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CEO dos CTT critica declarações “injustas” da Anacom sobre foco na qualidade dos serviços
O presidente executivo dos CTT considera que “não é justa” a afirmação da Anacom de que os incentivos de qualidade não estão presentes na gestão da empresa.
O presidente executivo dos CTT, João Bento, acha "pouco prudente" as declarações do líder da Anacom sobre os prémios dos gestores hoje estarem ligados às ações, ao contrário do que acontecia quando a empresa era pública, em que estavam indexados à qualidade do serviço.
O responsável começou por explicar que a remuneração variável abrange cinco administradores de um quadro de uma empresa que emprega 12 mil. Por isso, considera que as declarações de Cadete de Matos, em entrevista ao Negócios e Antena1, "não são justas", disse o líder dos CTT no final da apresentação do novo posicionamento da marca.
João Bento aproveitou ainda para destacar que "a qualidade está na prioridade dos CTT". Porém, relembrou que este objetivo agora insere-se "num quadro de pouca sensatez" dos novos indicadores impostos pela Anacom em 2018. Nessa data, além de aumentar o número de indicadores também reforçou os critérios de exigência.
Esta decisão já foi alvo de um pedido de anulação pelos CTT na justiça por considerarem que são impossíveis de cumprir.
Ainda em reação às declarações de Cadete de Matos na mesma entrevista, o CEO dos CTT referiu que "ao contrário do que foi dito, os níveis de qualidade nunca foram cumpridos".
Na entrevista ao Negócios e à Antena 1, quando questionado sobre a sua posição em relação a uma eventual renacionalização dos CTT, Cadete de Matos respondeu: "Quando a empresa era pública, os gestores dos CTT tinham como objetivo para os seus prémios anuais a qualidade de serviço. Os gestores dos CTT hoje têm os prémios indexados à evolução das ações. Portanto, há uma mudança quando uma empresa é pública e quando é privada, o que significa que objetivos de qualidade agora não estão presentes eventualmente como primeira prioridade, pelo menos do ponto de vista dos seus prémios".