esperar ainda uma melhoria na actividade económica quer para quem actua internamente quer para quem exporta. Por outro lado, é essencial estabilizar o funcionamento do sistema financeiro, como elemento fundamental na viabilização e manutenção de novos investimentos privados. Na área do turismo, antevemos um reforço dos bons números de 2016 em todas as regiões do país.

Carlos Barbot, Presidente da Tintas Barbot

Carlos Barbot, Presidente da Tintas Barbot
Prevejo um ano difícil internamente. O Governo, não fazendo cortes na despesa, não ajuda ao cumprimento do défice e à redução da dívida. O tema CGD e seu tratamento não ajudam também. A situação da banca portuguesa não é famosa, e o pouco investimento também não é positivo. Boa sorte para todos nós.

Carlos Luís Loureiro, Partner da Deloitte

Carlos Luís Loureiro, Partner da Deloitte
Encaramos o ano de 2017 como um ano de grandes incertezas, decorrentes quer de factores internos, quer em grande parte de factores externos (nomeadamente, novo presidente nos EUA, crise política e financeira na Europa e situação em Angola). Desta forma, apesar de irmos criar emprego significativo, tenderemos a ser mais conservadores e teremos especial cuidado no controlo de custos. Iremos apostar decisivamente na exportação de serviços para novos mercados.

Carlos Marinheiro, vogal do Conselho de Finanças Públicas

Carlos Marinheiro, vogal do Conselho de Finanças Públicas
Para Portugal é crítico que se verifique uma aceleração do investimento privado (nacional e IDE) em novas actividades produtivas para alavancar de forma sustentada o potencial de crescimento, actualmente demasiado baixo. É igualmente imperioso criar as condições para melhorar a percepção de risco soberano nos mercados financeiros internacionais, o que permitiria reduzir o elevado spread da dívida pública portuguesa e o próprio custo de financiamento das empresas privadas.

Carlos Poço, presidente do grupo Poço

Carlos Poço, presidente do grupo Poço
O preço do petróleo vai manter-se nos níveis actuais não abrindo novas perspectivas de crescimento em África. A América Latina vai apresentar interessantes crescimentos, excluídos os países que se encontram neste momento em crise. Os EUA apresentarão interessantes crescimentos internos, mas estarão mais fechados ao mercado internacional. A Europa manterá a eterna estagnação pois continuamos sem uma liderança forte nem um novo rumo, o que vai manter um clima de iminente crise na UE. As perspectivas em Portugal serão animadoras uma vez que haverá efeitos muito concentrados em 2017 dos investimentos P2020 que mostrarão alguma agitação na actividade industrial e agrícola e possivelmente ligeira melhoria de emprego. A crise bancária que afectou o país deverá ter um desfecho urgente pois não será possível continuar sem banca a apoiar as empresas, sabendo que os principais bancos viveram uma profunda crise em 2016. Se a CGD, o NB e o BCP não apoiarem as empresas teremos então uma verdadeira crise por falta de mecanismos de apoio aos negócios. Há portanto boas perspectivas para crescimento em Portugal, mas é necessário resolver a questão da banca. Espera-se estabilidade política e com as eleições autárquicas haverá alguma animação adicional.

Carlos Silva, secretário-geral da UGT

Carlos Silva, secretário-geral da UGT
A UGT é um parceiro social responsável que sempre defendeu e valorizou a sua intervenção político-sindical através do diálogo e da negociação, como formas de promover a paz social, a defesa dos direitos dos trabalhadores, a qualidade do emprego e um patamar de desenvolvimento sustentável. 2017 é um ano de Congresso para a UGT, mas é também momento de comemorar a concertação e o diálogo social à escala planetária com os 100 anos da OIT sob o lema do Trabalho Digno. É fundamental ter em conta os desafios da digitalização da economia, para que seja possível criar empregos de qualidade e reivindicar a decência nas relações de trabalho. A UGT acredita que, encetada esta nova fase para Portugal, provando "urbi et orbi" que é possível fazer diferente e que há alternativa à austeridade, Portugal cumprirá com os compromissos internacionais e prosseguirá o caminho da valorização do trabalho e da sensibilidade social.

Pedro Filipe Soares, deputado BE

Pedro Filipe Soares, deputado BE
O ano para recuperar os direitos das garras da precariedade e libertar o código de trabalho da herança da austeridade deixada pela troika. Momento para finalmente vencermos o combate pela reestruturação da dívida pública e abrirmos a porta a investimento público gerador de emprego, crescimento e riqueza.

Carlos Silva, co-fundador Seedrs

Carlos Silva, co-fundador Seedrs
2017 será acima de tudo um ano de grande incerteza em que muita coisa pode acontecer e em que é difícil construir cenários prováveis. Será um ano que marcará a evolução do mundo na próxima década.

Diogo Simões Pereira, secretário-geral da EPIS

Diogo Simões Pereira, secretário-geral da EPIS
Em 2017, haverá boas notícias na educação para a inclusão social: (1) mais crianças a usufruir de 3 anos de pré-escolar com o alargamento da rede (80% hoje), garantindo maior "igualdade de acesso" no 1.º ano (6 anos) e melhores condições para o sucesso escolar; (2) o insucesso no 2.º e 3.º ciclos continuará a baixar, com os programas do Governo, autarquias e sociedade civil; (3) a saída escolar precoce (jovens de 18-24 anos sem 12.º ano) ficará abaixo da média europeia pela primeira vez (10%).

Fernando Ribeiro, músico

Fernando Ribeiro, músico
2017 vai ser um ano complicado para a Europa com um agente imprevisível como Trump e suas políticas. Em Portugal penso que através de “gerigonça” se vão aplicar reformas mais consentâneas e justas para com uma governação mais orientada para os eleitores e menos para os grupos económicos e tecnocratas da Europa.

Filipe Garcia, Presidente da IMF

Filipe Garcia, Presidente da IMF
O ano será dominado por questões políticas, nomeadamente o início do mandato de Trump, eleições na Europa e desenvolvimentos na Síria. Será um ano muito agitado nos mercados financeiros. O bull market das acções poderá cair de maduro, mas é de uma queda abrupta nas obrigações que poderá nascer uma situação de maior instabilidade. Ouviremos falar muito de transacções "block chain". Portugal, que está muito vulnerável, poderá enfrentar uma situação complicada provocada pela subida dos juros a nível internacional e pelo degradar da situação na Grécia.

Francisco Almada Lobo, Presidente da Critical Manufacturing

Francisco Almada Lobo, Presidente da Critical Manufacturing
Será um ano de grande crescimento pelo estádio de evolução da Critical Manufacturing e o impacto no nosso negócio das estratégias Indústria 4.0 um pouco por todos os países industrializados onde a empresa opera.

Francisco Calheiros, Presidente da Confederação do Turismo Português

Francisco Calheiros, Presidente da Confederação do Turismo Português
Do ponto de vista do turismo, as perspectivas para 2017 são boas. Acredito que a tendência de crescimento se irá manter porque o destino Portugal está consolidado e o mercado reconhece a qualidade da nossa oferta e serviços. Há, contudo, algumas questões que não deixarão de nos preocupar no próximo ano, nomeadamente, o impacto do Brexit no turismo, sobretudo algarvio, e a legislação laboral, matéria muito sensível para a nossa actividade. O aeroporto de Lisboa é um tema central para nós e não vamos desistir de encontrar uma solução para este problema. A capacidade aeroportuária da capital é determinante para a competitividade do turismo e da economia nacional e, por esse motivo, contamos com uma decisão do Governo já no início de 2017.

Francisco Barroca, Director-geral da CERTIF

Francisco Barroca, Director-geral da CERTIF
O ano de 2017 será o "ano de todos os perigos", pelo que importa que os políticos tenham a noção que existe um país que quer avançar e que não está em tempo de continuar a alimentar estas guerrilhas partidárias que se esquecem que existe uma economia real.

Gonçalo Barral, director-geral da Essilor

Gonçalo Barral, director-geral da Essilor
O ano de 2017 avizinha-se cheio de desafios para o mundo em geral e para Portugal em particular, há que procurar positivar a actuação das empresas e dos principais players para incutir esperança e confiança em investidores e consumidores. Na Essilor Portugal, vamos continuar a investir no mercado nacional, sobretudo na qualificação dos colaboradores, na comunicação ao mercado e na tecnologia para proporcionar as mais evoluídas soluções de saúde visual aos portugueses.

João Afonso Fialho, Associação das Sociedades de Advogados de Portugal

João Afonso Fialho, Associação das Sociedades de Advogados de Portugal
Tendemos a associar os desafios aos anos novos que consumimos displicentemente. Os desafios relevantes para 2017 estão identificados. A nível interno, estabilidade governativa sem reféns, equilíbrio orçamental e crescimento económico, são tarefas de todos. Sendo que também seria importante ter um primeiro plano de desenvolvimento socioeconómico claro, para todos rumarmos na mesma direcção. A nível internacional, a redefinição do equilíbrio de forças mundial e das políticas globais a que a administração Trump obrigará, são (ainda) tarefas de resultado incerto. Se a isto somarmos a urgência de encontrar verdadeiros líderes para a UE, antecipo um ano muito trabalhoso e perigoso. Toda a atenção será muito pouca!

João Vieira Lopes, presidente da CCP

João Vieira Lopes, presidente da CCP
Um ano cheio de imprevisibilidades: Nova política económica e internacional dos Estados Unidos, mais proteccionista e isolacionista. Efeitos do Brexit. Eleições em diversos países europeus com fortes ameaças nacionalistas. Política económica europeia centrada no défice bloqueia crescimento das economias do sul. Portugal, pequena economia aberta sofrerá efeitos de todo contexto, com altos riscos de as taxas de juro dispararem. Alguma estabilidade política e social mas com crescimento fraco.

Joaquim Cunha, director executivo do Health Cluster Portugal

Joaquim Cunha, director executivo do Health Cluster Portugal
Vejo 2017 com optimismo, ainda que moderado, baseado na firme convicção de que o esforço colectivo de aposta na valorização do conhecimento, na internacionalização da economia e na competitividade nos segmentos de maior exigência - corrida de fundo, difícil, mas sem alternativa visível - continuará em crescendo a dar os seus resultados, apesar de todas os entraves de contexto e da cultura ainda vigente que teima, numa atitude suicida, em puxar para o lado oposto.

José Galamba de Oliveira, Presidente da APS

José Galamba de Oliveira, Presidente da APS
Entraremos em 2017 num ambiente geoestratégico global incerto e imprevisível, depois de eventos como o Brexit, a eleição de Donald Trump para a Presidência dos EUA e o resultado do referendo em Itália, que impactaram as economias mundiais e a sociedade em geral. Portugal, por seu turno, tem uma situação governativa estável, suportada por uma maioria no parlamento, com o orçamento do Estado aprovado, rumo à consolidação orçamental e alinhado com os compromissos com a Europa. No entanto, o enquadramento externo poderá trazer desafios enormes à nossa economia (por exemplo, uma subida das taxas da dívida soberana). Para o sector segurador, que opera num quadro regulatório muito exigente, num contexto macro de continuadas baixas taxas de juro e de adaptação aos impactos da digitalização da economia, será um ano de continuada mudança. Mas o sector está preparado para contribuir, decisivamente, para uma gestão dos riscos na economia e uma sociedade mais segura.

José Tribolet, presidente do INESC

José Tribolet, presidente do INESC
Continuidade de 2016, num ambiente de serenidade e sem reformas estruturais.

José Veiga Sarmento, presidente da APFIPP

José Veiga Sarmento, presidente da APFIPP
O ano de 2017 afigura-se a nível global como um dos anos mais problemáticos dos últimos 60 anos. Apesar das perspectivas económicas terem vindo a melhorar um pouco por todo o lado, a política parece empenhada em destruir tudo, deixando em aberto o que podemos esperar do futuro. Em Portugal, apesar da nossa intensa vida político-partidária interna, que tanto nos consome e motiva, não temos peso específico suficiente para influir positiva ou negativamente nas forças externas que, estando fora do nosso controlo, acabarão por afectar a nossa economia de forma decisiva. Pior que os disparates que podemos fazer por nós mesmos, são os efeitos dos ventos continentais e do Atlântico.Quanto às nuvens negras oriundas da política, temos, no seio da Europa, as sequelas do Brexit, os efeitos não resolvidos da crise soberana e do Euro, o impacto das migrações de refugiados muçulmanos, o ressurgimento das questões nacionais e identitárias e os receios do terrorismo. Este é um conjunto muito poderoso de forças que, se não levarem à implosão da Europa, impedem na prática a continuação do processo de integração europeia e torna inviável o encontro de soluções económicas válidas para a Europa como um todo. Do lado dos Estados Unidos, as incógnitas e os riscos que se abrem com a eleição de Trump são demasiado importantes para se poder acreditar num cenário central claramente positivo. No limite do pesadelo, abrem-se perspectivas de conflitos militares a que a Europa poderá até não escapar. Neste quadro, como olhar para os investimentos? Evitar dívida com "duration", sobretudo a soberana e descobrir onde há valor a ganhar no mercado accionista, que acompanhará naturalmente as melhorias esperadas na economia. Pela positiva também o refúgio no imobiliário. E no final do 2017 logo veremos.

Luís Sottomayor, director da Talent Portugal

Luís Sottomayor, director da Talent Portugal
Em Portugal prevemos um forte risco de segundo resgate com queda de governo. A Europa permanecerá globalmente estável apesar de alguns focos de instabilidade. O mundo continuará ainda alvo de populismos, e a economia tenderá a arrefecer.

Mário Ferreira, presidente da Douro Azul

Mário Ferreira, presidente da Douro Azul
O ano de 2017 será um ano cheio de surpresas para Portugal e para o Mundo… Dificilmente poderemos ver as coisas como "business as usual".

Miguel Prudêncio, investigador no Instituto de Medicina Molecular

Miguel Prudêncio, investigador no Instituto de Medicina Molecular
Vejo o ano de 2017 com muita apreensão, sobretudo no plano internacional. A eleição de Trump é uma catástrofe para o país que o elegeu e um potencial desastre para o mundo; os conflitos armados agudizam-se em várias regiões do planeta; os populismos alastram-se; a Europa ameaça fragmentar-se ainda mais. Para Portugal penso que será a continuação de um novo rumo político que tem trazido claros benefícios económicos e sociais para a população.

Nuno Santos, CEO da Gfi Portugal

Nuno Santos, CEO da Gfi Portugal
Caracterizaria 2017 como o ano das oportunidades. Com o crescente investimento internacional em Portugal, nomeadamente no sector das Tecnologias de Informação e Comunicação, e a conquista de importantes eventos para o país, como o caso do Web Summit - já considerado um sucesso mundial -, Portugal tem todas as condições para demonstrar a sua raça e continuar o seu projecto com ambição e inovação. Com as suas características sociais, económicas e culturais, Portugal é hoje considerado, de acordo com o World Economic Forum, um dos países mais competitivos (38.ª posição) e inovadores do mundo (30.ª posição), e nós devemos beneficiar de todo este contexto positivo e continuar a fazer crescer o nosso país.

Paula Carvalho, Economista-chefe do Banco BPI

Paula Carvalho, Economista-chefe do Banco BPI
Um ano potencialmente complicado em termos políticos mas que pode trazer surpresas positivas, sobretudo se a alteração de sentimento dos investidores for sustentada (mais investimento) e se o primeiro ano do Presidente Trump não se revelar disruptor.

Paulo Ralha, Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos

Paulo Ralha, Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos
O principal problema que o mundo irá enfrentar em 2017 relaciona-se com a política externa dos EUA, ao que se podem somar as várias incertezas que existem, sobretudo a nível político, na EU, relacionadas quer com o Brexit, quer com as eleições em França, ou com a crise latente em Itália.

Paulo Vaz, director-geral da ATP

Paulo Vaz, director-geral da ATP
O ano de 2017 será um ano em que tudo pode acontecer e tudo ficar como dantes. Total imprevisibilidade. Sem ser um ano de catástrofe, não será ainda um ano de recuperação económica generalizada. Em Portugal, o Governo terá de se concentrar mais no domínio da economia, nomeadamente no crescimento e no investimento, o que significa no estimulo à competitividade, mesmo enfrentando a reacção, se não mesmo a hostilidade, das forças da esquerda radical que o apoiam no Parlamento. Sem um melhor desempenho económico, arrisca-se a não ter a colaboração das instâncias comunitárias e a erosão da sua popularidade, que esteve disponível para esperar, mas não sempre. Com um melhor desempenho económico do país, António Costa pode arriscar eleições antecipadas e desembaraçar-se do apoio parlamentar à sua esquerda, regressando à normalidade do sistema e à aplicação de políticas de longo-prazo e de desenvolvimento do país. O sistema financeiro português continua a preocupar e os mercados financeiros internacionais desconfiam de Portugal, estando apenas suspensos do rating da DBRS e do BCE. Haja, contudo, esperança!

Miguel Pina Martins, CEO da Science4you

Miguel Pina Martins, CEO da Science4you
Olho para 2017 de uma forma muito positiva e com elevado optimismo. Apesar de algumas incertezas que possam existir e de alguns riscos previstos considero que vai ser um ano muito bom tanto para a Science4you - a nível de crescimento e consolidação - como para a economia portuguesa no geral.

Octávio Viana, presidente ATM

Octávio Viana, presidente ATM
Consolidação bancária a nível ibérico, ligeira recuperação da economia em linha com as previsões do CE e FMI.

Paulo Câmara, managing partner da Sérvulo & Associados

Paulo Câmara, managing partner da Sérvulo & Associados
O ano de 2017 confronta-nos com três desafios críticos para a economia portuguesa: aumentar o crescimento económico reduzindo paralelamente a dívida; reestruturar o sistema bancário sem deixar de estimular a bolsa nacional; melhorar o ambiente regulatório e fiscal de modo a encorajar a inovação e a captação de investimento estrangeiro. Na União Europeia, à medida que o Brexit se vai consumando, importa apostar numa Europa que fomente a criação de empregos, que combata a burocratização e que afirme a sua liderança no quadro internacional, designadamente na promoção de processos de paz.

Paulo Coelho Lima, Administrador da Lameirinho

Paulo Coelho Lima, Administrador da Lameirinho
Prevemos um ano 2017 muito em linha com o ano de 2016, por isso, será um ano de grande volatilidade dos mercados, com possíveis problemas internacionais, não só a nível político, mas também ao nível económico e financeiro, se algumas nuvens que pairam no ar se vierem a concretizar, mas, por outro lado, também poderão surgir novos desafios e oportunidades com as grandes mudanças que podem vir a ocorrer.

Paulo Nunes de Almeida, presidente da AEP

Paulo Nunes de Almeida, presidente da AEP
[Vejo 2017] Com confiança, embora reconheça que há desafios importantes. Seguramente, 2017 ainda não será um ano de forte crescimento económico, a nível nacional e mundial, existindo vários riscos descendentes. Os conflitos geopolíticos, medidas proteccionistas, incerteza quanto ao Brexit e alguma recuperação dos preços das "commodities" são alguns exemplos. A nível nacional relevo a salvaguarda do esforço de consolidação orçamental e a implementação de medidas que estimulem o investimento empresarial.

Paulo Trezentos, CEO da Aptoide

Paulo Trezentos, CEO da Aptoide
No sector digital, as empresas que continuarem a apostar no mercado global com serviços diferenciados continuarão a crescer, beneficiando da presença em mercados menos afectados pela instabilidade global. Os serviços baseados em internet continuarão com grande crescimento e está prevista a entrada em bolsa de actores importantes como a Spotify.

Pedro Tinoco Fraga, presidente da F3M

Pedro Tinoco Fraga, presidente da F3M
Um ano globalmente alinhado com 2016, em que a grande incerteza vem do comportamento da nova presidência americana, "potencialmente potenciadora" de instabilidade política e social em várias zonas do globo.

Ricardo Henriques, presidente da Agrikolage

Ricardo Henriques, presidente da Agrikolage
Vejo [2017] com optimismo.

Sebastião Feyo de Azevedo, Reitor da Universidade do Porto

Sebastião Feyo de Azevedo, Reitor da Universidade do Porto
A Europa e o Mundo estão em grande instabilidade social, espero que na fase final de um ciclo histórico de 40 anos associado à revolução 5.0, social e económica, iniciada nos anos 80. Os governos ocidentais vão entender os sinais de desconforto que os seus concidadãos têm dado, particularmente pelas expectativas frustradas relativamente ao modelo social. A política vai ficar menos dependente da economia.

Agostinho Pereira de Miranda, Sócio presidente da Miranda & Associados

Agostinho Pereira de Miranda, Sócio presidente da Miranda & Associados
2017 pode ser o ano de todos os riscos geoestratégicos e de novas oportunidades para um pequeno e pouco relevante país como Portugal. A Coreia pode explodir enquanto o nosso país se converte numa importante economia de refúgio. Só a incerteza é certa.

Carlos César, Presidente do Grupo Parlamentar do PS

Carlos César, Presidente do Grupo Parlamentar do PS
A continuação pelo Governo, com o necessário apoio parlamentar, de uma política que associa a melhoria económica e de responsabilidade social com uma política de responsabilidade financeira e boas contas públicas, cumprindo a Constituição e defendendo condignamente os interesses portugueses nos contextos europeus.

Carlos J. Pereira, deputado e vice-presidente da bancada socialista

Carlos J. Pereira, deputado e vice-presidente da bancada socialista
Todos os indicadores económicos e sociais revelam que o país está melhor, e mais bem preparado para choques externos. As previsões para o crescimento estão sustentadas no contributo das exportações e o emprego cresce. Por outro lado, entraremos no próximo ano com o défice mais baixo da história da democracia portuguesa e Portugal sairá do Procedimento de Défices Excessivos. Há riscos externos baseados sobretudo no comportamento do BCE que pode afectar a gestão da dívida. Nos desafios destaco a reestruturação do sector financeiro, cujo vértice principal será a recapitalizacão da CGD.

Diogo Santos Teixeira, CEO da Optimize Investment Partners

Diogo Santos Teixeira, CEO da Optimize Investment Partners
Um vento positivo começou a soprar este fim de ano sobre as economias europeias e americanas. A deflação já foi, o desemprego diminuiu significativamente, os salários voltam a crescer, e a política acomodativa dos bancos centrais está a ser substituída por orçamentos menos constrangedores. Estas melhorias não são desculpas para esquecer as reformas estruturais que impedirão a próxima crise. E os riscos políticos, tentações proteccionistas, secessionistas e beligerantes, podem a todo o momento transformar um bom ano 2017 numa recessão histórica... Estejamos atentos!

Duarte de Athayde, managing partner da Abreu Advogados

Duarte de Athayde, managing partner da Abreu Advogados
Nos últimos anos, as empresas portuguesas aventuraram-se na internacionalização dos seus negócios. Sobretudo apostando em mercados africanos, ou em países onde a língua portuguesa fosse um factor de paridade cultural. Mas o sonho africano precisa de evoluir e no Brasil a ambição portuguesa ainda tem um itinerário por desbravar. Se o repto empresarial português é encontrar mais mercados alternativos de exportação, e ampliar a fracção das empresas dedicadas à exportação, então o grande desafio das sociedades de advogados portuguesas em 2017, é a capacidade de se ajustarem às constantes necessidades dos clientes. Portugal é uma economia que precisa de investimento estrangeiro e, se muitas empresas portuguesas se vão internacionalizar, é obrigatório que as sociedades de advogados tenham também essa aptidão.

Duarte Pinto, presidente executivo da Sumol+Compal

Duarte Pinto, presidente executivo da Sumol+Compal
Na Sumol+Compal vemos com preocupação o impacto na actividade da empresa em Portugal que deriva da aplicação, a partir de Fevereiro próximo, do Imposto Especial de Consumo de bebidas adicionadas de açúcar e outros edulcorantes (IABA). O aumento desproporcionado da carga fiscal resultará inevitavelmente em aumentos significativos dos preços ao consumidor das bebidas refrescantes e, por essa via, numa contracção da procura, na transferência de consumo para marcas de distribuição, maioritariamente importadas, o que significará menor produção em Portugal e, consequentemente uma redução da actividade da empresa no nosso país. Para minimizar o impacto nos resultados iremos reforçar ainda mais a aposta na inovação e o crescimento nos mercados fora de Portugal.

Eduardo Teixeira, secretário-geral da União dos Sindicatos Independentes

Eduardo Teixeira, secretário-geral da União dos Sindicatos Independentes
O próximo ano será desafiante para Portugal. A estabilização e consolidação do sistema financeiro, num quadro de grandes limitações, é essencial para o crescimento económico do nosso país. Espero que seja possível encontrar oportunidades que resultem na melhoria e na solidez do tecido empresarial português e, consequentemente, no aumento da qualidade do trabalho e na criação de emprego. Há muitos postos de trabalho em causa e é necessária também uma maior aposta na qualificação profissional para combater este problema.

Francisco Banha, presidente do grupo Gesbanha

Francisco Banha, presidente do grupo Gesbanha
Com a economia europeia num ponto bastante crítico - o crescimento económico continua a ser bastante anémico, as pressões migratórias e os recentes ataques terroristas na Europa revelam fraquezas nas políticas de controlo e segurança das suas fronteiras- e o comércio mundial a registar um abrandamento, em particular pelo aumento do proteccionismo, considero ser cada vez mais difícil mantermos o bom estado dos nossos sistemas de providência e modelos sociais pois a estagnação económica e social veio para ficar. Mesmo sabendo que as diversas instituições europeias possuem um papel decisivo na criação de condições que alavanquem o investimento não posso deixar de realçar a importância das decisões políticas, ao nível de cada um dos estados membros, que possam contribuir para a criação de emprego, nomeadamente no encorajamento dos empresários a abrirem-se ao mercado global, na captação do interesse dos investidores estrangeiros e na dinamização de estímulos a que os estudantes e licenciados lancem as suas start-ups. Sabendo que são as empresas que criam empregos e que o contexto económico em que vivemos não nos permite pensar no regresso das fábricas com centenas de empregos nem no governo como gerador de novos empregos, então torna-se necessário para além da mudança política assumir a necessidade de uma alteração de mentalidade. A mudança que se pretende pressupõe que sejam desenvolvidas e implementadas políticas e acções que contribuam para a criação de uma atitude positiva dos vários actores da sociedade portuguesa em relação ao impacto da economia digital, principalmente ao nível do emprego. Gostaria por isso de ver do lado das políticas públicas medidas que possam voltar a incentivar reformas que tornem o mercado de trabalho e a oferta educativa mais ajustadas às necessidades do tecido empresarial aumentando, nomeadamente, a massa crítica de jovens portugueses com apetência para correrem riscos e assumirem o desejo de estarem associados à concepção e construção dos novos produtos e serviços que, sendo desejados por milhões de utilizadores, proporcionarão ao povo português um aumento do seu nível de riqueza e bem-estar económico e social. Para o efeito e uma vez que esta mudança dificilmente ocorrerá junto daqueles que já se encontram "formatados" em modelos de desenvolvimento próprios das exigências do seculo passado, parte dessas políticas e das correspondentes acções têm de abranger o sistema educativo e particularmente os seus principais actores, ou seja os professores, nomeadamente através da sua capacitação para ensinarem aos seus alunos os princípios, processos e a paixão pelo empreendedorismo.

Francisco Febrero, CEO da ROFF

Francisco Febrero, CEO da ROFF
O ano de 2017 vai ainda ser um ano de transição, ainda difícil e bastante desafiante. Difícil porque a economia portuguesa ainda não está a crescer ao nível que necessitamos para dar resposta às nossas responsabilidades financeiras. Desafiante porque precisamos todos, do sector público ao sector privado, de trabalhar mais e melhor para que a estabilidade social e política, que tivemos em 2016, convirja já em 2017 num maior crescimento económico. E, por fim, 2017 será um ano de transição porque apesar de termos já percorrido um sólido caminho de acerto financeiro ainda não estamos num patamar que garanta a estabilidade de que necessitamos.

João de Quinhones Levy, CEO da ECOServiços

João de Quinhones Levy, CEO da ECOServiços
Mais um ano muito difícil com financiamentos a juro muito elevado. Continuaremos a ver o esmagamento dos preços de venda, com empresas a vender abaixo do custo e o Estado a pressionar as empresas com impostos.

João pedro madureira, Country manager Portugal, Brasil, Angola, Moçambique da Best Doctors

João pedro madureira, Country manager Portugal, Brasil, Angola, Moçambique da Best Doctors
Para a Best Doctors 2017 será o ano do reforço do acesso aos melhores cuidados de saúde - onde quer que esteja o paciente e o melhor conhecimento médico. Num contexto de grande mudança e acesso a tecnologia, o país e as suas instituições devem investir na organização de todos os parceiros da área da saúde. Acreditamos que o doente terá cada vez mais um papel decisivo na decisão sobre o tipo de acesso que quer ter. A Best Doctors aposta no reconhecimento chave de cada parceiro, de forma a que todos possam contribuir para o acesso ao melhor conhecimento e prática médica a nível mundial, colocando o paciente e os médicos no centro do sistema de saúde.

José Bancaleiro, managing partner da Stanton Chase

José Bancaleiro, managing partner da Stanton Chase
Em Portugal com grandes riscos. Qualquer crise financeira internacional poderá levar a um segundo resgate com todo o impacto que isso acarreta.

José Miguel Leonardo, CEO Randstad Portugal

José Miguel Leonardo, CEO Randstad Portugal
A minha opinião pessoal sobre o ano de 2017 não é de forma alguma negativa mas sim muito dependente da capacidade do nosso Governo manter o seu apoio parlamentar sem perder de vista as necessidades e obrigações da reestruturação do país no seu todo e não apenas na questão da dívida externa. Quanto aos factores externos pouco consigo adiantar a não ser o meu profundo desejo de que os povos e os governantes consigam guiar as suas acções apoiados no bom senso mais elementar.

Juliana Oliveira, CEO da OLIMEC

Juliana Oliveira, CEO da OLIMEC
Ano cheio de novos projectos e desafios por mérito interno da nossa empresa. Continuação da falta de apoio (que dizem que existe) por parte das entidades competentes.

Luís Cortes Martins, Sócio da Serra Lopes, Cortes Martins & Associados - Sociedade de Advogados

Luís Cortes Martins, Sócio da Serra Lopes, Cortes Martins & Associados - Sociedade de Advogados
Neste momento 2017 afigura-se bastante imprevisível. O que vai ser a Administração Trump, o que resultará das eleições em França e na Alemanha, a crise em Itália e a reestruturação do seu sistema bancário. Em Portugal é crítico resolver a questão do Novo Banco e pôr a CGD a funcionar com normalidade. Mas muitas vezes os tempos da economia diferem dos tempos políticos e estamos a ver isso neste final de ano com os mercados financeiros. Se os resultados das eleições europeias forem favoráveis à integração europeia, se o Governo português conseguir resolver definitivamente os problemas do sistema financeiro, então 2017 poderá ser um excelente ano. Muito do investimento que ficou em "stand by" em 2016 pode vir a concretizar-se. E confiança gera mais confiança. Pode ser que seja o início de um circulo virtuoso. Bem precisamos!

Manuel Pinheiro, Presidente da CVR Vinhos Verdes

Manuel Pinheiro, Presidente da CVR Vinhos Verdes
A única certeza que temos quanto a 2017 é a incerteza. O mercado interno não irá crescer e só as exportações e o turismo são sinais positivos. Temos de repartir riscos, não depender de um cliente/mercado, estar focados e ganhar competitividade.

Maria João Ricou, Managing partner da Cuatrecasas Gonçalves Pereira

Maria João Ricou, Managing partner da Cuatrecasas Gonçalves Pereira
Será um ano em que a conjuntura nacional e internacional irá ditar um ambiente de grande incerteza e com riscos políticos que normalmente têm associado um grande potencial de volatilidade. Devemos, portanto, estar preparados para mais um ano de grandes desafios.

Mário Vaz, presidente da Vodafone Portugal

Mário Vaz, presidente da Vodafone Portugal
No panorama nacional persistem constrangimentos estruturais que requerem a continuação do processo de reformas para abrir caminho a um crescimento mais robusto da economia. Adivinham-se também oportunidades promissoras que Portugal tem que saber aproveitar plenamente, como a quarta revolução industrial - a digital -, na qual o sector das TIC [tecnologias de informação e comunicação] assume já um papel determinante. Mas a tentação para a revisão das taxas em vigor (taxa de espectro e TMDP) ou para a aplicação de novos impostos como solução para cobrir os desequilíbrios das contas públicas poderá condicionar o investimento dos operadores e de outros agentes económicos. Estabilidade e previsibilidade fiscal e regulatória são, por isso, as peças-chave para o novo exercício.

Miguel Frasquilho, presidente da AICEP

Miguel Frasquilho, presidente da AICEP
Apesar de as previsões apontarem para um 2017 mais positivo do que 2016, os riscos são muitos. Destaco os riscos na esfera geopolítica, quer nos EUA, onde a presidência de Trump permanece uma incógnita em termos das principais opções de política económica, quer na Europa, onde a forma como decorrerá o Brexit continua incerta, e onde decorrerão actos eleitorais em países importantes na zona euro (Alemanha, França, Holanda) em que forças populistas têm vindo a ganhar protagonismo. Quaisquer acontecimentos desta natureza tenderão a aumentar a volatilidade e movimentos em direcção a "safe havens", penalizando activos e países considerados mais frágeis aos olhos dos investidores. Por isso, será muito importante que Portugal prossiga a trajectória de redução do endividamento público, cumprindo os objectivos orçamentais apresentados e saindo formalmente do procedimento dos défices excessivos, ao mesmo tempo que deve continuar o caminho reformista que nos permita tornar-nos mais competitivos, sobretudo nas áreas em que, reconhecidamente, comparamos pior (que são apontadas nos principais rankings de competitividade internacionais, e de que a fiscalidade constitui um bom exemplo) - de modo a continuarmos a ser atractivos em termos de investimento estrangeiro. Tal será fundamental para, num contexto de desendividamento do país (e consequente fraca capacidade de investimento), aumentarmos a capacidade produtiva e mantermos uma trajectória crescente de internacionalização que garanta um desenvolvimento económico sustentado.

Ilídio Serôdio, presidente do grupo PCG Profabril

Ilídio Serôdio, presidente do grupo PCG Profabril
Ano de alguma recuperação em Portugal com grande apoio da nossa área internacional do grupo.

António Comprido, secretário-geral da APETRO

António Comprido, secretário-geral da APETRO
Creio que 2017 continuará a ser um ano muito difícil com uma evolução imprevisível. As incógnitas na cena internacional são muitas. • Como vai ser a governação da nova administração americana? Que impacto terá no equilíbrio geoestratégico mundial? Que efeito no comércio internacional? • O que vai resultar dos vários actos eleitorais a decorrer em países da UE? Como vão decorrer as negociações para o Brexit? • Qual o reflexo da crise bancária, italiana em particular, no desempenho da economia europeia? E em Portugal, vamos continuar a assistir a uma governação, tipo navegação à vista, com constantes compromissos de curto prazo? Ou será que conseguimos atacar com medidas de fundo algumas das fraquezas crónicas da nossa economia?

Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP

Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP
Destacamos duas grandes áreas: Na área laboral é preciso valorizar o trabalho e os trabalhadores. O emprego, os salários, os direitos e a contratação colectiva não podem continuar a ser o parente pobre da legislação laboral e das políticas económicas em Portugal. Uma verdadeira mudança de política implica medidas de fundo que assegurem a criação de emprego estável e com direitos, o aumento geral dos salários e a redução da carga fiscal sobre os trabalhadores, a dinamização da contratação colectiva com a extinção da norma da caducidade e a revogação das normas gravosas da legislação laboral. Na área económico-financeira a adopção de medidas sobre a renegociação da dívida, o confronto com o Tratado Orçamental e a UEM, são fundamentais para assegurar o desenvolvimento económico e social do país e salvaguardar a sua soberania aos mais diversos níveis.

João de Castro Guimarães, Director-geral da GS1 Portugal

João de Castro Guimarães, Director-geral da GS1 Portugal
Ano de forte risco de crise económica e política em Portugal. Riscos de desagregação do euro e de reforço de políticas populistas e nacionalistas que dificultarão ainda mais as políticas de agregação e solidariedade entre países na Europa.

Eduardo Rangel, presidente do grupo Rangel

Eduardo Rangel, presidente do grupo Rangel
A Europa no ano de 2017 vai receber o impacto de uma nova administração americana muito pouco europeísta, e terá que gerir esse fenómeno pela primeira vez na sua história. Não é certamente o melhor momento para a Europa, que irá debater-se com variadíssimos problemas, dos quais ainda não se conhece as consequências. Teremos o problema da consistência financeira da Europa, o Brexit, as vontades de sair da zona euro, ou mesmo de mais saídas da Europa, o fenómeno das migrações, da segurança interna; Teremos os EUA muito fechados sobre si e com pouca vontade de apoiar a economia europeia. A Europa tem que se preparar para viver por si, criar um mais forte músculo financeiro e reforçar o consumo interno, e aproveitar uma possível quebra de cooperação dos EUA com a China e tentar ocupar o espaço deixado pelos americanos como forma de reforçar a sua exportação. É evidente que os europeus vão ter que criar seriamente a sua política de defesa e investir mais nas suas forças armadas. A Europa vai poder contar menos com o seu velho aliado, por isso, ou se torna mais forte ou corre um sério risco de desagregação.

Francisco Veloso, Dean na Católica Lisbon School of Business and Economics

Francisco Veloso,  Dean na Católica Lisbon School of Business and Economics
O ano de 2017 é um ano com grandes incertezas. A nível internacional temos, por um lado, uma clarificação do que irá significar o Brexit e uma governação Trump e, por outro, temos também grandes incógnitas associadas às eleições na Alemanha, França e provavelmente também em Itália. Os resultados destes processos irão condicionar de forma dramática o futuro da Europa e do mundo em quase todas as áreas. Em Portugal, a principal incerteza é a evolução das taxas de juro da dívida portuguesa, em função da evolução da nossa economia, mas também do programa de compra de dívida do Banco Central Europeu. Um sobressalto nesta área pode causar importantes dissabores ao país. Se ultrapassarmos o ano de 2017 de forma positiva,a perspectiva para os anos seguintes, em Portugal e na Europa, será muito mais risonha!

João Borges Assunção, Economista

João Borges Assunção, Economista
Os riscos geopolíticos vão dominar 2017. Três tópicos interessantes cuja evolução deve ser seguida atentamente: a gestão geopolítica e económica da administração Trump, a gestão de [Theresa] May do enquadramento europeu e mundial do Reino, os desenvolvimentos geopolíticos das guerras no Médio Oriente, na Síria e no Iraque.

João Miranda, presidente da Frulact

João Miranda, presidente da Frulact
2017 será de grande instabilidade social e política na Europa, com as eleições que vão ocorrer a reforçar perigosamente as posições da extrema direita, estimulada pelos fenómenos Trump, migrantes e atentados. A economia portuguesa, está "presa por arames" e fortemente dependente de factores exógenos não controláveis… Portugal é dos países mais endividados do mundo (133% do PIB), e um aumento das taxas de juro, ou uma redução nas exportações, causará danos irreparáveis. A equação não é simples, pois Portugal necessita de investimento para dinamizar e fazer crescer a economia, e o próprio sistema financeiro está em "default". O discurso político deve continuar a ser de optimismo, mas com realismo e responsabilidade. As famílias e as empresas devem investir com contenção, e continuar o seu processo de desendividamento, preparando-se para um ano cheio de incertezas e que as tornarão indefesas perante o mínimo imprevisto.

João Ribeiro, Marketing Manager Portugal da Uniplaces

João Ribeiro, Marketing Manager Portugal da Uniplaces
Em 2017 a Uniplaces vai consolidar a sua presença em seis mercados europeus e construir uma operação global que seja eficiente, escalável e que entregue de forma consistente um serviço de excelência aos nossos estudantes e senhorios. Isto através de uma nova experiência de utilizador assente na tendência mobile e sem nunca perder a identidade especial e única da marca Uniplaces.

Jorge Fesch, Presidente da Sakthi

Jorge Fesch, Presidente da Sakthi
Tendo como base os indicadores actuais, (Automóvel no mundo e na Europa), a empresa crescerá cerca de 10% nas suas vendas em 2017, e considerando a evolução da carteira de encomendas, este crescimento manter-se-á para os próximos três anos.

Luís Lima, presidente da APEMIP

Luís Lima, presidente da APEMIP
O sector imobiliário tem todas as condições para que 2017 mantenha as perspectivas positivas que se têm verificado. No entanto, é necessário que este mercado possa funcionar normalmente, sem sobressaltos que possam ser introduzidos por medidas que acabam por afectar a confiança e a credibilidade que o mercado imobiliário deve dar. Neste sector, o que vendemos é sobretudo a confiança, e alterar as regras a meio do jogo faz com que a percepção da credibilidade seja afectada negativamente. Para o ano assistiremos ao impacto que, por exemplo, medidas como o AIMI [adicional ao IMI] terão sobre o mercado e a retracção do investimento. Mais uma vez apelo à necessidade de o Estado trabalhar lado a lado com a sociedade civil. Só ao ouvir quem actua diariamente no mercado se poderá tomar decisões conscientes, que não afectem, ou que afectem o mínimo possível, um sector que tanta importância tem para a economia do país.

Luís Pais Antunes, managing partner da PLMJ

Luís Pais Antunes, managing partner da PLMJ
2017 será um ano de forte instabilidade no mundo, gerada em particular pela incerteza política e financeira. A nova presidência nos EUA, o crescente isolamento da China, a "vocação destabilizadora" da Rússia, os processos eleitorais em França e na Alemanha e a ameaça crescente do terrorismo - para citar apenas alguns exemplos - vão originar muitas tensões e uma incerteza crescente. No plano nacional, o desempenho da economia será particularmente afectado pela envolvente externa e por um sector financeiro fragilizado.A nível político antevejo alguns conflitos entre as forças que apoiam o Governo, embora com impacto reduzido na estabilidade governativa.

Pedro Pita Barros, economista

Pedro Pita Barros, economista
Tem como grande risco o posicionamento dos Estados Unidos na economia internacional.

Daniel Proença de Carvalho, Sócio da Uría Menéndez - Proença de Carvalho

Daniel Proença de Carvalho, Sócio da Uría Menéndez - Proença de Carvalho
A nota dominante é imprevisibilidade. São muitas as incógnitas, principalmente políticas, que vão ocorrer em 2017.

Manuel Reis Campos, Presidente da CPCI e da AICCOPN

Manuel Reis Campos, Presidente da CPCI e da AICCOPN
Portugal não cresce sem um sector da Construção e Imobiliário forte e esperamos que 2017 seja o ano em que se criam as necessárias condições para a retoma do investimento. A consolidação de alguns sinais positivos, em especial no mercado imobiliário, e as declarações do primeiro-ministro, anunciando que a política de cidades, a habitação e a recuperação da actividade do sector são prioridades para o próximo ano alimentam uma expectativa positiva por parte das empresas que deve ser correspondida.

Victor Marinheiro, CEO da Molaflex

Victor Marinheiro, CEO da Molaflex
Portugal depende de uma agência de rating, para poder continuar a financiar a sua economia, isto é, o país está ligado à máquina. Neste cenário, impõe-se sensatez para fazer uma apropriada gestão das contas públicas. É de esperar que, com menor ou maior dificuldade, se atinja o objectivo do défice em 2017.
Negócios 31 de Dezembro de 2016 às 11:00
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