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Centros comerciais faturaram 9.770 milhões em 2022, batendo recorde de 2019

"Shoppings" empregam, direta e indiretamente, perto de meio milhão de pessoas e contribuem com 6,4% da receita do IVA em Portugal, revela estudo sobre o impacto socioeconómico do setor, apresentado, esta quarta-feira, no congresso anual da APCC.

Os contratos nos centros comerciais são diferentes dos normais arrendamentos comerciais, incluindo prestações de serviços e partilha de risco.
Alexandre Azevedo
11 de Outubro de 2023 às 13:27
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Os centros comerciais em Portugal fecharam o ano passado com um volume de negócios de 9.770 milhões de euros, traduzindo um crescimento de 8,4% em relação a 2019, batendo o recorde do ano pré-pandemia.

Este é um dos dados constantes de um estudo sobre o impacto socioeconómico do setor, apresentado, esta quarta-feira, no âmbito do congresso anual da Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC) que representa 90 conjuntos comerciais, de um total de 173 que existem em Portugal, o que significa um universo de mais de 140 empresas que integram aproximadamente 8.000 lojas.

À luz do estudo, cujos principais pontos foram revelados pela APCC num comunicado enviado às redações, o setor emprega atualmente perto de meio milhão de pessoas (123 mil de forma direta e 370 mil de forma indireta) e contribui com 6,4% da receita do Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA) em Portugal.

No que toca ao tráfego, os centros comerciais recebem mais de 475 milhões de visitantes por ano, sendo de esperar que os valores relativos a 2023, que apresentam uma trajetória de aumento, sejam semelhantes aos registados em 2019, ano em que o número de visitas atingiu um recorde, refere a APCC.

Já no que toca à sustentatibilidade, a APCC indica que o estudo sobre o impacto socioeconómico do setor do retalho organizado em Portugal revela que 57,1% dos operadores produzem energia fotovoltaica ou estão a desenvolver projetos na área e que a taxa média de reciclagem na indústria é de 52,8%.

E assinala ainda que metade dos centros comerciais detém o certificado BREEAM, LEED ou WELL, que são referências em sustentabilidade e bem-estar para edifícios.

Com efeito, a este nível, a APCC recorda que, em junho, promoveu a assinatura de um Pacto para a Sustentabilidade, constituído por 10 compromissos, 21 medidas e 26 metas, que "incorpora o compromisso de desenvolver uma influência positiva junto de todos os 'stakeholders' para a integração de práticas sustentáveis em todos os aspetos das suas operações, desde o consumo de energia e água, passando pela gestão de resíduos até à responsabilidade social e viabilidade económica de longo prazo, bem como a gestão e sensibilização de toda a cadeia de valor". 

A APCC recorda também os dados do estudo encomendado à REDUNIQ Insight que revelou que, no primeiro semestre, a faturação com cartão nas lojas dos centros comerciais cresceu quase 11% em relação ao mesmo período de 2022, que foi então um ano recorde, destacando que as vendas a turistas já representam 11% do total.

"Os centros comerciais são um catalisador para a regeneração urbana sustentável em Portugal, sendo um verdadeiro motor de desenvolvimento económico e social", assinala a APCC, notando que "as lojas físicas continuam a ter um papel fundamental" e que os consumidores portugueses "têm ainda preferência pelo contacto pessoal", estando os centros comerciais a posicionarem-se como "alavancas" a esse nível, embora, sinaliza, se antecipe que "Portugal seja o quarto país da União Europeia com maior crescimento do peso do 'e-commerce' até 2025".

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