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APCC assina pacto com ADENE para implementar plano de poupança energética nos centros comerciais
Medidas incluem iniciativas para redução de consumo energético na climatização, iluminação e transportes verticais.
A Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC) anunciou esta segunda-feira, 3 de outubro, que vai assinar com a Agência para a Energia (ADENE) um pacto para a implementação do "Plano de Poupança de Energia 2022-2023". Este pretende materializar o compromisso dos Centros Comerciais de assumirem a sua parte no plano apresentado pelo governo a 27 de setembro.
Segundo avançou a APCC em comunicado, o "pacto" materializa no fundo diversas iniciativas que permitem ganhos relevantes de curto prazo e de forma transversal, "sem pôr em causa a atividade económica das centenas de milhar de trabalhadores do setor". Entre as várias medidas que irão ser implementadas pelos associados, encontram-se iniciativas para redução de consumo energético na climatização dos centros comerciais, na sua iluminação e nos transportes verticais.
Na climatização, prevê-se um ajuste das temperaturas dos centros comerciais, com temperaturas mais altas no verão e temperaturas mais baixas no inverno, bem como a valorização da ventilação natural e refrescamento do ar interior por maximização de efeitos de túnel e chaminé.
Em relação à iluminação, entre outras ações está contemplada a redução da iluminação interior após o horário de normal funcionamento e nos períodos de manhã de tráfego fraco; a redução de iluminação nas áreas de parqueamento interior, mantendo a visibilidade CCTV e conforto do visitante e a circulação de viaturas; os anúncios publicitários desligados após as 23 horas; a iluminação de fachadas apagada após as 24h (salvo por razões de segurança e para garantir a visualização por CCTV); e o ajuste dos níveis de iluminação no interior das lojas incluindo montras e reclame da fachada da loja.
Embora o processo de substituição por soluções de iluminação eficiente em áreas comerciais, como por lâmpadas LED, já se tenha iniciado, propõe-se ainda estabelecer a meta de dezembro de 2022 para a substituição completa de todos os sistemas de iluminação nos centros comerciais.
Quanto ao transporte vertical vai fazer-se um ajuste de velocidade de operação dos sistemas e a implementação de sistemas de modulação de velocidade nos equipamentos menos solicitados, adianta a associação. Nos acessos, existirá uma afinação de portas e de outro tipo de acessos, que permita a manutenção das condições de climatização interiores.
Além destas medidas mais prementes, a APCC apresentou um conjunto de iniciativas mais estruturais, com vista à "mobilização de toda a sociedade que a sustentabilidade económica e as condições ambientais exigem". Estas incluem uma campanha de informação e sensibilização, dirigida ao público geral, aos clientes e aos lojistas, a promover a utilização inteligente da energia e a adoção de equipamentos e sistemas energeticamente eficientes.
Tambéme se promove o investimento no autoconsumo, procurando uma agilização do licenciamento de novas centrais de produção. A associação adianta que estas iniciativas complementam as políticas de sustentabilidade já definidas pelos diferentes associados, que permitiram nos últimos anos reduções de consumo de energia elétrica superiores a 15% definidos no âmbito do plano europeu.
"A APCC está plenamente consciente que as medidas preconizadas têm impacto nos centros comerciais, na sua imagem e conforto, mas os tempos extraordinários que vivemos obrigam a que todos os agentes económicos contribuam de forma positiva e colaborativa para as metas que o país tem de atingir", conclui Rodrigo Moita de Deus, CEO da associação.